quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Os ventos delicados de Luiza em disco autoral


O Que não foi Dito
Opinião de Cd
Título: Bons Ventos Sempre Chegam
Artista: Luiza Possi
Gravadora: LGK/ Som Livre
Cotação: ***

A cada trabalho que lança, Luiza Possi se aproxima cada vez mais da maturidade artística. Bons Ventos Sempre Chegam, o quinto álbum da cantora (quarto em estúdio), é a prova da evolução artística da filha de Zizi. O disco, gravado pelo selo LGK Music e distribuído pela Som Livre, traz também a cantora mostrando uma nova vertente, a de compositora. 6 das 13 faixas do álbum são de autoria de Luiza (a maioria em parceria com Dudu Falcão).

“Vou Adiante” além de abrir o álbum é um dos destaques dele. A versão de Chico César para “Plus Vivant”, de Lokua Kanza (que divide os vocais com a cantora) é uma das belezas do álbum, que conta com o pop redondo “Tudo Certo” (de autoria da própria Luiza com Dudu Falcão). “Queixo Caído” é outra boa faixa do disco, de autoria apenas da cantora, a faixa mostra que Luiza pode até ter um futuro como compositora. Pode não ser grande, mas terá tamanho suficiente para conseguir produzir bons hits. E, por falar em hits, o disco tem uma produção que faz com que qualquer faixa seja admitida pelas rádios do país. Mérito de Max Viana, produtor do álbum. “Toda Vez” é faixa menor do álbum. Apesar da pegada pop e dos bons versos, não tem força o suficiente para se destacar. Força que soa fraca, porém presente, na faixa seguinte, a balada “Eu Espero”, também de Luiza e Dudu Falcão. A faixa é mais agradável nesta versão mais acabada que na versão que veio rodando a internet e as rádios por algum tempo. Lula Queiroga deu para Luiza “Pode me Dar”, uma das belezas do álbum. A singela “Cantar” faz ponte perfeita para o melhor momento do álbum: a quase-ciranda “Minha Mãe”. Nítida homenagem à Zizi Possi, a faixa é a melhor do álbum. Luiza também decidiu pescar algumas pérolas, como, por exemplo, “Pipoca Contemporânea”, de Caetano Veloso (já lançada por Mylene em seu disco O Que é Que Há). Moska traz “Agora é Tarde”, boa canção, mas que pouco acrescenta ao álbum. E Samuel Rosa e Chico Amaral contribuem com “Ao Meu Redor”, bela canção, mas que não reedita a inspiração da dupla. Outra parceria de Luiza com Dudu, “De Graça” é o tipo de canção feita para se tornar hit. Letra divertida e fácil e refrão chiclete. Mas é um bom momento do álbum, que é fechado ao som de paisagem, a última parceria de Luiza e Dudu Falcão. A faixa une os dois compositores no estúdio. Ele nos violões e ela na voz e arriscando tocar piano. Um bom encerramento.

Luiza continua traçando bons caminhos dentro do cenário musical brasileiro. Se continuar no caminho em que está, Luiza tem tudo para criar uma boa e coerente discografia. Bons ventos já estão chegando.


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