domingo, 31 de outubro de 2010

Kiara Sasso vive papel de Streep em musical


Papel encarnado por Meryl Streep na primeira adaptação para o cinema do musical Mamma Mia, a protagonista Donna será encarnada pela "cantriz" Kiara Sasso (foto - durante encenação do musical O Médico e o Monstro) na primeira montagem brasileira do musical (que tem como mote as canções do grupo Abba). O espetáculo (montado originalmente nos anos 70) conta a história de uma garota louca, Sophie (Pati Amoroso), que está prestes a se casar e sonha em conhecer o verdadeiro pai. Para tanto ela manda um convite de seu casamento para os três homens que fizeram parte da vida de sua mãe, Donna (Kiara Sasso). A partir daí a vida de Donna se torna uma grande loucura. Uma loucura regada às melhores canções do grupo Abba, dentre elas os clássicos "Dancing Queen", "The Winner Takes it All", "Honey, Honey" e, claro, "Mamma Mia". O elenco ainda conta com o nome de Saulo Vasconcelos, que protagonizou ao lado de Kiara sucessos como A Bela e a Fera, A Noviça Rebelde e O Fantasma da Ópera.
O musical tem estreia prevista para o dia 11 de novembro no Teatro Abril, em São Paulo. Os ingressos custam de R$ 80,00 a R$ 250,00 e já estão à venda.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Beth Goulart assina contrato com a Record


Uma das maiores atrizes do Brasil, Beth Goulart assinou contrato com a TV Record, informou o colunista Flávio Ricco.
Beth, que cumpre concorrida temporada em São Paulo com seu monólogo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, teve seu último trabalho na Rede Globo, na novela Três Irmãs. A atriz está à disposição do diretor Hiran Silveira, e pode entrar na nova versão de Rebelde ou na próxima novela da emissora, que será escrita por Christianne Fridman.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O ensaio inorgânico de Marina



No último dia 24 de outubro a TV Cultura exibiu o programa Ensaio com a cantora Marina Lima. Desde que o programa foi gravado, em junho/ julho, minha ansiedade não se continha. Quando foi anunciada a data de exibição passei muito tempo contando horas, minutos, segundos, foi uma loucura. Eis que chega o dia. Eis que chega o momento. Um coração já pulava pra fora do peito. Minha vontade era a de ver o que ela estava produzindo, o que ela fazia... A abertura foi “Fullgás” numa versão diferente das que ela mesma já fez (Fullgás, 1984, Registros à Meia-Voz, 1997), uma versão fria, mas interessante. Depois cantarolou um trecho de “Alma Caiada”, primeira canção composta por Marina com Cícero, gravada por Bethânia em 1976 mas lançada apenas em 1980 por Zizi Possi em seu segundo álbum, Pedaço de Mim. A voz estava mais frágil, bem mais frágil que antes, mais rouca e o esforço para cantar parecia estar redobrado. No entanto a rouquidão mostrava um ar sexy que casou muito bem com o clima do programa. Ela respondia às perguntas de Fernando Faro sempre certeira, e as perguntas foram bastante propícias. A primeira inédita apresentada foi “Doce de Nós”, uma canção gostosa e de letra forte. Sexy e intensa. “Charme do Mundo” continuou charmosa, com um arranjo eletrônico quase tropical. A segunda inédita foi “Não me Venha mais com Amor”, uma música bonita, parceria com Adriana Calcanhotto. Um dos destaques. “Mesmo que Seja Eu” e “Me Chama” foram canções corretas e gostosas de serem ouvidas. Os grooves eletrônicos de “O Chamado” não valorizaram a canção. Assim como “Virgem” que ficou estranha, assumindo um posto de balada eletrônica, perdendo um pouco da emoção que a canção transpõe. “À Francesa” fechou o programa sem realmente empolgar.

O Ensaio de Marina mostra um pouco do que está por vir no álbum Clímax, que conta com a produção de Edu Martins, que produziu Setembro (2001). O fato é que as batidas eletrônicas, que tomaram conta de Setembro, parecem estar tomando conta também de Clímax, o que faz com que o trabalho pareça menos orgânico e estranho. As canções todas tinham alguma programação exagerada, que pecavam em tirar toda a naturalidade das canções de Marina. Diferente de Lá nos Primórdios, onde Marina dosou as bases eletrônicas e fez um disco pop, orgânico, natural, já Clímax, se seguir os moldes do Ensaio poderá ser um disco perdido e esmaecido, como Setembro. Menos orgânico e natural.


Três (que não foi exibido pelo programa)


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Simplesmente Ivana


Foi em janeiro de 2008 que eu comecei o meu flerte com o teatro musical no Brasil. Até então eu tinha muito pouco conhecimento ou muito pouco interesse por esse que, dois anos depois, viria a se tornar o meu gênero favorito. Foi em 2008 também que eu passei a me interessar pela dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho graças ao espetáculo 7 – O Musical que, infelizmente, não pude assistir. Mas foi a partir deste musical que me surgiu pela primeira vez o nome de Ivana Domenico (que viveu a divertida Madalena). Esse nome ficou guardado comigo por dois anos, quando caí realmente de 4 pelo teatro musical graças ao maravilhoso Hairspray (onde deu vida à hilária Pruddy Pingleton). A história conto depois, o fato é que Ivana fazia parte do elenco carioca deste espetáculo e isso me interessou e muito. Passa o tempo e a vida passo e vou ouvindo e conhecendo o trabalho desta que, em minha concepção, é a rainha do teatro musical brasileiro. Ivana canta, dança, atua e encanta. Tem uma voz inconfundível e deliciosa, e por isso é um dos destaques entre tantas (ótimas) “cantrizes” brasileiras. Ivana se destaca, mesmo com nomes ótimos e de peso como Gottsha, Alessandra Maestrini, Sabrina Korgut, Alessandra Verney e Marya Bravo (dentre outras), que admiro incondicionalmente. Desde 96 seu ramo é musical e graças a Deus que é musical. Uma mulher que grava pontas em novelas, jingles, participa de Cd’s de outros artistas, mas que, no palco, é única. No palco foi aplaudida de pé por 3 minutos durante Cristal Bacharach. Começou profissional, sem DRT em Amores de Verão (com Eri Johnson), fez sucesso com uma montagem amadora de Godspell, quase se tornou uma cantora de rock para fazer frente a Cássia Eller (com o espetáculo Biografia não Autorizada do Rock). Participou do primeiro musical da dupla Möeller & Botelho, As Malvadas.

Lado a Lado com Sondheim, 7 – O Musical, Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha, Cristal Bacharach, Hairspray, Beatles num Céu de Diamantes, Ópera do Malandro, As Malvadas, Cole Porter – Ele Nunca Disse que me Amava, enfim, tantos musicais marcantes... Confesso que As Malvadas, Ópera do Malandro e 7 – O Musical marcou o trabalho de Ivana mais forte em minha vida. Não há personagem que ela não encare com força e coragem, não há música que ela não imponha sua marca, não há nenhum conhecedor de teatro musical que não venere o nome de Ivana e não Dê a ela o título de “rainha” (assim que me refiro a ela com ela própria).

Enfim, um post que não chega a ser uma homenagem, mas uma pequena declaração da minha admiração pelo trabalho desta verdadeira rainha. Ela que é A cantriz. Ela que não faz TV, mas tem um nome respeitado por onde quer que vá. Ela que é simplesmente ela. Simplesmente Ivana... Simplesmente Ivana Domenico.


Estela - A Boneca (As Malvadas)



Estela - A Boneca (As Malvadas)



Vingativa - As Malvadas


Esfregando o Chão - Ivana e Janaína Azevedo em "7"

You'll Never Walk Alone - Ivana em "As Malvadas"

Ivana cantando "Dreamin" na boate Le Boy

Ivana Domenico - Algumas fotos










Blow Gabriel Blow - Ivana em "Cole Porter"

Here, There and Everywhere - Ivana em "Beatles num Céu de Diamantes"

I'm Still Here - Ivana em "Lado a Lado com Sondheim"

Just One Those Things - Ivana em "Cole Porter"

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Se você morrer eu me suicido.

Lembra-se do tempo em que escrever bobagens românticas (como essa) faziam nossa cabeça? Sempre atrás de uma bobagem maior para definir não um amor carnal, mas um amor quase fraternal. Um amor de dois amigos que viam um em outro um tipo de espelho onde se mirar. Essa (e tantas outras bobagens) fazia parte do nosso extenso repertório de clichês de uma amizade eterna que, por um simples baile, foi por água abaixo. Você e sua falta de percepção, eu e meu ciúme incontrolável. Essa mistura nunca foi promissora e, por mais que tentássemos, sabíamos disso. Você tão extrovertida, eu tão introvertido. Você tão falante, eu tão calado. Você sempre consoladora, eu sempre tão consolado (vice e versa periodicamente). Tínhamos tudo para sermos aqueles amigos de mais de 50 anos. Seu sorriso, meu humor, suas broncas, minhas broncas, nossas faltas de assunto. Tudo isso era química pura. Mas nem toda química dá certo. Nem todo composto é sólido, ás vezes ele é solúvel e se dissolve para nunca mais se ouvir falar. E foi assim com nós dois.

Eles se encontraram por acaso há anos atrás nos bastidores de uma peça, ele esbarrou nela. “Desculpe”. Ela abriu um sorriso doce. “Tudo bem”. Os dois seguiram, cada um para um lado, seus caminhos. “Você sabe onde fica o banheiro?”. “Virando o próximo corredor à esquerda”. “Obrigada”. “Disponha”. “Eu acho que te conheço de algum lugar”. “Mesmo? De onde?”. “Não sei, mas seu rosto não me é estranho. Você não fez inglês na Universidade de Jacareí?”. “Não, nem conheço Jacareí”. “Então não é você. Me desculpe e obrigada mais uma vez”. “Disponha mais uma vez”.

Ela foi rumo ao banheiro e ele continuou perdido ali nos bastidores à procura de um camarim onde se instalar. Quando encontrou seu camarim e finalmente se instalou deu de cara com a moça do corredor. “Você aqui?”. “Pelo visto vamos dividir camarim”. “Meu nome é Ricardo.” “Eu sou Alessandra”. Depois daquele primeiro aperto de mãos sabiam que nunca mais iriam se separar.


Sei que é difícil de dizer, por isso mesmo estou escrevendo esta carta. Não acho que você vá lê-la, até porque há muito tempo você não lê nada que eu escrevo. Desde que você não me chamou para ser um dos seus representantes você não se importa mais pelo o que eu digo ou deixo de dizer. Fiquei lá, sentado de canto esperando um simples olá e nada seu. Fiquei ali com toda a minha consideração engasgada na garganta enquanto você se esbaldava com gente de mais chão e menor consideração. Impressionante como essas coisas acontecem na vida não é? A dedicação e a consideração deixaram de valer alguma coisa se você tem menos de 28 anos. Antes dos 28 é tudo fugaz, tudo passageiro. Pessoas são descartáveis. Sempre que surgir alguém mais legal e com mais bobagens a oferecer, essa pessoa será o centro de sua atenção. Isso até que você chegue aos 28 anos e perceba que é tarde demais – porque será tarde demais – para voltar atrás.


“Ela vai dizer que você é uma menina doce e que sabe do seu potencial, mas a porta do colégio não é para que você faça esse tipo de coisa e blá blá blá, confie em mim, conheço a Veridiana”. “Será mesmo? Estou com medo”. “Não precisa. Depois de uma conversa com ela, você já conhece o repertório inteiro”. Ela estava desesperada. Tinha aprontado todas beijando um rapaz na frente do portão de seu colégio, causando a maior arruaça, uma arruaça tão grande que a diretora foi obrigada a chamá-la para conversar. Ele não estudava no mesmo colégio, mas conhecia a diretora, conhecia também o repertório de broncas e sermões, tanto que os disse de cor para que ela se acalmasse. No dia seguinte veio a notícia: ele estava certo. Cada palavra, cada frase, cada vírgula, sílaba, preposição, tudo! Ela estava livre assim como ele dissera. Marcaram de se encontrar antes de ele viajar para Portugal. Tomaram um chocolate quente e conversaram muito (mais riram do que conversaram, na realidade). Ele se sentia nas nuvens e confiante de que tinha finalmente encontrado uma nova amiga para tapar o buraco deixado por outra – que já é uma outra história. Aquele era seu bálsamo, seu porto seguro... sua gêmula.

O que mais me doía era ver você ali, dançando com gente que você mal conhecia, que jamais te estenderam a mão, que, no máximo, foram companheiros de balada enquanto eu ficava ali de lado sendo fuzilado por olhares alheios de gente baixa e sem categoria. Me sentia como um animal em extinção no zoológico. Mas o olhar não era de pena. Era de desprezo. Desprezo de gente que nem sequer sabia o significado da palavra desprezo, não por serem bons demais, mas por falta de conhecimento. Decidi que a partir dali tudo estava acabado. Fui embora e graças a Deus não precisei dar um pio dentro do carro. Aquela cena ficou marcada na minha memória por tanto tempo que hoje te escrevo essa cartaz. Você nesse momento deve estar batendo papo com algum amigo popular. Rá! Por quanto tempo dura uma popularidade. Deus me livre de ser popular. Quero mais é que os populares se fodam. Quero mais é que você se foda com os populares. Quero lembrar que te esqueci e nunca mais saber que você existe. Esquecer seu nome nas festas quando for apresentá-la a alguém e nunca mais chamá-la por nenhum apelido carinhoso. As letras que fiz a seu favor? Esqueça. Todas serão refeitas para outros nomes que nem existem e, se Deus quiser, jamais existirão. Cansei de amizades fortes como a sua. Cansei de coisas muito intensas como você. Gente alegre demais não me desce mais à garganta graças a você. Você acabou com a minha possibilidade de admirar gente alegre. Também não quero mais cuidar de ninguém, menos ainda achar quem cuide de mim. Aliás, esqueça o foda-se que escrevi mais acima. Mais tarde com certeza vou apagá-lo. Agora não, mas mais tarde com certeza. Esqueça o foda-se e coloque no lugar um eu te adoro. Fica menos deselegante, mas ainda assim mantém a mesma idéia do foda-se! Portando espero que você saiba: eu te adoro!

Os dois se despediram pela última vez no aniversário dela. Completava a idade da estrela. Casais por todo o salão mas ele não foi convidado a dançar. Fez um discurso grande e emocionado, mas não foi aplaudido. Ela com certeza não se lembraria do discurso tempos depois porque ele sucedeu duas amigas e precedeu dois outros amigos. Ele foi o intervalo. Se encontraram de novo apenas meses depois quando ele fingiu que não a conhecia e apenas a cumprimentou quando ela pegou em seu braço e o cumprimentou. Ele fingiu esquecer o nome dela na hora de apresentá-la a uma amiga e assim acabou a história dos dois. Ele foi dançar para um lado e ela foi namorar um garoto que, por conselho dele, está com ela há mais de meses.

E só pra te lembrar que, nesse fim de amizade: eu te adoro!

domingo, 10 de outubro de 2010

A "Festa" de Bethânia em pré-venda


Já está em pré-venda na Saraiva o novo Cd de Maria Bethânia. O álbum (duplo) é o registro em áudio de seu show Amor, Festa e Devoção, que conquistou América Latina e Europa, comemorando os 45 anos de carreira da "abelha rainha", dedicados à sua mãe, Dona Canô. O álbum (capa acima) chega às lojas oficialmente no dia 05 de novembro, já o DVD (com o registro do mesmo show, gravado no Vivo Rio - RJ) deve chegar apenas em dezembro. Veja abaixo o roteiro dos dois discos (contabilizando 46 faixas), que chegarão às lojas via Biscoito Fino:

Cd 1:

1- Santa Bárbara
2- Rosa dos Ventos (vinheta)
3- Vida/ texto "Olho de Lince" (Waly Salomão)
4- Feita na Bahia
5- Coroa do Mar
6- Encanteria
7- Linha de Caboclo
8- É o Amor Outra Vez
9- Tua
10- Fonte
11- Explode Coração
12- Queixa
13- Você Perdeu
14- Dama do Cassino
15- Até o Fim
16- Serenata do Adeus
17- Balada de Gisberta
18- Zanzibar (instrumental)
19- Seara (instrumental)
20- Lia de Itamaracá (instrumental)
21- Desenredo (instrumental)
22- Santo Antônio (instrumental)
23- Fica Mal com Deus (instrumental)


Cd 2:

1- Não Identificado
2- Curare
3- Estrela
4- Serra da Boa Esperança
5- Doce Viola
6- Guariatã
7- Pescaria
8- Saudade Dela
9- Ê Senhora
10- Batatinha Roxa
11- A Mão do Amor
12- Saudade
13- É o Amor
14- Vai dar Namoro
15- O Nunca Mais
16- Bom Dia
17- Andorinha
18- Bandeira Branca
19- Domingo
20- Pronta pra Cantar
21- O Que é O Que é
22- Encanteria
23- Reconvexo

sábado, 9 de outubro de 2010

O Kid Abelha e seu "Glitter de Principiante"


"Agora que acabou fevereiro e outras águas virão, de repente deu uma febre de emoção sem freio, devaneios confiados a Iemanjá, até já. Com você me sinto livre pra realizar..."

Assim sentenciam as primeiras frases de
"Glitter de Principiante", a nova música do Kid Abelha. Essa é a primeira canção do grupo desde que Paula Toller foi divulgar seu Cd solo (SóNós), George Israel foi fazer o mesmo (Distorções do meu Jardim e 13 Parcerias com Cazuza) e Bruno Fortunato foi tirar umas férias. A canção já está rolando nas rádios e tem bem a pegada pop-rockeira-juvenil-pseudo-infantil do grupo. "Glitter de Principiante" é quase uma canção melancólica, não fosse a guitarra de Bruno (que, depois de um bom tempo, volta a comparecer com garra) e o sax de George (que, desde o Pega Vida, não anda dando no coro como antes), que fazem com que a canção vire uma balada adocicada e anti-melancolia.
A letra de La Toller não sai muito do lugar comum do Kid, mesmo com boa analogia usando de sequências deliciosas, como "não vou levar a vida carregada de tristeza e deixar essa magia passar batida, reluzindo na vitrine glitter de principiante, gloss de beijo de amante". Confuso? Sim. Mas gostoso de ouvir e de cantar.
O fato é que o Kid está de volta. Nem melhor nem pior (apesar de que se
"Glitter de Principiante" for uma pista do que vem por aí, o Pega Vida vai fazer uma grande falta), apenas Kid com Paula cantando bem (já cantou melhor), com Bruno voltando a se sobressair (graças a Deus) e com George um tanto perdido em seus próprios arranjos.
Aguardemos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu Caibo Numa Calça 40!


Moema, Zona Sul de São Paulo. Bianca sai de casa atrasada. Não pensa sequer em olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Sabe apenas que está atrasada e atrasos não fazem parte de seu itinerário. A calça justa não ajuda seus movimentos. Ela aperta suas coxas e lhe dá a sensação de que, por mais que corra, jamais sairá do lugar. E realmente ela nunca mais sairá da neura em que se instalou. A calça de número 43 é sua nova fixação. Quer destruí-la, quer acabar com ela, quer ser o Bush da calça. Por isso usa uma 40. Uma 40 que não lhe cabe. Uma 40 que lhe aperta as coxas e prepara campo para estrias e celulites. Estrias e celulites que lhe seriam releváveis, caso coubesse numa calça de número 40.

Pega um ônibus e entra afobada esperando que o motorista seja rápido e mal educado, não parando em metade dos pontos que lhe derem sinal. Infelizmente o motorista era ético. Parava em todos os pontos. Ético e lerdo. O relógio não parava de correr enquanto ela cantarolava, transtornada, Cazuza. “O tempo não pára. Não pára não, não pára!”. Chegou ao seu destino, meia hora atrasada. A calça 40 que usava já estava esticada a ponto de ser maior que uma 43. Possivelmente estava com a traseira rasgada, mas não se importou. Corria para ver se sua ambição já tinha sido arrematada. Correu e olhou a vitrine. Um sorriso estampou seu rosto ao ver que a calça azul de número 40 ainda não tinha sido comprada. Estava a 2 semanas admirando aquela calça 40. Uma calça que se recusava a comprar para que não a usasse e a estragasse. Uma calça azul escuro com brilhos discretos na bainha e um fecho dourado sem brilho e com um botão cravejado de falsos brilhantes. Tinha uma costura perfeita, sem linhas expostas, sem artes psicodélicas pseudo-modernas... Era uma calça simples e elegante, que cairia bem com qualquer jaquetinha preta ou com qualquer blusa Chanel que tivesse em seu guarda roupa. Não era uma Dolce&Gabbana, nem uma Gucci. Uma Chanel muito menos. “Chanel tinha horror a calças com brilho”, pensou. Era uma calça sem grife, sem marca, sem nome, sem dono. Ou melhor, tinha um dono. Bianca. Ela era sua dona por direito. Sabia que aquela calça fora feita especialmente para ela, sabia que ninguém poderia usá-la senão ela, sabia que se alguém a comprasse não saberia em que ocasiões usá-la. Enfim, era uma calça feita quase sob medida. O problema é que era 40 e, como já sabemos, Bianca tinha problemas com calças de número 40. Se achava mais magra por poder usá-las, mas no fundo sabia que estava mais gorda por ter toda aquela barriga saindo para fora. Mas estava decidida! “Vou emagrecer, vou caber nesta calça 40! Nem que pra isso eu tenha que fazer um pacto com o diabo!”. Não acreditava no diabo. Sabia que ela mesma deveria ser mil vezes pior que aquele que todos temiam. Já que a calça ainda estava ali decidiu voltar pra casa e lidar com sua dieta maluca que tirou de uma revista de beleza qualquer que achou escondida atrás dos livros de antropologia do padrasto. Estranho? Quem somos nós para julgá-lo?

Chegou em casa e correu para a cozinha. Preparou um prato de mamão, açúcar, banana, e bolachas de água e sal. Pegou um copo D’água e foi para o quarto. Leu em algum lugar que se comesse frutas com açúcar seguida de bolacha de água e sal seus organismos gastariam tanto tempo tentando digerir aquela loucura culinária que acabariam por desaparecer aos poucos e, com eles, sumiria a gordura. Também não podemos julgá-la. O desespero nos leva ao extremo do ridículo. O copo D’água era apenas um consolo, caso sua experiência não conseguisse ser digerida. Bianca estava esperançosa. Sabia que queria aquela calça e sabia que a conseguiria. Nenhum vendedor teria coragem de vendê-la. Todos já conheciam Bianca, que passava no mínimo duas horas por dia (e sete dias por semana) admirando e monitorando aquela calça. Todos a chamavam de “Garota da Vitrine”, porque eles a viam apenas pela vitrine. Nunca entrou na loja. Nunca tocou na calça. Mas sempre soube que era de número 40 e que deveria ser sua. Preço? Não se interessava pelo preço, afinal o cartão de crédito mágico do padrasto pagava tudo com um dinheiro que vinha de certas ilhas não identificáveis no mapa (quem somos nós para culpá-lo?).

Sempre soube que a calça seria sua. Consultou uma cartomante que jogou as cartas e disse-lhe: aquela calça que você tanto deseja será sua. Só o que a cartomante não foi capaz de precisar foi o número da calça que, de acordo com ela, era impossível de ser precisado pelas cartas. Os dias que se seguiram foram de total dedicação. Comia todos os dias mamão, açúcar, banana e bolachas de água e sal. Passou a desprezar batatas fritas, lanches do Mcdonalds, massas e qualquer outra fruta que não fosse aquela prevista em dieta. Não fazia exercícios físicos porque não queria que seus quadris alargassem. Comia e aguardava que a dieta fizesse resultado.

Um mês e meio após o início da dieta decidiu que era hora de comprar a calça. Era hora de vestir em seu corpo aquela calça 40 que lhe caberia como uma luva. Saiu correndo de casa, pegou o primeiro ônibus que apareceu e deu sorte. O motorista não tinha ética. Parava apenas em pontos que lhe fossem interessantes parar e estava despreocupado com a velocidade mínima no trânsito. Chegou na loja sabendo que seu dia estava perfeito. Entrou e foi cumprimentada por um dos vendedores, enquanto os outros cochichavam. “Será que hoje é o grande dia?” “Será que ela finalmente criou coragem?” “Será que aquela calça irá lhe servir?”. Pediu a calça da vitrine e correu para o provador. A calça demorou alguns segundos para chegar. Segundos que pareceram horas e horas que pareciam dias e por aí vai. Pegou a calça e a encarou. Olho no olho. Era hora da verdade. “Agora somos só nós duas calça. Eu e você. Sem cintas. Só você e eu!”. Despiu a calça que vestia com muita dificuldade. Iniciou o ritual do vestuário. Colocou a perna direita. Subiu a calça. Seguiu-se a perna esquerda. A calça não subia mais. Tentou com todas as forças e nada até que, com muito esforço e suor, conseguiu que a calça lhe entrasse. Olhou-se no espelho e uma lágrima caiu de seu rosto. “Eu caibo numa calça 40! Eu caibo numa calça 40!” gritava chorando de felicidade. Saiu do provador pulando e gritando “eu caibo numa calça 40! Eu caibo numa calça 40!”. Encarou um vendedor com um sorriso no rosto e disse-lhe: “eu caibo nessa calça! Eu caibo nessa calça 40!”. O vendedor disfarçou um sorriso sem graça. Ela gritava por toda a loja e todos os vendedores se entreolhavam sorrindo até que um deles, comovido pela pobre moça, acalmou-a e sussurrou em seu ouvido: “Essa calça é 45”.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vídeo do dia: Deixe Estar - Marina Lima

Vanessa expõe alegrias singelas sem urgências.


Opinião de Cd
Título: Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias
Artista: Vanessa da Mata
Gravadora: Sony Music
Cotação: **** 1/2

Quando foi descoberta em 1999 por Maria Bethânia como (boa) compositora por conta da canção “A Força que Nunca Seca” (parceria sua com Chico César), Vanessa da Mata já mostrava que gostava de ser simples e alegre. Quando surgiu como cantora no mercado fonográfico em 2002 com o hit “Não me Deixe Só” e em 2004 com o estouro de sua regravação de “Nossa Canção” e do remix de “Ai, Ai, Ai” Vanessa já se mostrava mais urgente, procurando um lugar ao sol. E foi essa urgência que marcou seus (bons) dois primeiros álbuns: Vanessa da Mata e Essa Boneca tem Manual. Foi em 2007 com seu terceiro álbum, Sim, que Vanessa pisou no freio e mostrou-se mais singela e menos imediata. Neste seu novo álbum, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, Vanessa consegue se expor com maior liberdade e sem nenhuma urgência. No álbum não há nenhum hit facilmente identificável como “Amado” ou “Boa Sorte” (os dois mega-hits de seu último álbum), mas todas as canções parecem ter proporções radiofônicas pelos refrões chiclete e pelos arranjos curiosos. Jogo de marketing? Não. Vanessa da Mata é assim. Simples, singela e de fácil assimilação. Mesmo sem nenhum hit radiofônico facilmente identificável, o álbum é aberto com “O Tal Casal”, a boa canção escolhida como single para puxar o álbum nas rádios. A canção, aliás, já tem boa rotação nas rádios FM’s. Vanessa trata de suas alegrias nesse novo álbum, e elas se mostram bem simples e singelas, é o caso de temas como “Meu Aniversário” (canção que faz menção – na letra e no arranjo – a Clara Nunes e Jorge Bem Jor) e na faixa-título “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias”, um dos destaques do álbum. Vanessa é uma compositora que já apareceu madura e foi melhorando ao passar do tempo. Prova disso é que assina, sozinha, 10 das 12 faixas do álbum, fazendo desde uma crítica bem humorada ao consumismo (“Bolsa de Grife”) até citação-crítica a sua classe feminina (na letra de “Fiu Fiu”). Fiel ao sentimento que faz o mundo girar, Vanessa fala de amor das mais diversas formas, mas sem cair na mesmice, como é o caso da balada “Te Amo” que, além da bela letra, conta com arranjo que abriga grooves eletrônicos e foge da esperada balada açucarada. Aliás, os arranjos do álbum são também grande surpresa. Vanessa assina os arranjos acompanhada de nomes de peso no flerte com a música eletrônica: Kassin, Gustavo Ruiz, Stephan San Juan e Donatinho. Ainda falando sobre o amor, Vanessa consegue sonhar (como na já citada “O Tal Casal”), enfurecer-se com um relacionamento que não vai pra frente (“Vê se Fica Bem”) e desmistificar o sentimento (“Moro Longe”). Nestas suas singelas alegrias, Vanessa mostra-se alegre também ao incorporar de vez parceiros novos a seu trabalho. A cantora faz a ligação “Brasil-África” em “Vá”, um dos destaques do álbum e bela parceria com Lokua Kanza. Outro momento de simples felicidade, “Quando Amanhecer” é a extensão da parceria da cantora com Gilberto Gil, iniciada com a levada “Lá Vem Ela”, lançada por Gil neste ano de 2010 em seu álbum junino Fé na Festa. “Quando Amanhecer” une Vanessa a Gil não apenas na composição, mas nas vozes também. O compositor botou sua voz e seu violão a trabalho da faixa, dividindo espaço apenas com a voz de Vanessa e com o vibrafone de Arthur Dutra, que pega pequenos cristais da melodia. Enfim, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias mostra Vanessa em uma fase mais singela e sem pressões, prazos, pressas ou urgências. São as simples alegrias de uma singela Vanessa.

Skank faz show em Sampa


O grupo mineiro Skank já se prepara para cair na estrada com a turnê de divulgação de seu novo álbum, Multishow Ao Vivo Skank - Ao Vivo no Mineirão. O show é uma retorspectiva dos 10 anos de carreira do grupo, que deve enfileirar, além das inéditas "De Repente" e "Presença", o show ainda deverá enfileirar hits como "Garota Nacional", "É uma Partida de Futebol", "Te Ver", "Três Lados", "Dois Rios", "Pacato Cidadão", "Resposta", "Tanto", dentre outros. O show ocorrerá no Citibank Hall nos dias 19 e 20 de outubro. Na sexta-feira os ingressos custam de R$ 50,00 a R$ 150,00 e, no sábado, de R$ 70,00 (pista) e R$ 150,00 (camarote).

Winehouse prepara álbum e faz show no Brasil


Enquanto prepara seu novo álbum, Q: Soul Bossa Nostra, que conta com a produção de Quincy Jones, Amy Winehouse negocia apresentações no Brasil. Já está previamente agendada uma apresentação da cantora no Rio de Janeiro, no HSBC Arena, em janeiro de 2011. A cantora também deverá se apresentar em São Paulo, mas local e data ainda não foram confirmados. Aguardar.

Norah Jones apresenta show gratuito em Sampa


Norah Jones se apresentará em novembro no Brasil. Serão quatro shows em quatro cidades diferentes. Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre (simultâneamente). A novidade é que a apresentação em São Paulo será gratuita. O show ocorrerá no dia 14 de novembro no Parque da Independência. Os outros locais onde a turnê será apresentada ainda estão sendo negociados.

Odair grava Arnaldo e abre parceria com Baleiro


Odair José já está prestes a finalizar seu próximo disco, Praça Tiradentes. A novidade é que o álbum tem não apenas canções de Odair, como também presente de Arnaldo Antunes. "Vou Sair do Interior" é a parceria de Arnaldo com Carlinhos Brown dada de presente ao cantor pelo tribalista.
Outra novidade é que, neste álbum, Odair abre novas parcerias. Como a que estreia agora com Zeca Baleiro, que lhe deu a inédita
"Como um Filme" e compôs junto "E Depois Volte pra Mim". O álbum de Odair será lançado pelo selo de Baleiro, o Saravá Discos, e é de Zeca a produção do álbum.

Fonte: Notas Musicais.

A capa e as faixas de "Dois é Show", de Partimpim


Essa é a capa de Dois é Show, o novo DVD de Adriana Partimpim, ora lançado pela gravadora Sony Music no mercado. O DVD, registrado em show no Vivo Rio (RJ) no início do ano e dirigido pela cineasta Suzana de Moraes, traz, além do show na íntegra, 4 vídeo-clipes nos extras. Veja abaixo o roteiro que assimila canções do primeiro álbum da cantora com seu último álbum, Dois, com adesão de uma regravação inédita:

1- Baile Partimcundum
2- Menina, Menino
3- Saiba
4- Ciranda da Bailarina
5- Alface
6- Canção da Falsa Tartaruga
7- O Trenzinho do Caipira
8- As Borboletas
9- Alexandre
10- O Homem deu Nome a Todos os Animais
11- Um Leão Está Solto nas Ruas
12- Gatinha Manhosa
13- Oito Anos
14- Bim Bom
15- Lig-Lig-Lig-Lé
16- Lição de Baião
17- Baile Partimcundum

"Hell" estreia amanhã em São Paulo


Adaptação do best-seller francês de Lolita Pille (escrito quando tinha apenas 21 anos), Hell estreia amanhã (07 de outubro de 2010) no Teatro do Sesi, em São Paulo. Com Bárbara Paz no papel principal, Hell é a história do "retrato devastador da juventude rica e consumista rica de Paris, que preenche suas vidas com sexo, álcool, drogas e roupas de grife". A peça, adaptada por Marco Antônio Braz e dirigida pelo marido de Bárbara, Hector Babenico, concentra a história em duas personagens: Hell (Bárbara Paz) e Andrea (vivido por Ricardo Tozzi).

Na coluna do Xexéo


Em sua coluna, Arthur Xexéo comentou um dos episódios mais constrangedores dessas últimas semanas. Fugindo a política, polícia ou qualquer coisa do gênero. O constrangimento foi no mundo das artes, mais especificamente no programa do Amaury Jr. Enfim, deixo aqui Xexéu se pronunciar.

O mantra de Ro Ro e a curiosidade de Laura

Foi o momento mais divertido da televisão na semana passada. No programa de Amaury Jr, na Rede TV, Angela Ro Ro era entrevistada por Amaury e pela modelo e apresentadora Laura Wie. Às sextas-feiras, Amaury transforma seu programa num talk-show e divide a bancada de entrevistador com Laura. Amaury não conseguia disfarçar que queria arrancar alguma resposta polêmica ou escandalosa de Angela. Mas a cantora se manteve firme em sua fase careta. Até que, na última pergunta, quando a entrevista já estava praticamente acabada, o apresentador qui saber: como Angela Ro Ro define Angela Ro Ro? A cantora não se segurou e, antes de dar uma gargalhada, soltou uma de suas piadas típicas: “Eu agora tenho um mantra: ‘Chupanenê’”.

Todos riram à beça, fizeram cara de fim de festa, e o programa poderia terminar não fosse o quase inexplicável interesse de Laura Wie pelo tema.

— Isso significa que você está ligada a alguma religião oriental?
— Não. É mais uma religião sexual — responde Ro Ro.

Laura não entendeu e, curiosíssima, quis saber mais sobre aquele estranho mantra, provavelmente em sânscrito, que Ro Ro usava como oração:

— Mas quando você usa o mantra? Em que momento do dia?
— Ah... em qualquer momento.
— E ele te traz harmonia? Ele te traz paz? O que ele te traz?
— Digamos que ele me traz orgasmos. Chupanenê, entendeu? Chupanenê!
O que começou engraçado, tornou-se constrangedor. Amaury não soube interromper a bateria de perguntas de Laura:
— Mas onde você pratica o mantra? Você procura um cantinho?
— Não. Pode ser em qualquer lugar.
— Até dirigindo?
— Não! Dirigindo não! — revoltou-se Ro Ro.
E foi assim, até Amaury Jr. desejar boa noite a todos.


O jornalista Arthur Xexéo mantém uma coluna no segundo caderno do jornal O Globo, do Rio de Janeiro.

DVD de Cidadão é adornado com animações


O DVD do grupo Pequeno Cidadão - que uniu Edgar Scandurra, Arnaldo Antunes, Antonio Pinto e Taciana Barros a seus filhos - é adornado por diversos clips. A novidade é que os clips são todos formados pro animações do cineasta Fábio Mendonça.
Lançado de forma independente com patrocínio do projeto Natura Cultural, o DVD é uma extensão do (bom) Cd lançado em 2009 e conta com fartos extras de making-of (como o já disponibilizado na internet no ano passado, antes do lançamento do Cd).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vídeo do dia: Arquivo II - Marina Lima

Vanessa inicia nova turnê pelo Nordeste


Vanessa da Mata vai iniciar a turnê de divulgação de seu novo álbum Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias pelo Nordeste. A estreia acontecerá em Curutiba, mas a turnê já tem passagens confirmadas por Fortaleza, Recife, João Pessoa e Salvador. A estreia em São Paulo ocorre em dezembro, já no Rio de Janeiro deve ocorrer apenas em 2011.

Lenine comenta faixas de compilação


Ora lançado pela Universal Music, a compilação Lenine.Doc - Trilhas (capa acima), que coleta 12 temas compostos e gravados por Lenine para trilhas sonoras de novelas e séries da Globo, tem sua trilha comentada pelo pernambucano. Abaixo a seleção das canções com comentários do compositor:

1- Aquilo que dá no Coração

Foi um pedido, não o primeiro e nem o último, assim espero, de minha grande amiga Denise Saraceni. Junto ao convite, recebi uma mega sinopse para entender a alma da novela. De cara mergulhei na trama de Silvio de Abreu e me apaixonei. Foi tudo muito rápido, desde a criação (com a participação do grande Serginho Trombone assinando o arranjo de metais) à masterização. Lá estava a canção na abertura da novela “Passione” (2010). Assim é a televisão, uma urgência galopante...


2- De Sabugo a Visconde

Figura na retomada da adaptação pra TV do grande sucesso infantil “Sítio do Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. O convite veio do autor do projeto, o genial Roberto Talma, outro que ao longo dos anos tem sido amigo, irmão e cúmplice. Eu, que fui formado viajando no universo lobateano, pude participar da reafirmação deste grande escritor brasileiro e, de quebra, ainda personificar o Visconde de Sabugosa no especial de fim de ano em que o novo Sítio foi lançado, em 2001. Valeu, Talma.


3- Quatro Horizontes

Pedro Luís e eu compomos e gravamos para o filme “Diabo a Quatro”, de Alice de Andrade, lançado em 2004. O filme, que tem direção musical de Pedro, é ambientado numa Copacabana avessa ao cartão-postal e mostra, com humor e fantasia, uma delirante comédia social. O acompanhamento luxuoso da Parede foi fundamental, como sempre!


4- Agora é que São Elas

Tem o mesmo nome da novela e foi um pedido de outro querido amigo, Jorge Fernando. Para mim, Jorginho e Guel Arraes são responsáveis por uma renovação na teledramaturgia brasileira e, para minha sorte, estivemos juntos em muitos projetos. O ano era 2003 e a canção foi tema de uma personagem maravilhosa de Vera Fischer.


5- Minha Cidade - Menina dos Olhos do Mar

Foi feita para comemorar os 20 anos da Globo Nordeste e é uma homenagem à cidade do Recife. Esta canção gerou um clipe comemorativo com a participação de muitos expoentes da música pernambucana. O rap final é o genial Zé Brown quem manda.


6- A Mula sem Babeça

Foi criada para um projeto infantil intitulado “Lendas Brasileiras”. São quatorze faixas com interpretações e criações baseadas em personagens clássicos do imaginário popular e do folclore brasileiro, como o Saci, a Mula sem Cabeça, o Boto e o Curupira.


7- Não faz mal a Ninguém

A novela em questão é “Sete Pecados” (2007). O pedido foi de uma canção que não fosse tema central de nenhum personagem específico. A ideia era fazer uma canção-sinopse que pudesse ser usada em momentos e para personagens diferentes, ilustrando os sete pecados capitais.


8- Como é bom a Gente Amar

Foi produzida por Lula Queiroga para o CD do longa-metragem “A Pessoa é para o que Nasce” (2005), brilhante filme de Roberto Berliner. Um documentário que conta a saga das três ceguinhas emboladoras de coco de Campina Grande. De todas as faixas que compõem este CD é a única que não é de minha autoria, mas pela importância do documento, me aproprio dela sem culpa...


9- Sob o Mesmo Céu

Foi pensada para representar “O Ano do Brasil na França”, em 2005. Não é novidade pra ninguém o carinho que nutro por este país que me recebe tão bem há tantos anos. O convite veio dos Ministérios da Cultura da França e do Brasil e foi motivo de orgulho e prazer.


10- Diversidade

Fez parte da trilha do especial de fim de ano “A Terra dos Meninos Pelados”. Este musical infantil, originalmente escrito por Graciliano Ramos, foi ao ar em 2003 e eu ainda tive o prazer de fazer uma ponta no especial cantando a canção. Valeu, Denise!


11-Violenta

Compõe a trilha sonora do espetáculo “Breu” (2008), do grupo Corpo. Tenho um carinho especial por este trabalho, não só por ter sido minha primeira trilha feita para dança – com toda a liberdade que os Pederneiras nos deram para criar –, mas também pela possibilidade de ver tridimensionalmente a música que faço. Inesquecível ver todos aqueles corpos reproduzindo o relevo sonoro da trilha. MTB – Música Tridimensional Brasileira!


12- Alpinista Social

É o início de tudo e, por isso mesmo, está aqui como uma faixa bônus. Composta e gravada em 1990 para a novela “Lua Cheia de Amor”, a canção foi feita para uma personagem interpretada pela também pernambucana Arlete Sales – uma maravilhosa coincidência! Na época foi lançada em LP, afinal, ainda vivíamos a era do vinil. Cabe aqui reconhecer e agradecer o tremendo espaço que a televisão sempre deu a nós compositores. Valeu, Mariozinho Rocha!