sábado, 31 de julho de 2010

Previsível, Roberta canta Roque em reza


Opinião de Cd
Título: Quando o Canto é Reza - Cançõesde Roque Ferreira
Artista: Roberta Sá e Trio Madeira Brasil
Gravadora: Universal Music
Cotação: ***1/2

Projeto idealizado por Roberta Sá em 2009, o projeto onde a cantora interpreta canções do compositor baiano Roque Ferreira ganhou a forma de disco neste mês de julho de 2010. Recém lançado no mercado, Quando o Canto é Reza é um bom álbum em que Roberta se escora bem na obra do ótimo compositor auxiliada pelo grupo Trio Madeira Brasil. O álbum (que se suporta no universo do samba mais buliçoso, que adorna os álbuns de Roberta) é, em um tudo, previsível, mas nem por isso deixa de ser belo.

“Mandingo” abre o projeto e mostra logo de cara que Roberta não só é uma ótima sambista como também se mantém como uma das melhores cantoras de sua geração. “Chita Fina” dá continuidade ao tom alegre e buliçoso da primeira canção. O primeiro grande momento do álbum é em “Zambiapungo”, numa bela letra adornada por um arranjo sóbrio e envolvente. A canção seguinte, o coco “Cocada”, apesar de boa soa melhor ao vivo. No álbum a música acabou por perder o pique contente das apresentações ao vivo que antecederam o show. Roque é um ótimo compositor (tanto que transitou com força nos dois álbuns lançados por Maria Bethânia em 2009) e talvez por isso o álbum, que peca pelos arranjos quase sempre parecidos, não acaba caindo na mesmice. Prova disso são as letras inspiradíssimas de “Água da Minha Sede”, “Orixá de Frente” e “Água Doce” – esta última com um tom mais lento que beira às cantigas de roda. Foi também de “Água Doce” que Roberta retirou o título do álbum, Quando o Canto é Reza, produzido por seu marido, o cantor e compositor Pedro Luís. “Menino” – o ijexá inspirado – se destaca entre os grandes momentos do álbum pelo tom leve que vai ganhando peso ao compasso da canção. O carioca Moyseis Marques comparece bem na roda de samba armada em “Tô Fora”. A chula “Xirê” não consegue transpor toda a beleza apresentada no show, mas cumpre bem o papel de envolver o ouvinte em seu refrão pegajoso e delicioso. O samba “Marejada” também não é um dos grandes momentos do álbum, ma so mantém na linha da coerência. Talvez esse seja o grande trunfo de Roberta: ela é coerente. Mas também gosta de explorar as surpresas, para tanto gravou “A Mão do Amor”, a canção lançada em forma de vinheta por Maria Bethânia em seu álbum Tua (2009) ressurge em sua versão completa, e se destaca entre os grandes momentos do álbum. “Festejo” encerra o disco de forma sóbria e, como já citado, coerente. Um bom momento.

Enfim, Quando o Canto é Reza, por mais que seja um álbum previsível, tem tudo para ser um dos bons destaques na (ótima) discografia de Roberta. Vale à pena ouvir.


Chicago Brasil - Tudo é Jazz

Chicago Brasil - Se tu Faz pra Mama

Chicago Brasil - Roxie

Anhembi comemora 40 anos com grandes shows


Inaugurado em 1970, o Palácio de Convenções do Anhembi comemora seus 40 anos de existência com 4 grandes shows. A programação é aberta pelo grupo Buenos Aires Social Clube, que apresenta seu já famoso show de tango Uma Noite em Buenos Aires nos dias 21 e 22 de agosto. Ney Matogrosso é o segundo a se apresentar nos dias 10 e 11 de setembro com seu show Beijo Bandido, já no dia 01 de outubro Gal Costa apresenta o show inédito Total. Rita Lee é a última a se apresentar, encerrando o evento no dia 02 de outubro com o show Etc...
Os ingressos para todos os espetáculos já estão à venda e vão de R$ 80,00 a R$ 140,00.

Terapia celular a passos largos - O Dia

Gostei dessa matéria e decidi transcrevê-la aqui, afinal eu também sou cultura! haha.

Estados Unidos dá autorização para o primeiro teste com a utilização de células-tronco embrionárias em humanos

Rio - A esperança de milhares de pessoas com lesões medulares em todo o mundo ganhou ontem uma injeção de ânimo. A Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou que células-tronco embrionárias sejam aplicadas experimentalmente em seres humanos pela primeira vez. Trata-se do primeiro e único ensaio clínico com células-tronco embrionárias humanas aprovado no mundo até agora.

A empresa de biotecnologia Geron vai recrutar até dez pacientes com lesões medulares para receber injeções de células nervosas progenitoras, produzidas pela diferenciação de células-tronco embrionárias humanas in vitro. A intenção é que essas células progenitoras, uma vez dentro da medula, se diferenciem em um tipo específico de célula do sistema nervoso central, chamada oligodendrócito. Ela reveste os nervos e permite a transmissão dos sinais elétricos enviados do cérebro para o organismo.

MOVIMENTOS DE VOLTA

Em experimentos com ratos lesionados, a técnica se mostrou eficaz, devolvendo parte dos movimentos e do controle motor e sensorial aos animais. O início dos testes em humanos já havia sido autorizado em janeiro de 2009, mas o aparecimento de cistos na medula de alguns dos animais tratados fez com que a FDA colocasse a autorização “em espera”, até que a empresa investigasse.

“Há uma expectativa muito grande de toda a comunidade científica sobre esse projeto”, disse o médico Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, vice-diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Os resultados com animais são muito interessantes.”

Ele explica que muitas lesões medulares são causadas pela deterioração dos oligodendrócitos, sem que haja necessariamente um rompimento das fibras nervosas — as chamadas lesões fechadas. Os oligodendrócitos formam as chamadas bainhas de mielina, que encapam os nervos e funcionam como uma fita isolante sobre um fio elétrico. Sem elas, os impulsos nervosos não conseguem percorrer o nervo.

As células progenitoras desenvolvidas pela Geron não têm a capacidade de formar neurônios. Por isso, só serão admitidos no estudo de pacientes com lesões fechadas. A aplicação delas deverá ser feita entre 7 e 14 dias após a ocorrência da lesão. “Se for uma lesão antiga, já cicatrizada, não vai funcionar”, explica a pesquisadora Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo.

Essa matéria foi publicada no blog do jornal O Dia, de circulação no Rio de Janeiro.

Las Muchachas de Copacabana

"Cada um com seus Pobrema" volta a Sampa


Sucesso de público e crítica, a peça Cada um com seus Pobrema, de Marcelo Médici, volta para cumprir curtíssima (e concorridíssima) temporada em São Paulo. As apresentações acontecem dias 21 e 22 de agosto no Citibank Hall e os ingressos variam de R$ 50,00 a R$ 100,00 e já estão à venda. A peça é um sucesso e vem rodando o Brasil desde 2006/ 2007. Marcelo também está em destaque no elenco da novela Passione, onde vive o italiano Mimi.

Carmen Monarcha - O Mio Babbino Caro

Toda a beleza que há na música é válida. Toda a delicadeza é válida. Toda a expressão de sentimento é válida. E Carmen Monarcha sabe bem como fazê-lo:


O que aconteceu com a mídia popular brasileira?

Eu quis fazer um texto sobre a mídia popular brasileira. Uma crítica feroz como nunca fiz. Mas agora não. Hoje não. Neste momento não. Portanto, para que minha vontade não se perca deixo aqui a rainha Rita Lee e seu manifesto sobre a mídia popular brasileira no programa Saia Justa, do qual fez parte em 2002 e 2003. A canção chama-se "Arrombou a Mídia" e é uma paródia de "Arrombou a Festa", lançada por ela mesma em compacto na década de 70 e regravado em 79 no álbum Rita Lee. A paródia é uma parceria de Rita com Henrique Bartsch, que lançou em 2006 o livro Rita Lee Mora ao Lado, uma das biografias mais interessantes e alucinadas da rainha do rock brasileiro.
Com vocês Rita Lee:


Ah, se eu fosse homem

Achei interessantíssima essa canção do Ultraje a Rigor: "Ah, se eu Fosse Homem". O grupo tem essa pérola como um tipo de hino anti-machismo maravilhoso. Deixo o vídeo para deleite:


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ivan regrava sucesso para compilação


Ivan Lins regravou "A Noite", um dos hits de sua carreira, para compor a coletânea da série Perfil, que comemora seus 40 anos de carreira. A novidade é que a canção foi regravada por Ivan ao lado do amigo Jorge Vercillo. A faixa abre o disco que conta com sucessos como "Desesperar Jamais", "Vitoriosa" e "Começar de Novo". Além da coletânea, Ivan ainda lançará Íntimo, álbum de canções inéditas em parceria com Vitor Martins.
Eis o roteiro do Perfil de Ivan:

1- A Noite -
com: Jorge Vercillo
2- Abre Alas

3- Bandeira do Divino

4- Vitoriosa
5- Começar de Novo - citação: Depende de Nós
6- Bilhete
7- Cartomante
8- Dinorah Dinorah

9- Deixa eu Dizer
10- Desesperar Jamais
11- Lembra de Mim
12- Madalena

13- O Amor é meu País/ Meu País

14- Somos Todos Iguais Nesta Noite (É o Circo de Novo)

15- Vieste

Lulu lança "Acústico II" em outubro


Com shows já agendados, Lulu Santos vai lançar seu Acústico Mtv II em outubro. O projeto (que comemora os 20 anos do vitorioso projeto da MTV) chegará às lojas em formatos de Cd, DVD e blu-ray e contará com lados B da carreira do cantor, como "Dinossauro do Rock" e a inédita "E Tudo Mais". No projeto ainda há a participação da cantora Marina de La Riva, que canta versos em espanhol em "Adivinha o Quê".

Fonte: Música BR

"Ensaio de Cores" traz inédita de Ana Carolina


Projeto idealizado por Ana Carolina e pelo trio Délia Fischer, Gretel Paganini e Lan Lan, o show Ensaio de Cores entra em cartaz nesta sexta-feira (até segunda-feira) em São Paulo, na casa Citibank Hall. O show é um projeto avulso de Ana Carolina, que continua rodando o mundo com a turnê N9ve e, no roteiro, Ana canta sucessos, canções de outros artistas e apresenta a inédita "As Telas e Elas", composição da própria cantora. O cenário contará com quadros pintados por Ana (que se envolve com o mundo das artes plásticas desde 2002) e por esculturas de Hélio Eichbauer. Alguns dos quadros pintados por Ana também serão vendidos no foyer do Citibank Hall e terão parte da renda revertidas para a ADJ (Associação de Diabetes Juvenil).

Fonte: Notas Musicais.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Chico, Ivan, Hamilton e Alcione no DVD de Diogo


Gravado em 23 de julho na casa de shows Vivo Rio (RJ), o próximo DVD de Diogo Nogueira (o segundo de sua carreira) contará com um elenco de peso como convidados.
Presença bissexta em projetos de outros artistas (e nos palcos), Chico Buarque topou participar da gravação do projeto. O compositor cantou ao lado de Diogo os sambas
"Homenagem ao Malandro" e "Sou Eu", a segunda parceria de Chico com Ivan Lins, que seria de Simone mas acabou na voz de Diogo, que registrou a canção em seu primeiro álbum de estúdio Tô Fazendo a Minha Parte (2009). Em "Sou Eu", Diogo contou não só com a presença de Chico, como também do bandolinista Hamilton de Holanda e do próprio Ivan, com quem cantou depois "Lembra de Mim", a bela parceria de Ivan com Vitor Martins, lançado pelo cantor no álbum Anjo de Mim, de 1995. Alcione também participou da gravação na canção "Amor Imperfeito" (Leandro Fregonesi/ Ciraninho) e Hamilton também pôs seu virtuoso bandolim à trabalho do samba "Lama nas Ruas". O DVD é o registro do show Tô Fazendo a Minha Parte baseado no álbum homônimo lançado em 2009. Sou Eu, o DVD, deve ser lançado ainda no segundo semestre de 2010. Aguardar.

Fonte: Notas Musicais.

A capa do DVD de Wanderléa


Prestes a ser lançado (ainda este mês) no mercado brasileiro, o primeiro DVD da carreira de Wanderléia, Nova Estação ao vivo, tem essa capa acima. O projeto é o registro do show Nova Estação, que foi registrado em 2009 com shows no Teatro Fecap, em São Paulo.

Alessandra interpreta Lauper em "Ti Ti Ti"


Alessandra Maestrini, que esteve em cartaz na novela Tempos Modernos, de Bôsco Brasil, volta às novelas, mas, desta vez, na trilha sonora. A atriz e cantora (cantriz, como se diz no mundo teatral) é a intérprete de "True Colors", o sucesso de Cyndi Lauper que está na trilha sonora da novela Ti Ti Ti, estreada semana passada na rede Globo. Alessandra ficou conhecida em todo o Brasil após encarnar a personagem Bozena no humorístico Toma Lá, Dá Cá, mas, antes disso, a atriz já era conhecida no meio teatral como referência nos musicais, já tendo feito As Malvadas, Ópera do Malandro e, mais atualmente, 7 - O Musical, todos com a assinatura da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Totia agiganta e arrebata 'Gypsy' do início ao fim


Opinião de musical
Título: Gypsy
Elenco: Adriana Garambone, Eduardo Galvão, Totia Meirelles, Renata Ricci e grande elenco
Direção e adaptação de texto: Charles Möeller
Direção musical e versão das letras: Cláudio Botelho
Local: Teatro Alfa - São Paulo (SP)
Data: 20 de julho de 2010 (pré-estreia) - em cartaz até outubro de 2010
Cotação: *****

Clássico da Broadway e exemplo dentre todos os musicais já montados desde a década de 60, Gypsy chegou ao Brasil no ano de 2010 pelas mãos competentes da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho. O musical aportou primeiro no Rio de Janeiro, onde cumpriu temporada de abril até junho, e agora chega a São Paulo onde cumpre também curta temporada até outubro. Com estreia prevista apenas para dia 23 de julho, o musical fez uma pré-estreia fechada apenas para convidados (como este que vos escreve).

O musical conta a história da stripper norte americana Rose Louise Hovic, mais conhecida como Gypsy Rose Lee, e foi baseado em sua auto biografia. Mas a grande protagonista do musical não é Gypsy (encarnada com maestria por Adriana Garambone), mas sim sua mãe, uma das personagens mais místicos e importantes da história dos musicais: Mamma Rose. Quem dá vida à Rose é a atriz Totia Meirelles, que encarna a personagem fazendo com que esse seja o grande papel de sua carreira.

Logo no início, Totia já mostra que sabe bem como dar vida à mãe preocupada e obcecada pela carreira das filhas. Baby Louise (Juliane Oliveira) e Baby June (Larissa Manoela) – a qual cativou a platéia logo de início. O espetáculo também contou com efeitos cênicos profissionais e trocas de cenário exemplares, mostrando que o Brasil chegou, enfim, ao estatos de Broadway na montagem de musicais pelas mãos de Möeller e Botelho.

Os atos são divididos quase que pela importância que a mãe, Rose, dá para a carreira de cada filha. O primeiro ato retrata a luta de Rose para que as filhas tornem-se estrelas, e para que o destaque seja June. E, para tanto, ela conta com a ajuda do falido empresário Herbie, vivido corretamente por Eduardo Galvão (que só tem sua grande cena já no final do espetáculo, quando Herbie abandona Rose). O mote do primeiro ato fica na aposta de Rose na carreira de June com o passar dos anos, deixando Louise sempre em segundo plano. Renata Ricci, que interpreta June já crescida, soube bem como dar vazão aos problemas de uma artista teen que vive o sonho da própria mãe. As coisas só mudam mesmo já no final do primeiro ato, quando June decide abandonar a mãe para tentar uma carreira mais sólida. Grande momento onde Totia encanta em grande interpretação e ao cantar “A Vida Será Cor-de-Rosa”, versão de Botelho para “Everyting’s Coming up Roses”. Totia, aliás, consegue em Gypsy mostrar todos os seus dotes de atriz que canta (muito) bem. Mesmo já tendo protagonizado, em 2004, Cristal Bacharach, o grande momento de Totia é em Gypsy, onde mostra seus dotes em grandes números como “Gente” (“Some People”), “Um Quase Casal” (“Small World”) – em dueto correto com Eduardo Galvão – e, dentre outras, a supracitada “A Vida Será Cor-de-Rosa”. Totia pode.

O segundo ato representa a aposta de Totia na carreira de Louise, e marca também os momentos mais hilariantes da peça, protagonizados pelas três strippers Mazeppa (Sheila Matos), Electra (Ada Chaseliov) e Tessie Tura (Liane Maya) que, desde o primeiro momento em que entram em cena, já conquistam o público. O ápice das três é em seu número “Um Truque” (“You Gotta Get a Gimmick”). O sonho de fazer com que a filha torne-se uma estrela é tão grande que, na primeira oportunidade, faz com que a filha seja a atração principal do teatro burlesco em que se encontram após a falência do teatro de variedades, de onde vieram. Adriana Garambone tem seu segundo grande número (o primeiro é a delicada “Carneirinho”, versão de “Little Lamb”, que mostra que Garambone também é uma atriz que sabe cantar bem) quando faz a transformação da tímida menina Louise para a stripper divertida e desinibida Gypsy Rose Lee. O número “Deixa que eu te Encanto” (“Let me Entertain You”), que fora protagonizado por diversas vezes por June, tornou-se o ápice de Gypsy. Mas o grande ápice do espetáculo é de Totia. Já no final quando interpreta versão arrasadora de “Rose’s Turn”. “A Hora da Rose” é a hora de Totia, que provoca sentimentos dos mais variados ao encarnar a sempre complexa Mamma Rose. É o momento de Totia Meirelles que, junto a todo o elenco e produção, envolve do início ao fim de Gypsy.

Vale muito à pena conferir.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dorei traz novos ares para a música em "Respire"


Opinião de Cd
Título: Respire
Artista: Cláudia Dorei
Gravadora: Independente
Cotação: ***

Cláudia Dorei começou em 1997 a árdua batalha no mundo da música em busca de reconhecimento. Criada no terreno da rap music, a carioca foi apadrinhada no início pelo rapper B. Negão. E em seu primeiro (bom) álbum – antes disponível apenas para download, e agora disponível em álbum físico –, Respire, Cláudia mesmo sem fazer rap, não nega as origens.

“Acontece”, a faixa que abre o disco e funciona como carro0-chefe do álbum, tem, em sua sonoridade eletrônica, uma cadência do rap. Já “Gentileza” é uma boa faixa experimental, que, mesmo não primando pelo capricho no acabamento da letra, evoca o trabalho da cantora paulistana Céu. Mas, na contramão de “Gentileza”, “Pérolas” mostra além de arranjo caprichado, letra à altura. É resultado da boa produção realizada pela própria Dorei. Pena que, ao longo do álbum, os arranjos parecem se auto-clonarem. É o caso de “Menina” e “Não Sei” que, apesar de boas (destaque para a segunda), não conseguem se diferenciar de suas antecessoras em matéria de arranjo. E é o que acontece também com “Eu Sou” que, apesar de interessante, tem a mesma batida eletrônica que ronda o álbum como um todo. Mas a canção, talvez pela letra quente e pela voz envolvente de Dorei (que se mostra não só boa compositora como cantora exímia), se destaca no álbum como uma das melhores. E, nessa segunda metade, o álbum prima pela beleza das letras. “Já Passou” e “Warm Up” são as únicas mais irregulares. Relevante. Visto que “Demorô”, “Som” e “Foi Bom” redimem a fraca sequência. A última canção, aliás, encerra o álbum, deixando boa impressão.

Enfim, Dorei tem tudo para crescer dentro do que se propõe a fazer. Pode, inclusive ser um dos destaques entre as descobertas de 2010, caso não se renda às fórmulas previamente prontas do mercado fonográfico. Tem tudo para crescer.


domingo, 18 de julho de 2010

Lady Gaga NÃO É Madonna!


"Lady Gaga é a nova Madonna". É o que eu mais tenho ouvido hoje em dia. Todos sabem que sou fã de Madonna e que vou com a cara da Gaga, porém, é inegável: Lady Gaga não é Madonna! Primeiro que nunca existirá uma nova Madonna, porque tudo o que a rainha do pop fez já está feito, então mesmo que queimem cruzes, mesmo que falem abertamente de sexo, mesmo que façam o que fizerem, Madonna já terá feito. Lady Gaga também não é revolucionária. Revolução é, na verdade, uma expressão única e exclusivamente ideológica, como as críticas que Madonna fez à igreja católica enquanto instituição no clipe de "Like a Prayer", ou então quando a mesma foi contra o puritanismo norte americano e criou a era Erotica. Portanto nada, NADA, do que Lady Gaga fizer vai sequer roçar na genialidade (e vejam, estou falando em gênios) do que a rainha do pop já fizera. Muito mais que a música, Madonna usou de ideologias que deixaram de se repetir. Falou metafóricamente sobre o sexo antes do casamento (o clipe de "Like a Virgin"), deu espaço à cultura latina (o clipe de "La Isla Bonita"), causou polêmica muito antes de Nicole Kidman ao se envolver com um garoto mais jovem (o polêmico selinho dado no clipe de "Open Your Heart"), falou da liberdade sexual feminina (o clipe de "Express Yourself"), criticou a igreja católica (o já citado clipe de "Like a Prayer"), fez confissões ao mundo ("Oh Father"), apresentou ao mundo uma cultura nova, a dança "voguing" (clipe de "Vogue"), lutou contra o puritanismo norte americano (a era Erotica), abriu espaço para a cultura marginalizada dos subúrbios norte americanos (clipe de "Secret"), foi experimental e esotérica (no álbum Ray of Light), criticou o governo político norte americano (American Life) e se jogou nas pistas de dança européias (Confessions on a Dance Floor). Tudo sempre com muito pop, sucesso e arte. Madonna lançou moda (cabelos, roupas, cor de cabelo e por aí a dentro - como na polêmica turnê Blond Ambition Tour). A cantora pop. Hoje, depois dos 50 anos, continua mostrando que ainda tem muito o que dizer, colocando o Malawi no mapa ao adotar uma criança do país africano, construindo escolas e instituições. Madonna está muito além das batidas pop que se ouve em seus álbuns (que, aliás, foram mote perfeito para artistas como Kylie Minogue, e cópias como Britney Spears e a própria Gaga, formarem seu conhecimento musical). Madonna foi tão importante quanto Michael Jackson (que fica para uma próxima análise).
Gaga, por outro lado, coleciona fãs pela simples excentricidade. As roupas não são feitas para serem tendências, mas sim para prenderem a atenção do espectador. Que ela é uma ótima cantora, ninguém duvida (com mais potência vocal que Madonna, inclusive), mas que ela é uma artista revolucionária, esse é um conceito a ser estudado. Afinal, tirem os apetrechos eletrônicos de Gaga, todas as roupas excêntricas, todas as besteiras que ela diz na mídia para gerar polêmica... e o que nós temos? Quase nada, apenas uma boa cantora com um repertório interessante. O que já deveria ser o suficiente, afinal seus álbuns The Fame e The Fame Monster, têm boas canções (se bem lapidados). E aliás, vale ressaltar também uma grande diferença artística de Gaga com Madonna. Madonna lança álbuns que procuram ser distintos do anterior, sempre com uma nova temática e com sucessos diferentes, com novas abordagens, enquanto Gaga vive de reedições de seu primeiro álbum, The Fame e de EP's e coletâneas com remixes de sua obra. Falta bom senso artístico à cantora.
Enfim, para encerrar, a grande diferença de Gaga com Madonna é: ideologia. Madonna usava do mercado para dar vazão às suas ideias, tornando-se assim um produto a ser consumido por aqueles que procuravam algo para dançar e por aqueles que procuravam com o que refletir. Gaga, por outro lado, é apenas produto. Sem ideologias concretas, apenas diversos clichês. Ou vocês acham que Madonna também já não tratou do excesso da mídia mundial? Dêem uma olhada no clipe de
"Drowned World/ Substitute for Love". O que Gaga faz com "Paparazzi" não é inovador, é apenas mais do mesmo. Gaga é apenas mais do mesmo. Por isso, por ser apenas uma cópia de si mesma, ela não pode ser Madonna que, em mais de 25 anos, conseguiu (e ainda consegue) se manter no topo da carreira, mesmo que os áureos tempos já tenham passado, alguém já viu um show de Madonna num estádio não lotar? A tia pode.
Lady Gaga NÃO É a nova Madonna! Lady Gaga é apenas... Lady Gaga (o que não é demérito).

Gadú, Alcione, Caetano dentre outros em "Ti Ti Ti"


Com estreia prevista para segunda-feira (19), a novela Ti Ti Ti já conta com um elenco de peso em sua trilha sonora. Além de Zélia Duncan (que comparece com regravação de "Decadence Avec Elegance"), Rita Lee (que regravou sua canção "Ti Ti Ti", lançada em 81 e regravada pelo grupo Metrô em 84), Ney Matogrosso (com a também regravação de "Seu Tipo", lançada por Ney em 79 em álbum homônimo) e Maria Bethânia (com a canção "O Que eu não Conheço", lançada em 2009 pela intérprete), a trilha também contará com os nomes de Alcione, Caetano Veloso, Maria Gadú, Titãs, Pery Ribeiro, Pato Fu e Ivete Sangalo em dueto com Marcelo Camelo. Mas a (grata) surpresa fica mesmo pelo grupo Biquini Cavadão, que vai regravar a canção "Agora é Moda", lançada em 1979 por Rita Lee no álbum Babilônia. Na trilha também estarão Diana Krall ("Cry me a River"), Alejandro Sanz ("Desde Cuando") e John Mayer ("Heartbreak Warfare").

sábado, 17 de julho de 2010

Be Italian - Nine

Vídeo do musical Nine, que em 2009 virou filme, mas já passou pelos palcos de Londres, Paris e Broadway. O link abaixo é da canção "Be Italian" que, no filme, é interpretado pela cantora Fergie. Vejam a versão da Broadway na década de 80:


You’ve Gotta Have a Gimmick - Gypsy

Getting Married Today - Lado a Lado com Sondheim

Musical da dupla Möller & Botelho, Lado a Lado com Sondheim foi um dos musicais mais aclamados por público e crítica. Era uma homenagem ao compositor Sondheim, um dos ícones do teatro musical. A canção "Getting Married Today" é interpretada (numa versão em português) por Sabrina Kogut. Vale (e muito) à pena.


DVD de Simone no segundo semestre


O DVD que registra o show Em Boa Companhia, de Simone, já tem data quase certa para ser lançado. Gravado em abril, o projeto deverá ser lançado pela Biscoito Fino neste segundo semestre de 2010, entre os meses de setembro e outubro. O show que gerará o DVD é fruto do álbum Na Veia, lançado pela "cigarra" em 2009. No repertório, além das canções do álbum Na Veia, estarão sucessos da carreira da cantora, como "Tô que Tô, "Face a Face", "Ex Amor" e "Verdade". No DVD, dirigido por José Possi Neto, Simone também incluiu "Fullgás" (Marina Lima/ Antônio Cícero), "Nada por Mim" (Herbert Vianna/ Paula Toller) e "Ive Brussel" (Jorge Ben Jor). Aguardar.

Simone - Bem pra Você/ Fullgás

Enquanto o novo DVD de Simone não chega às lojas, deixo aqui um dos vídeos da gravação do projeto, que ocorreu em Recife, no Teatro Guararapes. O vídeo mostra o momento em que a cantora apresenta a inédita "Bem pra Você" (Dé Palmeira/ Marina Lima), explica o conceito do show (Em Boa Companhia), e apresenta "Fullgás" (sucesso lançado por Marina Lima em 84). Eis:


Yuka idealiza disco coletivo para 2011


Cantor e compositor (que contou com ascensão nacional após ter feito parte da fundação do grupo O Rappa), Marcelo Yuka pretende lançar em 2011 um álbum recheado de participações. Ainda sem nada acertado ainda, o compositor deverá contar com as participações de Marisa Monte, Maria Rita, Marcelo D2 e da banda Nação Zumbi, dentre outros ainda não divulgados. Aguardar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ney regrava tema de 79 para trilha de novela


Ney Matogrosso é mais um dos artistas que vão regravar uma canção do próprio repertório para a trilha da novela Ti Ti Ti. A canção escolhida foi "Seu Tipo", lançada por Ney em 1979 em disco homônimo. A canção foi gravada semana passada no Rio de Janeiro com a mesma banda que acompanha Ney em sua atual turnê, Beijo Bandido. A trama de Cassiano Gabus Mendes, reescrita por Maria Adelaide Amaral, estreia na segunda-feira (19) e contará com canções como "O Que eu não Conheço" (lançado por Maria Bethânia em um de seus belos gêmeos, o romântico Tua) e "Decadence Avec Elegance", na voz de Zélia Duncan. A "cantriz" Alessandra Maestrini também estará na trilha da novela.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A capa e as faixas do canto de Roberta e Madeira


Já em pré-venda, Quando o Canto é Reza é o título do 4º álbum de Roberta Sá (5º se contado o álbum Sambas & Bossas, gravado pela cantora para ser distribuido por empresas brasileiras). Gravado ao lado do grupo Trio Madeira Brasil, Quando o Canto é Reza tem o repertório dedicado ao compositor baiano Roque Ferreira. O álbum é inspirado no show homônimo que a cantora apresentou em 2009, numa curta temporada no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ). O álbum conta com a participação de Moyseis Marques, na faixa "Tô Fora". Abaixo o roteiro do álbum, que chega às lojas em 27 de agosto via Universal Music:

1- Mandingo
2- Chita Fina
3- Zambiapungo
4- Cocada
5- Água da Minha Sede
6- Orixá de Frente
7- Água Doce
8- Menino
9- Tô Fora - com: Moyseis Marques
10- Xire
11- Marejada
12- A Mão do Amor
13- Festejo

Edição do "Segredo" de Leila tem duas capas


Lançado no início de junho, o álbum Meu Segredo mais Sincero de Leila Pinheiro ganha uma nova edição com uma capa diferente (foto acima). A nova edição, também lançada pela Biscoito Fino, é um tipo de utilização das duas capas aprovadas para o projeto onde Leila interpreta 15 canções de Renato Russo e da banda Legião Urbana. Ambas as edições (que não trazem nenhum diferencial ao longo das mesmas 15 faixas ) estão à venda.

Erasmo festeja 50 anos com vinil


Lançado em 2009 pela gravadora Coqueiro Verde Records, o álbum Rock'n'Roll de Erasmo Carlos ganha edição em vinil (feita pela produtora Polysom a pedido da gravadora de Erasmo) para festejar os 50 anos de estrada do compositor, completados neste ano de 2010. Já à venda com a tiragem limitada de 500 cópias, o vinil vem com a capa diferente do Cd produzido por Liminha.

Fonte: Notas Musicais.

"Nova Estação" ganha DVD e nova edição do Cd


Com lançamento agendado até o fim deste mês de julho, o DVD que registra o (bom) show Nova Estação, de Wanderléa, virá acompanhado de uma nova edição do Cd que deu origem ao show. A nova edição do disco Nova Estação deverá conter uma faixa-bônus ainda não divulgada, e virá no rastro do sucesso de sua primeira edição (esgotada em diversos pontos de vendas pelo Brasil). Aguardar.

Ney registra DVD de "Beijo Bandido" em agosto


Ney Matogrosso vai registrar, enfim, o DVD com o show Beijo Bandido. O registro será realizado na segunda quinzena do mês de agosto no recém reformado Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O show, que estreou em 2008 (enquanto Ney excursionava com o show Inclassificáveis), deu origem ao Cd homônimo (indicado ao Prêmio da Música Brasileira) e está em turnê pela Europa. E que venha o DVD.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Skut e veja Blitz em DVD


Lançado em outubro de 2009 o (bom) álbum Skut Blitz gerou (boa) turnê que, agora neste ano de 2010, chega ao DVD. Registrado no Rio de Janeiro, o segundo DVD da banda (o primeiro foi registrado em 2007 - Ao Vivo e em Cores) perpetua o show Skut Blitz, e traz no roteiro canções do álbum como as baladas "Eu, Minha Gata e Meu Cachorro", "Vida Mansa" e "Corações na Calça Jeans", além, claro, dos eternos sucesso da banda como "Você não Soube me Amar", "Betty Frígida", "A Dois Passos do Paraíso" e "Weekend". Eskute & Veja Blitz ao vivo já está à venda.

Fonte: Notas Musicais.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Juventude aflora com delicadeza em musical


Opinião de musical
Título: O Despertar da Primavera
Elenco: Debora Olivieri, Eduardo Semerijan, Malu Rodrigues e grande elenco
Direção e adaptação de texto: Charles Möller
Direção musical e letras: Cláudio Botelho
Local: Teatro do Shopping Frei Caneca - São Paulo (SP)
Data: 12 de julho de 2010 (em cartaz até agosto de 2010)
Cotação: **** 1/2

Mais um musical com a assinatura da dupla Möller & Botelho, O Despertar da Primavera voltou a São Paulo para cumprir curta temporada no Teatro do Shopping Frei Caneca. O musical (que estreou no Rio de Janeiro) aportou originalmente em São Paulo no início de 2010 para temporada no Teatro Sérgio Cardoso teve de voltar aos palcos devido ao grande sucesso e às mobilizações feitas na internet. Valeu a volta.

Espetáculo criado originalmente por Steven Sater e Duncan Sheik, baseados na obra de Frank Wedekind, O Despertar da Primavera conta, em sua montagem brasileira, com assinatura própria de Charles Möller, tanto na direção quanto no texto. Cláudio Botelho também consegue, mais uma vez, imprimir personalidade nas canções apresentadas, fazendo com que, nem de longe, pareçam versões. O elenco majoritariamente jovem e sedutor também contou (bons) pontos para que o espetáculo crescesse (mesmo que, na apresentação de 12 de julho, o elenco oficial não estivesse presente, contando com – bons – substitutos).

De temática forte, o musical conta as histórias, dúvidas e mazelas de jovens no auge da puberdade, todos entre 16 e 25 anos. Um grupo de jovens que vivem dentro de uma ditadura politicamente correta e que buscam respostas para as mudanças do corpo e dos prazeres da vida. Os temas são tratados como devem: com verdade! Möller não poupa o público, e deixa que tudo seja explicito, desde a masturbação de uma das personagens até a paixão explicita por outro pela professora de piano. Todas as dúvidas da adolescência, tanto de homens quanto de mulheres, estão ali no palco, para serem respondidas. Botelho também não mede palavras ao expressar a verdade nas canções, que são o grande ponto alto do espetáculo. Talvez seja estranho ouvir vozes ainda em formação num musical, mas é exatamente essa a graça. Desde o início com “Mamãe, me Explica” até a derradeira “Canção de um Verão”, é tudo explicito.

A história de um garoto que deixou de acreditar nos valores de sua época e que entende de tudo o que não era falado referente ao sexo é envolvente, assim como a história do garoto que não consegue passar de ano e, cheio de dilemas, decide se matar. A garota que fica grávida sem entender o que é o sexo ou o que é a vida em si também é encantadora. Mesmo que a história conte com um final triste, o musical nunca deixa a peteca cair em seus dois atos. Os atos são divididos entre um tipo de “antes e depois da descoberta do sexo”, visto que o primeiro ato termina quando o ato de sexo entre os dois jovens principais do espetáculo acontece. Uma cena bonita e poética, que teve de ser alterada visto que a atriz Malu Rodrigues agora é impedida de mostrar o seio esquerdo na peça graças a uma decisão do Ministério da Justiça. Censura pouca é bobagem!

Entre as cenas de destaque, está, no segundo ato, o suicídio de Moritz. Ponto para o elenco (muito) bem preparado(que soube driblar também os problemas de som do teatro). Outro tema recorrente na juventude, o homossexualismo, também é tratado entre duas personagens que descobrem seu próprio sexo. Outra grande cena, que mostra que o teatro não tem fronteiras. A pedofilia, outro tema também importante, foi abordado com a verdade que deve existir. Por essas e outras Charles Möller se destaca no mundo teatral.

Último grande ponto, mas nem por isso o menos importante (pelo contrário, talvez até o mais importante), as canções de Cláudio Botelho deram uma áurea viva ao musical. Destaque para temas como “Mamãe, me Explica”, “Tudo que é Sagrado”, “Nessa Merda de Vida”, “Venha”, “Um Escuro sem Fim”, “A Carta”, “Acredito”, “O Corpo é o Culpado”, “Não tem Tristeza e Vento Triste”, “O Que Ficou pra Trás”, “Se Fodeu”, “Velhos Conhecidos” (numa das cenas mais belas do espetáculo), e “Canção de um Verão”. Destaque também para Eduardo Semerjian e Debora Olivieri, que se desdobram em 9 papéis diferentes. Cada um a seu próprio modo.

O espetáculo tem um encerramento apoteótico com todo o elenco numa reprise arrepiante de “Se Fodeu”, com iluminação e cenário ímpares.

Enfim, O Despertar da Primavera faz sim jus ao grande sucesso que o trouxe de volta a cartaz num ato que, ultimamente, é inédito no Brasil. A força do teatro e da grife Möller & Botelho. Valeu.


Trilha de "despertar" se sustenta bem fora do palco


Opinião de Cd
Título: O Despertar da Primavera - O Musical
Artista: Elenco "O Despertar da Primavera"
Gravadora: Independente/ Aventura Entretenimento & Divina Comédia
Cotação: ****

Musical da grife Möller & Botelho, O Despertar da Primavera foi um dos grandes sucessos da temporada 2009/ 2010 no eixo Rio-São Paulo. O sucesso foi tanto que gerou também trilha sonora homônima baseada no espetáculo musical. O Despertar da Primavera – O Musical é tão bom fora dos palcos quanto dentro deles. Seguindo a ordem cronológica do espetáculo, o disco é um dos grandes achados do ano que, mesmo sem estar à venda fora dos teatros, pode ser obtido por download legalizado no site oficial do musical. As vozes dos atores/ cantores são boas o suficiente para sustentar as canções fora de cena, mérito também de Cláudio Botelho, que fez a versão das canções feitas originalmente por Duncan Sheik (música) e Steven Sater (letra).

A faixa que abre o álbum (e o espetáculo), “Mamãe, me Explica” conta com a boa voz de Malu Rodrigues, que volta a pôr voz na reprise da canção, que vem logo na faixa seguinte, contando com o mesmo coro que a acompanha no espetáculo. “Tudo que é Sagrado” e “Nessa Merda de Vida” também formam uma boa sequência, que funciona dentro e fora do palco. A trilha sonora é tão boa que até os diálogos das personagens dentro das canções não soa estranho, como o monólogo de Debora Olivieri em contraste com a canção “A Carta”. Canção de temática forte, “Um Escuro sem Fim” é uma das poucas que necessita de prévia interpretação cênica para fazer sentido a história da garota abusada pelo pai. Grandes momentos do musical, “Acredito” e “O Corpo é o Culpado” também são bons momentos que valem a atenção. Assim como “Não tem Tristeza e Vento Triste”, seguida de momento menor, “O Que Ficou pra Trás”. “Se Fodeu” não tem a mesma força no álbum quanto no palco, mas nem por isso deixa de ser um bom momento. Momento sedutor, “Murmurar” mostra a mesma beleza de “O Corpo quer Falar” ou “Velhos Conhecidos”. Diferente da peça, o álbum é encerrado com “Canção de um Verão”. Talvez o único desfalque do álbum para a peça seja a ausência da reprise de “Se Fodeu”, que conta com todo o elenco em cena para o derradeiro momento, forte e impactante.

Enfim, O Despertar da Primavera – O Musical é tão bom quanto a peça que o originou e vale à pena ouvir, mesmo sem ter assistido a peça. Mas se você assistiu, vale ainda mais à pena ouvir.


Letras de Chico viram seriado na Globo


A cúpuca artística da emissora Rede Globo bateu o martelo e decidiu! Será produzida uma minissérie com base em quatro letras de Chico Buarque. O compositor, que já aprovou a ideia e liberou suas canções, fez apenas um pedido para a emissora: que "Construção" seja a primeira letra a ser adaptada. As outras canções ainda estão sendo estudadas. O elenco já está fechado, e conta com atrizes como Betty Faria (que volta para a Globo após passagem rápida pelo SBT em Uma Rosa com Amor) e Tônia Carrero. O diretor Roberto Talma escolherá o autor que fará a dramatização e ligação entre a letra e a canção.
A série, ainda sem nome definido, tem estreia prevista para o primeiro semestre de 2011.

"Pânico na TV": A vergonha da TV brasileira.


Vamos falar agora de coisa série! Sou um grande militante anti-censura porque acredito nos direitos da liberdade... Mas convenhamos que até liberdade tem limites! Pânico na TV, um programa xulo, de humor duvidoso e escroto. Alguém me diga onde está a graça deste programa? Onde está a graça de uma mulher já feita arrotar no rosto de seus entrevistados, sendo eles do calibre de Hebe Camargo? Onde está a graça da exploração da desgraça alheia para humor? Pânico na TV cadê o humor?
Eu convivo com gente que se mija de rir ao ver esse programa que, na minha nada humilde opinião (porque para opinar sobre esse programa não precisa ter humildade, mas sim bom senso), é a vergonha da TV brasileira! Mais vergonhoso até mesmo que o Legendários (que interrompeu uma palestra série de Marcelo Tás para fazer graça). Nem eles chegaram ao ponto escatológico e desrespeitoso do Pânico na TV. Esse post só existe porque fiquei indignado com uma nota que acabo de ler no Fórum Na Telinha. A matéria diz o seguinte Após atacar Laura Cardoso, Mulher Arroto é expulsa em shopping. Agora me digam: qual a graça d euma mulher ARROTAR no rosto de um dos ícones da cultura nacional, a grande LAURA CARDOSO? Uma mulher que fez parte da história da TV brasileira, que ajudou a construir o conceito de teatro brasileiro, militante contra a censura brasileira, anti-ditadura militar, uma das atrizes mais completas que já fez de tudo e, aos 82 anos, continua na ativa como pouca gente. É por essas (e outras) que eu sou completamente a favor da extinção desse programinha lixo, Pânico na TV, da história da TV. Onde já se viu? A juventude só pode estar mesmo perdida para ver graça num programa que tem como quadro uma escatologia mal educada! Vou transcrever aqui abaixo a matéria para que vejam que não estou inventando nada, mas, antes, um último apelo: FORA Pânico na TV!

O lançamento do livro de Glória Pires em São Paulo, nesta segunda (12), na livraria Saraiva do shopping Pátio Higienópolis, terminou de forma vergonhosa para a equipe do programa Pânico na TV. Integrante do humorístico da Rede TV!, Vanessa Barzan foi ao local com o intuito de se passar por jornalista e arrotar no rosto de seus entrevistados.

Vanessa, também conhecida como Mulher Arroto, bebia água tônica no intuito de produzir gases. Nos intervalos das gravações, colocou o microfone debaixo do braço.

A atriz Laura Cardoso, que tem 82 anos e é considerada um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, foi ao local para prestigiar Glória Pires, a quem disse considerar sua filha, por ter interpretado a mãe das gêmeas Ruth e Raquel na novela Mulheres de Areia (Globo), em 1993.

Assim que conseguiu seu autógrafo, Laura atendeu aos pedidos de entrevistas dos repórteres. A atriz foi tão atenciosa com a imprensa que saiu ovacionada por quem estava na livraria.

Enquanto Laura se dirigia para a saída do shopping, a integrante do Pânico tentou abordar a atriz, fez-se passar por jornalista e lhe pediu uma entrevista.

Mesmo já tendo falado com a imprensa, Laura, para não fazer a desfeita, aceitou conversar. Quando os jornalistas perceberam o que iria ocorrer, um deles foi até Laura e a avisou do objetivo da falsa repórter: arrotar em seu rosto. A atriz, constrangida, pareceu não acreditar naquilo. Laura ainda questionou a uma amiga jornalista:

- O que eu fiz para ela fazer isso comigo?

Vanessa Barzan, que já arrotou no rosto de Hebe Camargo, de 81 anos, ficou nervosa com o fato de os jornalistas terem impedido sua gravação e até ameaçou chamar a polícia. Ela foi convidada a se retirar do local. Os jornalistas argumentaram que até entendiam o lado humorístico da atração, mas que arrotar no rosto de uma senhora como Laura Cardoso nada mais é do que uma falta de respeito. O público presente no shopping compartilhou dessa opinião.