terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Divertido, “9 to 5” é apenas (mais) um musical


Uma Semana na Broadway
Opinião de musical
Título: 9 to 5
Texto: Patricia Resnik
Música e letra: Dolly Parton
Direção: Joe Mantello
Elenco: Dee Hoty, Mamie Parris, Diana de Garmo, Joseph Mahowald, Kristine Zbornik e grande elenco.
Local: Marquis Theatre - Broadway - New York - NY (EUA)
Data: 03 de janeiro de 2011 (sessão especial de reestreia)
Cotação: ***

Musical que estreou na Broadway em 2009 baseado no filme homônimo, 9 to 5 voltou a entrar em cartaz na famosa avenida para uma mini-temporada de 8 apresentações após percorrer pelo país em turnê. O elenco também é novo. Nomes como Dee Hoty (Mamma Mia!) e a ex American Idol Diana de Garmo (Hairspray) aderiram ao elenco.

O enredo gira em torno da história de três moças que trabalham numa firma e, num ato de tentar vingar sua feminilidade, decide pregar uma peça em seu chefe, fazendo-o acreditar que corre perigo de vida. No entanto o chefe acaba por descobrir a artimanha e decide entrar no jogo também, fingindo passar realmente mal e ser internado. O fato é que as garotas também descobrem a farsa do chefe e decidem se vingar. O enredo até chega a ter graça, no entanto o texto está bem abaixo da média para de fato entreter e interessar o público. Isso fica por conta das canções que, oscilantes, apostam numa sonoridade rock and roll que, por vezes, soa cansativa. Dolly Parton, que já vem de uma (boa) carreira musical, parece ter se perdido na hora de tentar ajudar a contar a história das moças. Mas há bons momentos que (de fato) divertem, como no início com a canção-tema, “9 to 5”, talvez a melhor do espetáculo e diálogos interessantes entre as três moças: Violet (Dee Hoty), Judy (Mamie Parris) e Doralee (Diana de Garmo), quando decidem se vingar da vingança do chefe. Chega a ser engraçado e gerar risadas fáceis, mas nada monumental.

Os atores são, sem dúvida, o ponto mais alto do espetáculo. Dee Hoty, Mamie Parris e Diana de Garmo convencem bem como as amigas e colegas de trabalho que podem te levar do riso ao choro em instantes (mesmo que essa não seja a real intenção do libreto). Joseph Mahowald também dá um show (principalmente de comédia) no papel do chefe das moças, Franklin Hart Jr. apenas Kristine Zbornik soa um tanto apagada no papel da insossa Roz. Merecia mais.

As coreografias (no geral boas) são outro ponto a parte, que vale ser ressaltado. Andy Blankenbuehler fez um ótimo trabalho (como de costume) ao incendiar o palco com coreografias de encher os olhos. Por vezes simples, por vezes mais complexas, mas sempre apaixonantes, assim como a iluminação de Jules Fisher (La Cauge ax Folles) e Kenneth Posner (Wicked). A produção chega a superar a história em si.

Enfim, 9 to 5 é apenas (mais) um musical que até vale o ingresso (U$ 48,70) pela produção, mas não se engane, não é uma obra prima.

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