Opinião de show
Título: Climax
Artista: Marina Lima
Local: Teatro do Sesc Vila Mariana – São Paulo
Data: 24 de junho de 2011
(Em cartaz até 26 de junho)
Cotação: ****
Inspirada em seu último álbum, Climax, Marina Lima estreou na noite de sexta-feira (24 de junho) a turnê nacional do show homônimo. O Teatro do Sesc Vila Mariano foi palco para a estreia do novo show da cantora, que conta com um público fiel, prova é que o teatro estava lotado. O show conta com direção e cenografia do arquiteto Isay Weinfeld que, tenso, manteve-se inquieto em sua cadeira.
O show foi aberto de forma fria com três hits da carreira de Marina que pouco renderam: “Fullgás”, “À Francesa” e “Virgem”. Nitidamente nervosa, Marina manteve-se sóbria em cena, sem falar com o público. O show esquentou mesmo quando a cantora apresentou a primeira canção inédita do show, “Não me Venha mais com Amor”, sua deliciosa parceria com Adriana Calcanhotto. O cenário de Isay Weinfeld dialogava muito bem com as canções, principalmente ao mostrar um belo céu estrelado que remetia aos versos “noites de ver estrelas sob o teto do quarto, noites de esfriar o calor” da parceria de Marina com Calcanhotto. Os painéis móveis casavam muito bem com o lindo jogo de luz, principalmente em “A Parte que me Cabe” que, sem o dueto com Vanessa da Mata, cresceu. “O Chamado” e “Call Me” (um dos destaques do álbum que cresceu no palco) receberam belíssimo tratamento cênico, enquanto “Me Chama” se escorou no belo cenário que remetia a chuva da letra. Os arranjos eletrônicos também ajudaram a canção a crescer, mérito da dupla que acompanhava Marina Lima em cena. “Somos os três mosqueteiros” brincou a cantora, que foi acompanhada em cena dos competentíssimos Alex Fonseca e Edu Martins. Única canção deslocada no roteiro, “Difícil” soou trivial no fim das contas. Tinha mais sentido nas últimas duas turnês de Marina, Primórdios e Topo Todas Tour. Uma das boas surpresas do roteiro foi “Deixe Estar”, o belo hit do álbum Pierrot do Brasil revivido por Marina em clima depressivo, quando a cantora vestiu capa verde (que, em tese, pode representar a esperança) e vagou perdida pelo palco vazio. “Charme do Mundo” ressurgiu jovial, abrindo caminho para a deliciosa “Doce de Nós” seguida de “Pra Começar”, que teve seu charme constituído nos óculos escuros usados pela cantora em clima “bate estaca”. Outra ótima surpresa do show foi a canção “Veneno”, a versão de Nelson Motta para “Veleno” gravada por Marina em 1984 em eu álbum Fullgás. “Veneno” ressurgiu com fôlego contando com belo efeito cênico, em que a cantora, presa às marcas teatrais, espirrava pó sentido a plateia. O momento mais belo do show foi o dueto de Marina com Karina Buhr, reconstituindo o dueto gravado em estúdio na belíssima “Desencantados”, destaque da atual safra de inéditas de Marina. Com Buhr, Marina apresentou jogo cênico que representava os encontros e desencontros tratados na canção (parceria de Marina, Buhr, Edgar Scandurra e Alex Fonseca). “Lex” emergiu vitoriosa no palco, antecedendo a maior (e melhor) surpresa do show: a abordagem de Marina para “In my Life”, a deliciosa canção dos Beatles. Foi a primeira vez que Marina abordou a obra dos Beatles e, espera-se, não seja a última. A canção foi solar. O show foi encerrado (antes do BIS) de forma fria. Bela, mas fria. Sentada com seu violão Marina abordou em clima bossa-nova “#SP Feelings” que contou com o mais belo cenário do show. A cantora voltou ao palco para interpretar “Pra Sempre”, a parceria de Marina com Samuel Rosa, e encerrando o show com “Mesmo que Seja Eu”, o sucesso de Erasmo Carlos que gravou em 1984.
Romântico, Climax é belo show. Mesmo não sendo tão festivo quanto seu antecessor, Topo Todas, é um show que merece registro por sua aura teatral e por se impor como um dos melhores shows de Marina nos últimos anos. Mas se houve falta sentida foi do (ótimo) rock “Keep Walkin”, uma das melhores canções da atual safra de Marina Lima. Climax, o show, vale ser visto.
Título: Climax
Artista: Marina Lima
Local: Teatro do Sesc Vila Mariana – São Paulo
Data: 24 de junho de 2011
(Em cartaz até 26 de junho)
Cotação: ****
Inspirada em seu último álbum, Climax, Marina Lima estreou na noite de sexta-feira (24 de junho) a turnê nacional do show homônimo. O Teatro do Sesc Vila Mariano foi palco para a estreia do novo show da cantora, que conta com um público fiel, prova é que o teatro estava lotado. O show conta com direção e cenografia do arquiteto Isay Weinfeld que, tenso, manteve-se inquieto em sua cadeira.
O show foi aberto de forma fria com três hits da carreira de Marina que pouco renderam: “Fullgás”, “À Francesa” e “Virgem”. Nitidamente nervosa, Marina manteve-se sóbria em cena, sem falar com o público. O show esquentou mesmo quando a cantora apresentou a primeira canção inédita do show, “Não me Venha mais com Amor”, sua deliciosa parceria com Adriana Calcanhotto. O cenário de Isay Weinfeld dialogava muito bem com as canções, principalmente ao mostrar um belo céu estrelado que remetia aos versos “noites de ver estrelas sob o teto do quarto, noites de esfriar o calor” da parceria de Marina com Calcanhotto. Os painéis móveis casavam muito bem com o lindo jogo de luz, principalmente em “A Parte que me Cabe” que, sem o dueto com Vanessa da Mata, cresceu. “O Chamado” e “Call Me” (um dos destaques do álbum que cresceu no palco) receberam belíssimo tratamento cênico, enquanto “Me Chama” se escorou no belo cenário que remetia a chuva da letra. Os arranjos eletrônicos também ajudaram a canção a crescer, mérito da dupla que acompanhava Marina Lima em cena. “Somos os três mosqueteiros” brincou a cantora, que foi acompanhada em cena dos competentíssimos Alex Fonseca e Edu Martins. Única canção deslocada no roteiro, “Difícil” soou trivial no fim das contas. Tinha mais sentido nas últimas duas turnês de Marina, Primórdios e Topo Todas Tour. Uma das boas surpresas do roteiro foi “Deixe Estar”, o belo hit do álbum Pierrot do Brasil revivido por Marina em clima depressivo, quando a cantora vestiu capa verde (que, em tese, pode representar a esperança) e vagou perdida pelo palco vazio. “Charme do Mundo” ressurgiu jovial, abrindo caminho para a deliciosa “Doce de Nós” seguida de “Pra Começar”, que teve seu charme constituído nos óculos escuros usados pela cantora em clima “bate estaca”. Outra ótima surpresa do show foi a canção “Veneno”, a versão de Nelson Motta para “Veleno” gravada por Marina em 1984 em eu álbum Fullgás. “Veneno” ressurgiu com fôlego contando com belo efeito cênico, em que a cantora, presa às marcas teatrais, espirrava pó sentido a plateia. O momento mais belo do show foi o dueto de Marina com Karina Buhr, reconstituindo o dueto gravado em estúdio na belíssima “Desencantados”, destaque da atual safra de inéditas de Marina. Com Buhr, Marina apresentou jogo cênico que representava os encontros e desencontros tratados na canção (parceria de Marina, Buhr, Edgar Scandurra e Alex Fonseca). “Lex” emergiu vitoriosa no palco, antecedendo a maior (e melhor) surpresa do show: a abordagem de Marina para “In my Life”, a deliciosa canção dos Beatles. Foi a primeira vez que Marina abordou a obra dos Beatles e, espera-se, não seja a última. A canção foi solar. O show foi encerrado (antes do BIS) de forma fria. Bela, mas fria. Sentada com seu violão Marina abordou em clima bossa-nova “#SP Feelings” que contou com o mais belo cenário do show. A cantora voltou ao palco para interpretar “Pra Sempre”, a parceria de Marina com Samuel Rosa, e encerrando o show com “Mesmo que Seja Eu”, o sucesso de Erasmo Carlos que gravou em 1984.
Romântico, Climax é belo show. Mesmo não sendo tão festivo quanto seu antecessor, Topo Todas, é um show que merece registro por sua aura teatral e por se impor como um dos melhores shows de Marina nos últimos anos. Mas se houve falta sentida foi do (ótimo) rock “Keep Walkin”, uma das melhores canções da atual safra de Marina Lima. Climax, o show, vale ser visto.
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