quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gottsha especial


A primeira vez que vi Sandra Maria (ou Gottsha) foi cantando “Babalu” durante a novela Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva. Aquilo me bateu com muita força e, desde então (eu tinha entre 10 e 11 anos na época) já sabia que aquela mulher deveria ter minha eterna atenção. E não foi diferente. Gottsha voltou a abalar minhas estruturas quando reapareceu em Duas Caras com aquela voz de arrasar quarteirões (e corações) e daí pra frente foi só paixão. Revê-la no Vale à Pena ver de Novo com Senhora do Destino foi outro bálsamo. Nazaré que me desculpe, mas disputava atenção com Crescilda.

Quando caí nas graças do teatro musical com Hairspray foi Ivana Domenico quem me refugiou e foi Gottsha quem me deu o alimento. Cole Porter – Ele Nunca Disse que me Amava, Tudo é Jazz, Beatles num Céu de Diamantes... enfim, um atrás do outro que foi bombardeando meu pobre coração, meus olhos já marejados e meu ouvido já dopado.

Gottsha é uma senhora artista. Foi uma cantora de sucesso na década de 90 dentro da eurodance, tornou-se uma atriz extremamente respeitável (e respeitada) e sem contar que é uma pessoa maravilhosa. Ter o prazer de manter contato de vez em quando com essa que é uma das artistas mais talentosas do Brasil é puro prazer. É inflar o ego de qualquer mortal que se julgue no mínimo fã do trabalho desta mulher. Fui descobrindo delícias como “Breakout” e “No one to Answer”, dois grandes hits da década de 90 que ganharam as pistas (até hoje) na voz de Gottsha. Redescobrir uma delícia como “Fala” dos Secos e Molhados na voz dessa mulher foi também outro achado. Gracias a Jorge Fernando e Maria Adelaide Amaral. Foi Gottsha quem me fez descobrir Carpenters, foi Gottsha quem me fez descobrir a essência do teatro musical, desde As Malvadas até Oui Oui A França é Aqui. Enfim, tenho pouco a falar porque tenho muito a dizer e é esse paradoxo que torna minha admiração por Gottsha tão verdadeira. E é um prazer enorme poder ter essa querida sempre por perto. Sei que poderei contar com ela e vice e versa. E agora o que me resta é rezar e torcer para que esbarre com ela sem querer qualquer dia e tenha uma máquina fotográfica e um buquê de rosas em mãos. Rezar e torcer, rezar e torcer, rezar e torcer...

Espero que essa singela citação esteja, enfim, a altura do que Gottsha merece! Porque ela merece!

Abaixo Gottsha em As Malvadas. Ela era Blanche, A Voz!


Blanche - A Voz 1



Blanche - A Voz 2



Blanche - A Voz 3

Entrevista exclusiva com Gottsha


"O verdadeiro artista é aquele que se dispõe a não se rotular".

Em novembro de 2010 tive o prazer de entrevistar (por e-mail) a cantora e atriz Gottsha. Dentre os assuntos abordados estiveram carreira e um pouco da vida fora dos grandes palcos. Gottsha mostrou-se aberta a todas as perguntas respondendo-as com sinceridade e boa vontade. Mais uma vez muito obrigado a essa querida que cedeu seu precioso tempo para esta entrevista. Abaixo a entrevista completa.

Bruno Cavalcanti: Você começou sua carreira na música antes de cair nas graças do teatro musical. Como foi a trajetória da Gottsha cantora?

Gottsha:
Foi muito bacana. Fui a primeira brasileira dos anos 90 a cantar em inglês e ser exportada para mais de 50 países do mundo. Tenho hits que são tocados até hoje nas rádios.

BC: Em 1997 você estreou no musical As Malvadas que, além de marcar sua estreia, marcava também a estreia dos "papas" do teatro musical latino americano, Charles Möeller e Cláudio Botelho. Como surgiu o convite para participar desta empreitada?

G:
Dois anos após o lançamento do meu álbum No one to Answer fui apresentada aos meninos pelo Celso André Monteiro. Esse encontro me rendeu a maioria dos musicais que fiz até hoje. Feliz encontro.

BC: Você recebeu o Prêmio Qualidade Brasil de melhor atriz pelo musical Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava, que veio a ser um dos musicais de maior sucesso da dupla Möeller & Botelho. Qual a realização profissional da Gottsha e a realização pessoal da Sandra neste trabalho? Houve uma realização pessoal?

G: Esse musical foi um presente na minha vida e carreira, onde aprendi a gostar de jazz e conhecer melhor esse gênero. Enquanto atriz foi um grande desafio, pois interpretava Ethel Merman, a primeira grande diva da Broadway, e isso era uma grande responsabilidade. Me lembro que (Cláudio) Botelho havia gravado um "off" na peça dizendo: "ela era, disparada, a melhor de todas" (sobre a personagem). Tinha que estar muito plena para entrar em cena de quinta a domingo durante anos ouvindo essa frase. No entanto só agradeço. Inesquecível.

BC: No Brasil o teatro musical tem tomado grandes proporções e deixado de ser titulado como "teatro menor". Há realmente mercado para o teatro musical no Brasil?

G:
A onda de excelentes musicais e artistas já respondem sua pergunta.

BC: Um dos grandes sucessos dos últimos tempos foi a montagem de Beatles num Céu de Diamantes. A que você acha que se deve o sucesso dessa montagem que atravessou fronteiras chegando até a Europa?

G:
Sempre digo que o sucesso é proveniente da verdade e do amor. Em Beatles foi assim, o grupo muito bem escolhido, a amizade, o carinho e o respeito que tínhamos era de verdade. Aliás, é até hoje. Viramos uma grande família.

BC: A idade é um carma para muitas mulheres, principalmente aquelas que estão envolvidas com a arte, e o número 40 é muitas vezes um tipo de carma. Aos 41 anos a idade é seu carma? Como você lida com ela?

G:
Artista não tem idade. Sou uma criança em vários aspectos e acho que devemos manter o frescor da juventude na mente e alma. Esse é o meu caso. Idade jamais será carma pra mim.

BC: Você atuou em três novelas: Celebridade, Senhora do Destino e Duas Caras. Após sua aparição nestas que foram três novelas de grande sucesso e repercussão houve algum tipo de mudança? As pessoas te reconheciam na rua ou isso sempre foi exclusividade do público que já te conhecia de seus trabalhos no teatro?

G:
Claro que estando na telinha o reconhecimento é maior, invadimos a casa da população brasileira de segunda a sábado. Como faço muitas coisas, o grande público só não consegue associar a Gottsha cantora da atriz, é ainda confuso pra eles, mas o reconhecimento é inevitável e prazeroso.

BC: Gottsha Canta Carpenters. Como surgiu a ideia de fazer um show em homenagem a dupla de irmãos?

G:
A ideia existia desde Beatles num Céu de Diamantes, só estava aguardando o momento certo para lançar. Carpenters foi uma grand einfluência na minha vida, quando era pequena minha mãe só escutava no carro, casa, viagens, e isso ficou dentro de mim, além de achar a voz da Karen (uma das componentes da dupla) uma das mais belas do mundo. O bacana é que o show sou eu sem personagem.

BC: O show chega a São Paulo ou ficará apenas no circuito carioca?

G:
Espero conseguir um patrocínio para viajar o Brasil.

BC: É possível sobreviver apenas de teatro musical no Brasil?

G:
É possível sobreviver, não viver.

BC: Qual sua impressão da evolução do teatro no Brasil? Hoje está melhor ou já houveram tempos mais áureos?

G:
Sinto que com o tempo tudo parece se tornar mais simples. Lembro que quando comecei era tudo mais complexo e trabalhoso, não tínhamos essa infra atual, o que até agradeço, pois admito que ganhei muita experiência. Porém assistindo essa renovação, admito que cada vez mais não devemos nada pra Broadway.

BC: Você está na trilha sonora do remake da novela Ti Ti Ti, da rede Globo, cantando "Fala", hit do grupo Secos e Molhados. Antes você já havia cantado na trilha de Cobras e Lagartos (João Emanuel Carneiro). Há espaço para as "cantrizes" fora do cenário do teatro musical?

G:
Acho que temos de fazer de tudo no meio, o verdadeiro artista é aquele que se dispõe a não se rotular. No meu caso, canto, dublo, me viro na dança, em línguas, faço todo o possível para continuar feliz, vivendo de arte.

BC: Você se considera uma "cantriz"? É possível definir este termo?

G:
Me considero uma artista! Sou aberta a desafios e novidades dentro da minha área, sou disponível.

BC: Você fez parte de diversos musicais da dupla Möeller & Botelho (As Malvadas, Tudo é Jazz, Beatles num Céu de Diamantes, 7 - O Musical dentre outros), qual sua relação com a dupla?

G:
Amizade. Os conheci em 1996 e sempre tive uma relação de irmandade com ambos, além da admiração, respeito e gratidão.

BC: Em sua trajetória há algum trabalho que você olhe para trás e pense: "Deste eu tenho mais orgulho"? E há algum que você pense: "Se arrependimento matasse..."?

G:
Sou o tipo de pessoa que aplica esse ditado na vida: Tudo vale à pena se a alma não é pequena (Fernando Pessoa). E a minha é proporcional a mim! Todos os meus trabalhos me ensinaram algo, portanto, sou grata e muito feliz de tê-los feito.

BC: Qual o musical favorito da Gottsha espectadora?

G
: Cabaret.

BC: Há alguma peça (musical ou não) ou algum trabalho na TV que você nunca tenha feito e ainda queira fazer?

G:
Gostaria de fazer uma vilã bem humorada.

BC: Qual a maior dificuldade de se arranjar patrocínio no Brasil, visto que o público comparece ao teatro (vide sucessos como Cole Porter, Beatles, 7, Tudo é Jazz dentre outros) e parece se interessar pelo gênero?

G:
Ainda estou tentando entender. Realmente é uma pergunta difícil, tendo em vista todos os recursos de devolução financeira e de marketing para os supostos empreendedores.

BC: Como funciona sua relação com seus fãs? Eles são aqueles que gritam histéricos quando te encontram na rua ou são do tipo que você convidaria para um chopp a tarde em Copacabana?

G:
Sou uma pessoa muito carinhosa, gosto de gente. Não curto fanatismo de nenhuma espécie, mas, sendo pessoas esclarecidas e bacanas, o chopp pode rolar com prazer.

BC: Qual a maior diferença entre a Gottsha e a Sandra Maria?

G: Somo a mesma pessoa. Talvez a Sandra seja mais tímida e reservada e a Gottsha um alter ego, mas, no fundo, o ser humano é o mesmo.


Bruno Cavalcanti.

Gottsha fala linguagem moderna em hit do Secos


Sucesso do grupo Secos e Molhados, a canção "Fala" foi regravada por Gottsha para a trilha sonora da novela global Ti Ti Ti. A canção ganhou ares moderno na gravação da artista, que tornou sua gravação mais uma versão única para a canção. Gottsha usou de sons eletrônicos sem cair no banal. A canção ganhou (mais uma vez) uma entonação popular, sem cair no banal. Ponto para Gottsha e sua (potente e inesquecível) voz. Valeu.







Sua Mãe Sabe Mais - Enrolados

Gottsha está na trilha do filme Enrolados, em cartaz nos cinemas de todo o Brasil. Delíciosa faixa.


Beatles num Céu de Diamantes

Beatles num Céu de Diamantes




Quizás, Quizás, Quizás - As Malvadas

Gottsha e Alessandra Verney (Medley RC - Movie Star)

Gottsha e Bibi Ferreira


Achei essa foto tão especial que merecia um post inteiro.

Gottsha na Xuxa!

Gottsha canta Carpenters (alguns vídeos)

This Masquerade


All You Get From Love is a Love Song


Solitaire


Mr. Postman


There's a Kind of Hush


We've Only Just Begun


(They Long to Be) Close to You

Gottsha canta Carpenters (algumas fotos)





Gottsha está em cartaz com um show onde canta hits da dupla The Carpenters. A atriz está batalhando para que o show chegue em diversos cantos do Brasil e nós apenas esperamos e torcemos para que ela chegue logo perto de nós.

Gottsha em "Duas Caras"

Depois da Crescilda de Senhora do Destino, Gottsha voltou a brilhar em outra novela de Aguinaldo Silva, Duas Caras. Na novela, Gottsha vivia Eunice/ Diva, a maior cantora do cabaré comandado por Jojô (Wilson de Santos). A cantora protagonizou inúmeros momentos hilários e sublimes lançando mão de sua potente voz.




Gottsha no Jô

Gottsha foi Crescilda em "Senhora do Destino"

Em Senhora do Destino Gottsha vivia Crescilda, uma funcionária da loja de construção de Maria do Carmo (Suzana Vieira) que, à noite, se transformava numa das maiores cantoras de churrascaria do bairro. A atriz cantou maravailhosa versão de "Babalu", sucesso de Ângela Maria. Relembre abaixo Crescilda (infelizment enão acho o bendito vídeo onde Gottsha canta "Babalu"... fciou gravado na memória).


Gottsha em "7 - O Musical"








Gottsha esteve presente no elenco do musical 7, um dos melhores musicais da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho. Ela viveu Elvira, uma das moças que trabalhavam no bordel de dona Odete (Rogéria). Gottsha dividia a cena com Marya Bravo, juntas formavam a dupla Elvira e Madalena, que fizeram de tudo para acabar com a paz de Amélia (Alessandra Maestrini).

Gottsha - The Boss

Gottsha - "The World Goes Round" (Tudo é Jazz)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Titãs ainda têm bom e velho fôlego Rock and Roll


Opinião de show
Título: Sacos Plásticos
Artista: Titãs
Local: Sesc Interlagos - São Paulo (SP)
Data: 25 de Janeiro de 2011
Cotação: ****

E foram os Titãs (em foto de Ingrid Almeida) os escolhidos para realizar, no Sesc Interlagos, região Sul de São Paulo, as comemorações dos 457 anos da cidade. O grupo levou aos campos do Sesc o repertório de seu novo show, Sacos Plásticos. O show é baseado em seu último disco homônimo lançado em 2009, no entanto no roteiro de 25 músicas apenas 5 eram do (esmaecido) trabalho do grupo. Os Titãs foram inteligentes ao rechear o roteiro com velhos hits, todos já conhecidos do público, e dar um espaço menor às músicas menores.

O show já foi aberto com o coro espontâneo da platéia, que acompanhava o grupo na primeira canção do show, “Comida”, do álbum Jesus não tem Dentes no País dos Banguelas, de 10987. A vibe continuou alta com “Amor por Dinheiro”, um dos destaques do (irregular) repertório do Sacos Plásticos. O grupo não economizou nos hits, nem nos elogios que afagaram o ego do público que lotou o campo do Sesc Interlagos e não arredou o pé nem com a forte garoa que antecedeu o show. Entre hits como “AA UU” (clássico de 1986 do antológico disco Cabeça Dinossauro), “Diversão” (1987), “Bichos Escrotos” (1986) e “Flores” (1989), o show só perdeu o pique quando o grupo apresentou “A Estrada”, do álbum que deu nome ao show. Daí pra frente alternaram entre altos (“O Pulso”) e baixos (“Antes de Você”), mas daí pra frente o show entrou no pique e não saiu mais. O grupo desfilou sucessos de coro espontâneo do público, dentre eles “Vossa Excelência”, a mais pedida “Polícia” (1986) (que contou com divertida introdução de “Maria Bonita”), “Go Back” (1984), “Família” (1986) (que contou com citação de “Panis et Circenses”) e o atual hit “Porque eu Sei que é Amor” (2009) propagado na trilha da novela Cama de Gato exibida pela Rede Globo em 2009 e mostrando a ótima forma vocal na qual Paulo Miklos (e todos os componentes, diga-se de passagem) se mantém. Desligado do grupo desde o fim de 2009, Charles Gavin fez falta, mas foi bem representado por Mario Fabre que ganhou o público nos graves de “Cabeça Dinossauro” (1986). Canção de maior fôlego do repertório de Sacos Plásticos, “Deixa eu Entrar” ganhou fôlego no palco com o coro do público, que cantava o refrão chiclete da canção. O show seguiu ainda com “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” (2001), “Homem Primata” (1986), “Sonífera Ilha” (1984), “Lugar Nenhum” (1998) e foi encerrado (antes do BIS) com “Aluga-se”, o ótimo tema de Raul Seixas regravado pela banda em 1999 no álbum As Dez Mais. O BIS agregou “Televisão” (canção lançada em 1985 e que o grupo não cantava desde 1998), “Marvin” (1984) e saiu do palco ao som de “É Preciso Saber Viver” após 1h40 de show, ignorando o pedido insistente do público que clamava por “Domingo”.

Enfim, mesmo que não renda tudo o que pode no estúdio, os Titãs mostraram na tarde de 25 de janeiro de 2011 que, no palco, ainda têm grande fôlego do bom e velho rock and roll (prova viva foi o público de todas as idades que pulava contaminado pelo rock do grupo). Os Titãs ainda podem. Valeu.

Titãs tocam Raul, Roberto e hits no Sesc


Os Titãs (em foto de Ingrid Almeida) apresentaram um extenso roteiro de 22 canções (mais BIS) na tarde de 25 de janeiro de 2011 para comemorar os 457 anos da cidade de São Paulo no Sesc Interlagos. O show contou com canção pouco conhecida da obra de Raul Seixas ("Aluga-se", gravada pela banda em 1999), Roberto Carlos ("É Preciso Saber Viver") e hits de diversas fases de sua carreira. Abaixo o roteiro seguido pela banda na tarde de 22 de janeiro que levou o público a lotar o campo do Sesc Interlagos no feriado:

1- Comida (1987 - Jesus não tem Dentes no País dos Banguelas)
2- Amor por Dinheiro (2009 - Sacos Plásticos)
3- AA UU (1986 - Cabeça Dinossauro)
4- Diversão (1987 - Jesus não tem Dentes no País dos Banguelas)
5- Bichos Escrotos (1986 - Cabeça Dinossauro)
6- Flores (1989 - Õ Blesq Blom)
7- A Estrada (2009 - Sacos Plásticos)
8- O Pulso (1989 - Õ Blesq Blom)
9- Antes de Você (2009 - Sacos Plásticos)
10- Epitáfio (2001 - A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana)
11- Vossa Excelência (2005 - MTV Ao Vivo)
12- Polícia (1986 - Cabeça Dinossauro) (com citação da valsa Maria Bonita)
13- Go Back (1984 - Titãs)
14- Família (1986 - Cabeça Dinossauro) (com citação de Panis et Circenses)
15- Porque eu Sei que é Amor (2009 - Sacos Plásticos)
16- Cabeça Dinossauro (1986 - Cabeça Dinossauro)
17- Deixa eu Entrar (2009 - Sacos Plásticos)
18- A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001 - A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana)
19- Homem Primata (1986 - Cabeça Dinossauro)
20- Sonífera Ilha (1984 - Titãs)
21- Lugar Nenhum (1998 - Volume Dois)
22- Aluga-se (1999 - As Dez Mais)

BIS:

1- Televisão (1985 - Televisão)
2- Marvin (1984 - Titãs)
3- É Preciso Saber Viver (1998 - Volume Dois)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Gottsha especial


Excepcionalmente neste mês a homenagem à uma das cantrizes deste nosso Brasil varonil será publicada dia 26 e não dia 24 (como as antecessoras). Isso se deve a cobertura do show do grupo Titãs, que acontecerá amanhã (25 de janeiro de 2011) no Sesc Interlagos, em São Paulo. A resenha será publicada amanhã e abrirá caminho para a homenagem à atriz e cantora Gottsha.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Brincadeira musical do Pato Fu dá certo no palco



Opinião de show
Título: Música de Brinquedo - Planeta no Parque
Artista: Pato Fu
Local: Parque do Ibirapuera - São Paulo (SP)
Data: 22 de Janeiro de 2011
Cotação: **** 1/2

Evento anual que ocorre pelos parques de São Paulo, a edição de 2011 do Planeta no Parque trouxe como atração principal na manhã de 22 de janeiro a banda Pato Fu com uma versão resumida de seu novo show, Música de Brinquedo. O show é baseado no álbum homônimo lançado pela banda em 2010, onde faz covers de diversos hits da música brasileira e norte americana tocando pequenos instrumentos de brinquedo. A sonoridade, além de interessante, é extremamente agradável.

O show foi iniciado com quase uma hora de atraso, mas nada espantou o público que se aglomerou no campo do ensolarado Parque do Ibirapuera para ver o show. Quando a banda (capitaneada pelo casal Fernanda Takai e John Ulhoa) entrou em cena a satisfação foi geral. Eles desfilaram um roteiro de hits alheios pincelados com alguns (poucos) hits da carreira da banda. “Primavera” (o sucesso de Tim Maia) abriu o roteiro e levou o público a cantar. “Sonífera Ilha” (hit do repertório dos Titãs) fez o público dançar. O show não teve em nenhum momento algum baixo. Seu início – principalmente, foi irretocável. A banda ainda aclopou na primeira parte do (curto) roteiro de 14 canções “Rock and Roll Lullaby” e o hit “Eu”, que gerou coro espontâneo da platéia.

Um ponto alto do show foram os bonecos comandados por três integrantes do grupo de marionetes Giramundo. Os bonecos interagiam com a banda de maneira engraçada e divertida, funcionando também como backing vocals e animadores do público em diversas canções, valorizando o show da banda mineira.

Do roteiro original do show 4 canções foram suprimidas da apresentação: “Simplicidade” (canção lançada pela banda em 2005), “Pelo Interfone” (canção de Ritchie, lançada em 1983), “Love me Tender” (o hit de Elvis Presley lançado pelo “rei” em 1956, que foi falta sentida no show) e “Made in Japan” (o divertido tema em japonês lançado pelo grupo em 2000). Mas nada chegou a prejudicar o show, que ainda contou com abordagens divertidas de canções como “Frevo Mulher” (sucesso de Amelinha, em 1979), “Ovelha Negra” (o mega hit da carreira de Rita Lee, também de 79), “Live and Let Die” (canção lançada em 1973 pelo sir Paul McCartney), “Todos Estão Surdos” (da dupla Roberto e Erasmo, de 1971), “Perdendo Dentes” (hit da banda, lançado em 2000) e “Twiggy Twiggy” (do grupo Pizzicato Five, de 1991), que contou com a apresentação da (ótima) banda, que (se) divertiu ao tocar divertidos instrumentos de brinquedo. Já no final do show, o público voltou a pular ao ser embalado por temas como “My Girl” (The Temptations, 1964) e “Ska” (Paralamas do Sucesso, 1984). O show não contou, de fato, com um BIS e foi encerrado ao som do hit “Sobre o Tempo” (1995) seguido de “Bohemian Rhapsody” (a ópera-rock do Queen lançada em 1975).

Enfim, Música de Brinquedo foi uma maneira feliz de dar boas vindas ao projeto Planeta no Parque. Vida longa (longuíssima) ao Pato Fu.

Pato brinca com canções de Queen, Rita e Paul


Em seu novo show, Música de Brinquedo (apresentado de forma compacta no projeto Planeta no Parque, na manhã de 22 de janeiro no Parque do Ibirapuera) o Pato Fu apresenta hits de outros artistas, todos tocados com instrumentos de brinquedo e brinquedos propriamente ditos. No roteiro há hits de Rita Lee ("Ovelha Negra"), Paul McCartney ("Live and Let Die"), Queen ("Bohemian Rhapsody"), Titãs ("Sonífera Ilha"), Tim Maia ("Primavera"), dentre outros. Abaixo o roteiro seguido pela banda (em fotos de Bruno Cavalcanti) na manhã de 22 de janeiro:

1- Primavera
2- Sonífera Ilha
3- Rock and Roll Lullaby
4- Eu
5- Frevo Mulher
6- Ovelha Negra
7- Live and Let Die
8- Todos Estão Surdos
9- Perdendo Dentes
10- Twiggy Twiggy
11- My Girl
12- Ska
13- Sobre o Tempo
14- Bohemian Rhampsody

Já nas lojas DVD "Beijo Bandido" de Ney


Já está nas lojas o DVD Beijo Bandido ao vivo (capa acima), de Ney Matogrosso. O DVD é o registro do show homônimo, gravado em duas apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 2010. No DVD está o show na íntegra, com os números do Cd Beijo Bandido (como "A Cor do Desejo", "As Ilhas", "Tango para Tereza", "Mulher sem Razão", "Invento", dentre outros) e canções apresentadas exclusivamente no show ("Tema de Amor de Gabriela", "Incineiro", "Da Cor do Pecado", "Poema dos Olhos da Amada").

sábado, 15 de janeiro de 2011

Novela termina bem com uma Ximenes bárbara


Foi ao ar ontem (14 de janeiro de 2011) o último capítulo da novela Passione, novela de Silvio de Abreu com direção de Denise Saraceni. A trama italiana tinha como meta levantar os baixos índices de audiência deixados por Manoel Carlos e sua (sonolenta) Viver a Vida. Infelizmente Silvio de Abreu não conseguiu cumprir a meta de levantar os índices do ibope. Não por ter em mãos uma história ruim ou um elenco incompatível com o público, mas sim por ter uma história que não agradou ao público (ou um público preguiçoso – que é minha aposta). A novela se mostrou um tanto enfadonha nos primeiros capítulos. A estória de Totó e sua família do núcleo italiano parecia não engrenar. Foi só os italianos mudarem para o Brasil que a história enfim engrenou de vez. A ideia de Silvio de Abreu não foi fazer nada diferente do que já vinha fazendo há algum tempo. Todos já conhecem o modo de Silvio de Abreu escrever e mostrar suas histórias. Novelas como Belíssima e O Rei da Sucata são dois bons exemplos. O autor apresentou um tipo de mix de suas novelas. Estava lá o núcleo engraçado dos “reis do lixo” protagonizados pela hilária dupla Irene Ravache (como uma hilária Clô Souza e Silva – ou Clotilde Iolanda) e Francisco Cuoco (como um ótimo Olavo); Estava lá também o famoso “quem matou” de A Próxima Vítima, com diversos assassinatos. Enfim, uma história que segurou bem as pontas.

Silvio convocou para este trabalho um elenco de peso, pois sabia que era arriscado de a história não agradar em seu início, portanto boa parte do público se seguraria no elenco. E foi exatamente assim. Fernanda Montenegro, Aracy Balabanian, Francisco Cuoco, Irene Ravache, Vera Holtz e Tony Ramos foram nomes que mantiveram a atenção de boa parte dos espectadores. No entanto nomes mais esquecidos, por assim dizer, voltaram a ganhar destaque. Ponto para Silvio que criou uma personagem bárbara para Cleyde Yáconis, a correta (porém fogosa) dona Brígida, que foi o chamariz de outras duas ótimas personagens: Antero (Leonardo Villar) e Diógenes (Elias Gleiser), que formavam um triângulo amoroso hilário e que prendeu a atenção do público por um bom tempo, reavivando o sexo na terceira idade com muita classe e graça e ganhando mais um componente: a personagem de Emiliano Queiroz (Bennedeto), italiano irmão de Antero – ou Giovanne. Silvio deu também destaque para Daisy Lúcidi, com um ótimo papel em anos. A cafetina Valentina foi um dos destaques da novela. Ótima! No entanto o grande destaque (um dos grandes destaques) vai para Mariana Ximenes. A atriz deu de cara com sua primeira vilã, a golpista ardilosa Clara. A atriz desempenhou talvez o melhor papel de sua carreira, numa atuação espetacular e construção ímpar. Acredito que a Clara seja o diploma de Mariana que, por pouco, não fica estagnada em mocinhas e personagens boazinhas. Ponto para Silvio e ponto para Mariana. Outra grande surpresa do folhetim foi Gabriel Duarte com sua fogosa Jéssica. A atriz tinha o ouro na mão e soube muito bem como lapidá-lo e transformá-lo em jóia. A atriz, conhecida pelas personagens boazinhas e bobinhas que encarnara, não deu vida a uma vilã, mas sim a uma moça um tanto fútil, mas cheia de paixão e tesão. A atriz não deixou que sua personagem caísse na vulgaridade. Manteve-a sempre classuda, hilária e fogosa. Foi um divisor de águas para Débora. Graças. Outro nome que, embora não tenha tido tanto destaque, foi uma beleza de ver foi Larissa Maciel que, um ano atrás (em 2009), encarnara com paixão a cantora Maysa, na minissérie Maysa – Quando Fala o Coração. Na novela não foi um grande papel, mas deu para prestar atenção na atriz.

Mas nem só de coisas boas se fez a novela. Infelizmente Passione teve lá suas derrapadas. Dentre elas estavam a personagem Diana. A fraca mocinha interpretada por uma insossa Carolina Dieckman caiu fora da novela para alívio de boa parte do público, que via na mocinha apenas uma garota chata e pouco interessante. Outra derrapada, essa de comoção mais geral, foi o fraco segredo da personagem Gerson, vivido por um correto Marcelo Antony (que protagonizou ótima cena ao lado de Daisy Lúcidi já na reta final da novela). O segredo de Gerson, do ponto de vista psicológico, era realmente bom e dava pano pra manga, ma so público não procurava psicologia nem psicanálise, portanto o segredo, quando revelado, frustrou o geral. Mais uma falta grave foi a escalação de Kayky Brito, que desempenhou um papel, no mínimo, vergonhoso na pele do ciclista Sinval.

A novela também revelou bons nomes da nova dramaturgia e coroou nomes que ainda passavam despercebidos. As revelações foram Mayana Moura (que roubou a cena de Carolina Dieckman na pele de Melina, ficando com o final feliz que seria de Diana) e Bianca Bin, na pele da apaixonada Fátima, que se saiu muito bem. A coroação foi de Cauã Reymond, que tratou com maturidade Danilo, sua personagem que se envolveu com drogas e acabou fora das pistas de ciclismo. Entre atuações fortes (Werner Schünemann) e fracas (Maitê Proença), a novela mostrou, no todo, um saldo positivo. Também se destacaram Reinaldo Gianecchini (com seu primeiro vilão, o golpista Fred), Rodrigo Lombardi (com mais um mocinho, Mauro), Flávio Migliaccio (com um hilário Fortunato), Alexandra Richter (com uma também hilária Jacke), a sempre talentosa Leandra Leal (por uma divertida e apaixonada Agostina) e Daniel Boaventura (o ótimo cantor e ator que encarnou o policial Diogo). Ficou a surpresa da primeira novela da ótima Simone Gutierrez. A atriz já havia mostrado que tinha talento para a comédia (quando estrelou o musical Hairspray em 2009 e 2010), mas reafirmou seu talento na pele da ótima Lurdinha. Além de contar com a participação especial da ótima Patrícia Pillar, que já fazia falta nas telinhas.

Enfim, Passione encerrou com um saldo positivo, mesmo com índices baixos. Silvio de Abreu deu um bom final á novela, salvando sua vilã (como tem se tornado praxe). Passione conseguiu cumprir a meta de tirar o eco sonolento da faixa das 21h deixada pela (insuportável) Viver a Vida. No geral teve um bom resultado

Série trata, com ressalva, singela poesia de Chico


Opinião de série
Título: Amor em 4 Atos
Texto: Tadeu Jungle, Antônio Pellegrini, Ester Renner e Márcio Alemão Delgado
Direção: Tadeu Jungle e Bruno Barreto
Elenco: Marjorie Estiano, Malvino Salvador, Carolina Ferraz, Dalton Vigh, Alinne Moraes, Vladimir Brichita e grande elenco.
Exibição: Rede Globo
Data de exibição: De 11 a 14 de janeiro de 2011
Cotação: *** 1/2

A microssérie Amor em 4 Atos foi baseada num pequeno tijolo da vasta construção que é a obra de Chico Buarque. A ideia era a de criar histórias que tivessem como inspiração (e não base) as canções de Chico. As canções selecionadas foram: “Ela faz Cinema”, “Mil Perdões”, “Folhetim” e “As Vitrines”, com eventuais citações de outras canções de Chico (“Construção” e “O Que Será”) e canções de outros compositores (“Esquinas”, de Djavan, e “Esses Moços, Pobres Moços”, de Lupcínio Rodrigues). Cada episódio retratou histórias que aludissem à letra das canções, alguns com mais sucesso (“Ela faz Cinema”) outros com menos (“Folhetim”), mas no geral o resultado foi bom. Se colocado na balança, Amor em 4 Atos pesaria mais pelo lado esteticamente poético da obra de Chico, deixando de lado a briga pelo ibope.

A série, que evitou apenas retratar na TV as histórias contadas por Chico em suas canções, trouxe boas surpresas, como a atuação sensível de Malvino Salvador (deixando de lado o ranço de personagens brutus que vivera na TV) e a boa volta de Cacá Rosset às telas. Mostrou também que jovens atrizes podem ganhar bom destaque, como Marjorie Estiano, que se destacou em Ela faz Cinema e Alinne Moraes, que ofuscou seus colegas em Folhetim e As Vitrines. A série também voltou a coroar ótimos atores, como Carolina Ferraz e Dalton Vigh. Não passou pelo crivo poético de Chico nomes como o de Dudu Azevedo (Mil Perdões), que soou extremamente falso. Mas também se descobriram bons talentos, como o de Alice Assef e sua linda voz. Foi possível notar também a diferença gritante entre a direção poética de Tadeu Jungle e a mecânica de Bruno Barreto. Prevaleceu no gosto artístico a de Tadeu (autor também de dois dos 4 textos, superiores também aos textos criados por Márcio Alemão Delgado).

Enfim, no geral, Amor em 4 Atos foi uma boa série que mereceria repeteco. A obra de Chico tem disso, encanta em qualquer situação.

“As Vitrines” tirou a má impressão de “Folhetim”


Opinião de série
Título: Amor em 4 Atos
Episódio: As Vitrines
Texto: Márcio Alemão Delgado
Direção: Bruno Barreto
Elenco: Vladimir Brichita, Alinne Moraes, Osmar Prado, Alice Assef e outros
Exibição: Rede Globo
Horário: Após o Big Brother Brasil
Cotação: *** ½

Último episódio da microssérie Amor em 4 Atos, o capítulo inspirado na canção “As Vitrines” tirou a má impressão deixada pelo episódio anterior, inspirado em “Folhetim”. A sequência da história anterior também não atingiu a beleza poética dos dois primeiros capítulos, mas teve beleza similar. As atuações continuaram ótimas. Vladimir Brichita continuou bom, sem grande risco, assim como Alinne Moraes conseguiu ofuscar o colega. Alice Assef deu um show ao interpretar “Esses Moços, Pobre Moços” e versão italiana de “O Que Será”.

A história dava continuidade ao amor de Ary por Vera, garota de programa, que acaba se apaixonando por ele ao perceber que finalmente conseguira chegar ao fim de sua busca por um homem gentil que realmente a amasse. O episódio contou com participação especial do ótimo Fúlvio Stefanini. O casal Ary e Vera acabou junto no final, enquanto Ana conseguiu sucesso cantando em boates italianas. Aliás, Alice Assef merece (muita atenção), principalmente por sua inspiradora voz. Que se dedique ao teatro musical.

A direção de Bruno Barreto continuou pouco delicada e singela, o que chegou a pesar em alguns momentos, mas o texto de Márcio Alemão Delgado mostrou-se mais inspirado e poético. Valeu.

Enfim, num consenso geral As Vitrines deixou uma boa impressão, dando balanço positivo para o final da série (mesmo que precoce. Merecia mais).

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

“Folhetim” deixou a desejar em “Amor em 4 Atos”


Opinião de série
Título: Amor em 4 Atos
Episódio: Folhetim
Texto: Márcio Alemão Delgado
Direção: Bruno Barreto
Elenco: Vladimir Brichita, Camila Morgado, Alinne Moraes, Osmar Prado, Alice Assef e outros
Exibição: Rede Globo
Horário: Após o Big Brother Brasil
Cotação: ***

Terceiro episódio da série Amor em 4 Atos, o episódio baseado em “Folhetim” entrelaçou duas histórias distintas dos subúrbios cariocas. A primeira era a de Ary (Vladimir Brichita) e Selma (Camila Morgado), um casal sem amor no casamento que, após uma briga, se separa. Ela se mantém no apartamento enquanto ele sai a vagar pelas ruas do Rio de Janeiro em busca de um modo de amenizar sua dor. Numa de suas paradas dá de cara com Vera (Alinne Moraes) e depois com um misterioso Marcos (Osmar Prado), que sabe tudo sobre a noite. A outra história é a de Ana (Alice Assef), um travesti das noites cariocas que procura seu caminho tentando se firmar numa vida normal e de sucesso. Ary se relaciona com Vera durante uma noite intensa, enquanto Alice conhece um suposto empresário italiano que a levaria para a Itália para cantar em clubes do país, mas ao descobrir a farsa mantém um relacionamento com o rapaz.

O problema do episódio foi a falta de poesia (que permearam os dois primeiros, baseados nas canções “Ela faz Cinema” e “Mil Perdões”). Faltou a classe, a poesia e, muito mais, a sensibilidade da canção de Chico. Ary se envolveu com Vera que era, sem e ele saber, uma prostituta. Um final já esperado e pouco (ou nada) surpreendente em se levando em conta a letra de “Folhetim”. Bruno Barreto dirigiu o capítulo com placidez, chegou a ser monótono. Márcio Alemão Delgado não deu ao texto também grandes momentos. A briga de uma inspirada Camila Morgado com um bom Vladimir Brichita foi o único momento que mereceu real atenção em se tratando desta primeira trama. A segunda trama, estrelada por uma boa Alice Assef na pele do travesti Ana, também não foi inovadora nem chegou a prender a atenção. Mas valeram os números musicais cantados por Alice (em ótima forma vocal). A “cantriz” deu voz a “Esquinas” (canção de Djavan, estranha no ninho ao se tratar de uma homenagem à obra de Chico) e a uma deliciosa “O Que Será” (melhor momento musical do capítulo). Alinne Moraes é uma ótima atriz e não surpreendeu em sua personagem. No entanto, seu momento final aludiu a sua Noiva do Catete. A cena de Ary e Vera na cama também aludiu à As Cariocas, mas sem a mesma inspiração poética.

Enfim, Folhetim foi, até agora, o episódio mais fraco da série Amor em 4 Atos. A continuidade se dará com As Vitrines, com o mesmo autor e diretor. O que salvou foi a parte musical porque, no todo, foi mais do mesmo.

Boletim Clímax: Contrato com empresa e disco


E mais boas notícias. Marina Lima assinou com a empresa Libertà Entretenimento, que será a responsável pela produção de seu novo álbum, Clímax. A cantora já começa as gravações neste início de janeiro no estúdio que tem em seu apartamento em São Paulo (SP). A ideia é lançar o álbum no mês de maio deste primeiro semestre de 2011. A Libertà Entretenimento mantém contrato exclusivo com artistas como Arnaldo Antunes e Pequeno Cidadão. Agora esperemos que Marina chegue ao "clímax" em breve, para nosso deleite.

Musical é retrato dramático de família americana


Uma Semana na Broadway - Encerramento da temporada
Opinião de musical
Título: Next to Normal
Texto: Brian Yorkey
Músicas e letras: Brian Yorkey e Tom Kitt
Direção: Michael Greif
Elenco: Marin Mazzie, Jason Danieley, Maghann Fahy, Kyle Dean Massey e grande elenco
Local: Booth Theatre - Broadway - New York - NY (EUA)
Data: 04 de janeiro de 2011
Cotação: *****

Musical de Brian York, Next to Normal é um espetáculo que trata da história de uma típica família Norte Americana que está “perto do normal”. A mãe ajuda a filha com os deveres de casa, ajuda o marido a se preparar para o trabalho, espera o filho chegar à noite para dormir tranquila. Uma típica família estadunidense. Não fosse o fato da mãe, Diana, sofrer de distúrbios psiquiátricos. Ela espera por um filho que não vem. Um filho morto ainda criança. O choque da morte do filho foi tão intenso que Diana nunca mais conseguiu se recuperar. O musical trata da ética dos tratamentos psiquiátricos, principalmente do tratamento de choque (ainda muito usado hoje em dia), ao qual Diana é submetida.

O espetáculo foi montado em 2002 em forma de esquetes e ganhou forma em 2005, tendo estreado no circuito off-Broadway em 2008 e ganhando a Broadway em 2009 (ficando em cartaz até o início de 2011). A história é emocionante. Brian Yorkey soube criar um drama salpicado com tiradas engraçadas que apenas aludiam ao fato de como os problemas psiquiátricos ainda não serem entendidos com a seriedade necessária. O elenco contava com nomes intensos, como Marin Mazzie (Passion) na pele da matriarca Diana, Jason Danieley (Candide) como o marido Dan, Maghann Fahy (One Life to Live) como a filha injustiçada Natalie e Kyle Dean Massey (Wicked) na pele de Gabe, o filho morto que surge em eventuais (e intensas) recordações.

As músicas criadas por Brian Yorkey e Tom Kitt são igualmente intensas. Cada ator conseguiu imprimir em seu canto o drama da família, tendo destaque para a canção que encerra o primeiro ato, a ótima “A Light in the Dark” cantada em um dueto intenso (e por vezes liricamente singelo) de Marin Mazzie (que desempenha um ótimo papel como cantora) e Jason Danieley (que perdeu um pouco do viço da voz, apresentada em toda a sua plenitude em Candide, de 1997). A direção de Michael Greif (premiadíssimo diretor de Rent) apenas abrilhanta a obra.

Enfim, Next to Normal é, sem dúvida, o melhor musical da temporada da Broadway e merece vida longa. É um musical redondo, emocionante e perfeito. Vale o ingresso a U$ 36,50 (cada centavo e mais).

Ney já burila repertório de próximo disco inédito


Ney Matogrosso já está às voltas com as possibilidades do repertório de seu próximo álbum. O cantor disse em recente entrevista que levará o show Beijo Bandido por mais 6 ou 7 meses e depois já se concentrará num novo álbum. Ney já está começando a idealizar o projeto que só deve sair do forno em 2012. A ideia é gravar canções de compositores ditos "malditos" (como Jards Macalé, Waly Salomão e Itamar Assumpção, dentre outros) e compositores da cena "indie". Até lá o interprete vai continuar divulgando seu DVD e CD Beijo Bandido, que foram gravados em show no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e será lançado no dia 23 de janeiro. Aguardar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O singelo perdão de Chico por Carolina e Dalton


Opinião de série
Título: Amor em 4 Atos
Episódio: Mil Perdões
Texto: Tadeu Jungle, Antônio Pellegrini e Estela Renner
Direção: Tadeu Jungle
Elenco: Carolina Ferraz, Dalton Vigh, Gisele Froes, Dudu Azevedo e outros
Exibição: Rede Globo
Horário: Após o Big Brother Brasil
Cotação: *** 1/2

Segundo episódio da série Amor em 4 Atos, o capítulo que teve como inspiração a música “Mil Perdões” foi um tanto menos inspirado que o primeiro da série (inspirado em “Ela faz Cinema” e “Construção”). A história do casal em crise que, após vários términos e recomeços, passa por mais uma crise, esta causada pela ex do marido, convence, mas, por vezes, se perde num bom enredo com diálogos mais fracos. Dalton Vigh encarna Lauro, casado com Maria (Carolina Ferraz), e ambos têm de lidar com a ex de Lauro, Dora (Gisele Froes), que sempre está às voltas do ex-marido. A relação entre o trio é pólvora elegante (que explode às escondidas). Dramática.

Carolina Ferraz e Dalton Vigh deram intensidade às suas personagens e emocionaram, principalmente em cenas mais acaloradas. Gisele Froes também convenceu bem como a ex Dora. Construiu uma personagem cínica e inteligente, uma antagonista deliciosa.

O episódio fez do drama do casal um ponto de vista interessante sobre o verdadeiro amor que, no episódio, estaria à altura de traições, ciúmes e mentiras. Todos os perdões são dados de forma terna. Quando Maria se envolve com Fernando (um caricato Dudu Azevedo) no auge de sua crise conjugal e pessoal, ou quando Lauro se entrelaça por alguns momentos com Dora. Tudo isso ganha o divino perdão poético, que permeia a (bela) letra da canção de Chico (que contou com interpretação da cantora Tiê durante alguns momentos, esta presente no capítulo).

Enfim, Mil Perdões (ou Meu Único Defeito foi não Saber te Amar) foi menos inspirado que seu antecessor, o ótimo Ela faz Cinema, mas nem por isso chegou a comprometer a qualidade da série como um todo até então. O ensaio feito sobre o relacionamento e o amor foi certeiro e valeu (principalmente pela ótima fotografia).