terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gil volta ao início com maestria em "BandaDois"


Opinião de Cd
Título: BandaDois
Artista: Gilberto Gil
Gravadora: Geléia Geral/ Warner Music
Cotação: *****

BandaDois, o disco gravado ao vivo por Gilberto Gil no Teatro Bradesco (São Paulo) em setembro deste ano de 2009, já está nas lojas. O disco (que também deu origem a um DVD) foi gravado por Gil ao lado de seu filho Bem Gil, apenas ao som dos solitários violões (com eventuais intervenções de alguma batucada ou de um baixo). O disco traz no repertório um apanhado de canções lançadas pelo compositor baiano durante sua carreira, todas revisitadas ao som de um inspirado violão.

“Esotérico” é a canção que abre o disco. É um dos pontos altos de um disco sem defeitos. “A Linha e o Linho” também tem boa abordagem, mas nada que se iguale à leveza de “Super-Homem (A Canção)”. Gil tem suingue, e fica evidente em “Saudade da Bahia” e (especialmente) em “Chiclete com Banana” que o suingue só cresce com o passar do tempo. Duas canções inéditas, “Das Duas, Uma” e “Quatro Coisas” são duas belas canções, mas que não se destacam num repertório cheio de sucessos.

O disco é irretocável. É irretocável também a participação de Maria Rita. A cantora interpreta ao lado de Gil (e de Bem Gil) “Amor até o Fim”, a canção de Gil lançada em 1969 por Elis Regina. Ambos têm suingue. Gil ainda reintera seu amor sertanejo com a toada “Lamento Sertanejo”. Destaque do disco, “O Rouxinol” reaparece no repertório de Gil com maestria. Assim como hits como “Refazenda”e “Banda Um”. Se a beleza de “La Reinassance Africaine” não é ressaltada, “Refavela”e “Babá Alapalá” conseguem destaque no disco. A última consegue um destaque ainda maior, por ter o som dos terreiros reintegrado por Gil em seu violão. O disco é fechado com “Expresso 2222”, que garante o contentamento do público e de qualquer mortal que ouça o disco.

BandaDois é inspirada retomada do começo de uma carreira genial. Gil é gênio.


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