sábado, 15 de janeiro de 2011

Série trata, com ressalva, singela poesia de Chico


Opinião de série
Título: Amor em 4 Atos
Texto: Tadeu Jungle, Antônio Pellegrini, Ester Renner e Márcio Alemão Delgado
Direção: Tadeu Jungle e Bruno Barreto
Elenco: Marjorie Estiano, Malvino Salvador, Carolina Ferraz, Dalton Vigh, Alinne Moraes, Vladimir Brichita e grande elenco.
Exibição: Rede Globo
Data de exibição: De 11 a 14 de janeiro de 2011
Cotação: *** 1/2

A microssérie Amor em 4 Atos foi baseada num pequeno tijolo da vasta construção que é a obra de Chico Buarque. A ideia era a de criar histórias que tivessem como inspiração (e não base) as canções de Chico. As canções selecionadas foram: “Ela faz Cinema”, “Mil Perdões”, “Folhetim” e “As Vitrines”, com eventuais citações de outras canções de Chico (“Construção” e “O Que Será”) e canções de outros compositores (“Esquinas”, de Djavan, e “Esses Moços, Pobres Moços”, de Lupcínio Rodrigues). Cada episódio retratou histórias que aludissem à letra das canções, alguns com mais sucesso (“Ela faz Cinema”) outros com menos (“Folhetim”), mas no geral o resultado foi bom. Se colocado na balança, Amor em 4 Atos pesaria mais pelo lado esteticamente poético da obra de Chico, deixando de lado a briga pelo ibope.

A série, que evitou apenas retratar na TV as histórias contadas por Chico em suas canções, trouxe boas surpresas, como a atuação sensível de Malvino Salvador (deixando de lado o ranço de personagens brutus que vivera na TV) e a boa volta de Cacá Rosset às telas. Mostrou também que jovens atrizes podem ganhar bom destaque, como Marjorie Estiano, que se destacou em Ela faz Cinema e Alinne Moraes, que ofuscou seus colegas em Folhetim e As Vitrines. A série também voltou a coroar ótimos atores, como Carolina Ferraz e Dalton Vigh. Não passou pelo crivo poético de Chico nomes como o de Dudu Azevedo (Mil Perdões), que soou extremamente falso. Mas também se descobriram bons talentos, como o de Alice Assef e sua linda voz. Foi possível notar também a diferença gritante entre a direção poética de Tadeu Jungle e a mecânica de Bruno Barreto. Prevaleceu no gosto artístico a de Tadeu (autor também de dois dos 4 textos, superiores também aos textos criados por Márcio Alemão Delgado).

Enfim, no geral, Amor em 4 Atos foi uma boa série que mereceria repeteco. A obra de Chico tem disso, encanta em qualquer situação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito da série, pena que acabou.
Ótima crítica.

Adri do Rio