segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Marina registra sua meia-voz em disco incisivo


Vale à Pena Ouvir de Novo
Opinião de Cd
Título: Registros à Meia-Voz
Artista: Marina Lima
Gravadora: EMI Music
Cotação: *** 1/2
Ano de lançamento: 1996

A voz não é mais a mesma. Não é mais aveludada como antigamente, nem mais tão doce. Agora está incisiva e recitada, quase falada. Mas não perdeu o charme. Essa é a nova realidade de Marina Lima, que lança seu novo disco, Registros à Meia-Voz. O título é exatamente a consciência que a cantora tem de sua nova realidade. A Marina cheia de nuances vocais dos anos 80 desapareceu, e agora surgiu uma nova, com uma voz mais forte, mais incisiva e mais poética. Reflexo do período de forte depressão que vem atravessando e a afastou dos palcos antes de estrear o show de seu disco passado, Abrigo, onde se mostrava não mais como compositora, mas como intérprete. Marina voltou a compor.

A faixa que abre o disco é a primeira parceria com seu irmão, o poeta Antônio Cícero, no disco. “À Meia-Voz” é a faixa, um dos destaques do disco. Não foi só a voz que mudou. A cantora também está diferente. Está mais madura, e, portanto, não faz mais sentido cantar canções com arranjos já datados, por isso se arriscou a regravar seu próprio sucesso, a canção “Fullgás” ganhou outros ares. Motivada pela gravação feita por Lulu Santos no disco Eu e Meme, Meme e Eu, Marina deu um novo rosto ao seu maior hit, deixando-o mais atual e com sua nova marca enquanto compositora. Mas o lado intérprete ainda aflora em Marina, prova disso é a regravação de “Tempestade” (Zélia Duncan/ Christiaan Oyens), que no disco Abrigo aparecia apenas como uma vinheta, agora aparece como uma faixa completa, com belo arranjo de piano, guitarra, bateria, baixo, percussão e sax. Marina também ataca de instrumentista em parceria com William Magalhães, numa ode Paulinho Moska, na bela “Retorno”, faixa instrumental. Segunda e última parceria com Cícero no disco, “O Solo da Paixão” se destaca pelo belo arranjo. Assim como a parceria com Giovanni Bizzoto em “Irremediáveis Mortais”. As letras são boas, mas acabam perdendo território para as inspiradas melodias. Marina é uma intérprete diferente. Ela regrava as canções ao seu próprio modo. Recriando arranjos e dando suas próprias nuances para a letra. E é isso que a faz tão apta a regravar o samba “Para um Amor no Recife”, de Paulinho da Viola. O samba virou uma balada pesada e deliciosa. A cantora tem o poder. E prova isso dando espaço para que Christiaan Oyens cante sua própria composição. A balada “Stay” pode não ser a mais inspirada do disco, mas vale muito pela participação de Marina nos vocais. A única faixa do disco que se perde é “Veleno”. A faixa instrumental foi a inspiradora para que Nelson Motta compusesse “Veneno”, e Marina gravasse no disco Fullgás de 1984. Marina fecha o disco completamente à vontade cantando nova versão para “Mesmo que Seja Eu”. A canção de Roberto e Erasmo que ganhou projeção na voz da “gata todo dia” em 84 ao gravá-la no disco Fullgás, reaparece completamente modificada. Com arranjo mais classudo e com direito até a apresentação da banda no final da faixa.

Registros à Meia-Voz é o retrato de uma nova realidade para a eterna “garota de Ipanema”. Mas mostra que tem um futuro maduro e promissor. Marina Lima agora é para a elite.


2 comentários:

Anônimo disse...

Oi querido, por que a voz dela mudou? Não entendi?
Beijos

Karina disse...

Eu também reparei que a voz dela mudou mesmo,ta mais grossa.É devido a problemas emocionais que ela passou!mas será que a voz dela pode melhorar ou chegar perto do que era antes.Se alguém pode me responder? vou ficar grata!
mas a MARINA sempre será minha eterna diva!!! bjossss