segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Segura, Marienne volta aos palcos com bom show.


RESENHA FEITA POR ADRIANA CUNHA:

Opinião de show

Título: Paixão

Artista: Marienne Souza (com participação de Arlindo Cruz e Bruno Cavalcanti)

Local: Teatro Do’Seis – São Paulo

Data: 09 de novembro

Cotação: *** ½

“Vocês sentiram minha falta?” perguntou, marota, Marienne Souza ao voltar aos palcos de São Paulo depois de 10 anos. Com resposta afirmativa da platéia num único coro Marienne retrucou: “Quero tirar o atraso!”. De volta aos palcos paulistas após 10 anos com seu belíssimo show Paixão, Marienne mostrou que está de volta com voz enxuta e corpo idem.

Paixão é show pautado no repertório de seu (ainda inédito) oitavo disco, a ser lançado no primeiro semestre do ano que vem.

O show foi aberto com “Olha Aí”, boa canção da sua safra de inéditas. Ao interpretar em tom over “Calypso Rock” (canção de tom ruralista lançada por Marienne em seu disco Talvez - 1993) a cantora já tinha a platéia no bolso. O show seguiu simultaneamente com números de sucesso, foi o caso de “Só por Deus”, “Onde Você Está?” e “Réu Confesso” (canção da safra de Tim Maia lançada por Marienne em 98 em seu equivocado disco Desconstruir). O show, que parecia perder força a medida em que seguia com baladas mornas, retomou a força e a beleza com o primeiro convidado da noite. O sambista Arlindo Cruz fez bela participação em “Samba pra meu Deus”, “Só por Você” e a badalada “Tá Perdoada” (canção de Arlindo lançada por Maria Rita em seu último disco, o Samba Meu). Sozinho em palco acompanhado apenas de seu cavaquinho e dos violões de Ricardo Teixeira, Arlindo reviveu “Saudade fez um Samba” e “Tô Aqui na Mangueira”, canções que pouco empolgaram. Ao voltar ao palco para interpretar, já sozinha, “Viagem” e “O Nome da Cidade” Marienne fez apelo emocionante para que Bianca Carvalho e o ator francês Rezzé voltassem a se falar, foi a deixa perfeita para entoar a inédita “Perdão”, fraca canção com apelos banais, mas que caiu bem no bloco mais frio da noite.

O número que daria outro gás ao show foi entoado a seguir, caso de “As Outras Faces”, ótima balada que elevou Marienne no mercado estrangeiro em seu elogiadíssimo disco Rotunda (2000). A participação especial de Bruno Cavalcanti (segundo e último convidado da noite) foi uma das mais belas, mesmo à meia-voz, Bruno conseguiu entoar belas baladas ao lado de Marienne. Ao ser apresentado, o cantor apareceu no palco, já na metade de “Coração Vagabundo” (bela canção de Caetano Veloso), em cima de um piano coberto por uma capa preta, a canção foi levada por Bruno até o fim em número teatral. Ao se unir a Marienne no palco (já sem a capa preta e fora do piano) para interpretar a inédita “T-A” (bela balada em homenagem a amiga de Bruno, Thaís Ciancci), o cantor agradeceu o carinho do público, a deixa perfeita para ficar sozinho no palco e interpretar “Se é por Falta de Adeus” e “Bananeira”, o cantor, que não exibe mais a boa forma vocal de tempos áureos, ou de seu espetáculo Formas Poéticas (2008), conseguiu conquistar o público. À volta de Marienne ao palco trouxe a efusão masculina, já que a cantora apareceu com vestido curto e top, já que, aos 39 anos de idade, continua enxuta. Ao lado de Bruno ambos interpretaram a balada “Frozen” (Madonna) e se despediram com um selinho. Sozinha no palco, a cantora encerrou o show ao som da balada “Paixão”, inédita de seu próximo disco.

Enfim, Marienne voltou e conseguiu sua marca de volta. Valeu

Nenhum comentário: