sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"Todas Ao Vivo" é escola para qualquer banda


Vale à Pena Ouvir de Novo
Opinião de Cd
Título: Todas Ao Vivo
Artista: Marina (Lima)
Gravadora: Universal Music
Cotação: ****
Ano de lançamento: 1986

Cantora que surgiu no ano de 1979, Marina (até então sem o Lima, no nome) veio alcançando sucesso e reconhecimento pelo país desde o sucesso de seu LP Fullgás, em 1984. Em 1985, Marina lançou o LP Todas, que a rendeu mais sucessos, dentre eles “Eu te Amo Você” (Kiko Zambianchi) e “Nada por Mim” (Herbert Vianna/ Paula Toller). A cantora lança em 1986 seu novo LP, Todas Ao Vivo, que é o registro do show realizado no Canecão (Rio de Janeiro). Marina aposta no rock tipicamente oitenta, mas faz isso à sua maneira. Acompanhada da banda “Põe pra Fora” (formada por Paulinho Guitarra, Jorjão Barreto, Renato Rocketh, Sergio Dellamonica e Luizão Ramos), a cantora abre e fecha o disco com duas canções inéditas.

A primeira é “Pra Começar”, a inédita de Marina e Antônio Cícero que foi tema de abertura da novela global Roda de Fogo. A boa inédita já virou mais um hit na carreira da “gata todo dia”. A segunda canção também é novidade na voz de Marina. “Ainda é Cedo”, da banda Legião Urbana, ganha gravação numa versão turbinada e alucinante da cantora (muito acima da gravação original da banda de Renato Russo). Marina aposta também no romantismo urbano, do qual sabe falar muito bem. Prova disso é a interpretação de “Veneno”, a versão de Nelson Motta para a italiana “Veleno” (que tem direito à citação do poema “Cícero e Marina”, do LP Fullgás). Destaque do disco, o medley que une os hits “Noite e Dia” (Lobão/ Júlio Barroso) e “Me Chama” (Lobão) soa leve e delicioso. Marina é vinho da melhor safra. Mas não se pode esquecer que é uma roqueira. Marina aposta em seu rock ao interpretar versão turbinada de “Difícil”, parceria com seu irmão Cícero. Marina traz para seu repertório até o blues requintado de Billie Holiday. “Lady Sings the Blues” serve como gancho perfeito para “Doida de Rachar” (a versão da própria Marina para “Maxine”, canção de Donald Fagen). A faixa é interessante por mostrar a naturalidade como Marina trata as canções, pedindo para começar de novo à música que julgava não estar sendo bem executada. Classuda. As últimas faixas do disco são um tipo de presente para os fãs. Marina enfileira três sucessos: “Fullgás” (1984), “Nada por Mim” (1985) e “Eu te Amo Você” (1985). A última faixa do disco é, assim como a primeira, uma canção inédita. Uma homenagem À banda que acompanha Marina, onde a cantora apresenta seus músicos. “Põe pra Fora” não é exatamente uma das músicas mais inspiradas da safra Marina & Cícero, mas é interessante pela intenção de divertir a platéia.

Todas Ao Vivo é ótimo disco que prova a boa música dos anos 80. Escola para qualquer banda de rock brasileira.


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