sábado, 5 de dezembro de 2009

"Compasso" é mais um acerto para Ângela RoRo


VALE À PENA OUVIR DE NOVO
Opinião de Cd
Título: Compasso
Artista: Ângela RoRo
Gravadora: Indie Records
Cotação:
*** ½
Ano de lançamento: 2006

Após 6 anos sem lançar nenhum trabalho novo, Ângela RoRo retorna ao mercado fonográfico com o lançamento de dois Cd’s e um DVD. Compasso é o título de um destes dois Cd’s. Décimo disco da discografia de RoRo (sendo o nono de canções inéditas), Compasso é um novo acerto na discografia de RoRo.

Rock, blues, bolero, música de raiz e reggae são alguns dos ritmos presentes no álbum. A canção que abre o disco, e, não por acaso, também faixa-título, é ótimo rock, composto em parceria com Ricardo Mac Cord, seu fiel amigo e tecladista, que tem fôlego para se tornar mais um hit da carreira da cantora. “Contagem Regressiva”, a segunda canção do disco, também é ótimo rock, mas que não é grande destaque dentre a (vasta) obra autoral de Ângela.

Neste novo trabalho, RoRo tenta obter o mesmo êxito de outrora, retomando (boas) parcerias, como a de Ana Terra. A letrista de “Amor, meu Grande Amor” compôs, ao lado de RoRo, a boa balada “Paixão”. Mesmo sendo um bom disco repleto de canções inéditas, Compasso peca exatamente pelo excesso. E o excesso está em Ricardo Mac Cord. O (bom) tecladista criou não só todos os arranjos do disco, como também é co-autor de 7 das 13 canções. Destaque do álbum, o reggae “Da Pé” é uma ótima surpresa. Sua letra evoca a áurea de discos de bandas como Cidade Negra (mas com uma leveza mais azeitada), com direito até à citação de Bob Marley. Os escândalos dessa vez estão fora! Prova disso é a leveza com que o disco é levado, até em baladas mais bem-humoradas como “Menti pra Você” (balada ensolarada com clima de verão) e “Bater não Dói”. Ângela está (completamente) curada!

Romântica assumida e incurável, RoRo consegue emocionar com canções como “Sem Adeus” e “Chance de Amar” (ótima parceria com Antônio Adolfo, outro parceiro das antigas). No entanto, Ângela ainda corre atrás de um prejuízo de 10 anos, causado pelo excesso de drogas, bebida alcoólica e escândalos. Tanto corre atrás que continua tentando enfiar na cabeça do público que está bem, prova disso são os ressentimentos expostos na letra de “Loucura Maior”. Ângela continua sendo a compositora inspirada que sempre foi. Mesmo que não crie hits instantâneos como “Came e Case” e “Só nos Resta Viver”, continua emocionando o público. Prova disso é o belo bolero “Arranca Essa Flor!” (digno até de cantoras como Omara Portuondo). Ângela mostra que não tem preconceitos, e pisa firme no terreno da música de raiz ao dar voz à “Não Adianta!”. A canção evoca as canções gravadas por nomes como Inezita Barroso. Outro grande momento é a parceria com Mac Cord, “Nossos Enganos”. RoRo continua sensível como compositora. O disco é completamente formado por músicas inéditas, e o prazer de encerrá-lo ouvindo a bela e singela “Dorme, Sonha” (apenas de RoRo) é indescritível.

Compasso é (mais um) acerto fonográfico na boa discografia de RoRo. Valeu à pena esperar por RoRo. Um hiato que se repetiu, esperamos, pela última vez.


Um comentário:

Anônimo disse...

Querido parabéns pelo blog e para Angela Ro Ro, nada como estar de bem com a vida e dar a volta por cima, tudo surge de bom novamente sucesso a ela!!!!!!!
Beijos