quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Toller seduz e mostra intimidade com seu público em “Nosso”


Opinião de Cd
Título: Nosso
Artista: Paula Toller
Gravadora: Independente/ Microservice
Cotação: ****

Versão em Cd do DVD que registra o belíssimo show solo de Paula Toller, o SóNós, calcado no repertório do Cd homônimo lançado em 2007, o Cd Nosso leva vantagem sobre a versão em estúdio. O pop redondo de Paula soa ainda mais sedutor ao vivo.
Aberto com
“? (O Que é Que eu Sou)” (canção de Erasmo Carlos ofertada à Paula para o SóNós), o disco já mostra a intimidade de Paula com seu público. Na seqüência, o hit “Meu Amor se Mudou pra Lua” faz ecoar a veia pop de Paula que, apesar de intensa, não soou tão forte na canção de abertura. O disco leva grande vantagem sobre sua versão de estúdio por entrelaçar canções do primeiro disco solo de Paula, Derretendo Satélites com canções do grupo Kid Abelha mais as canções de seu último trabalho. O bloco de abertura, todo calcado no repertório do último trabalho é fechado com bela interpretação de “All Over”, com adesão dos vocais de seu guitarrista. Abrindo o leque de seu repertório, Paula tirou de lá boas surpresas como a balada “Oito Anos” (canção inspirada nas perguntas de seu filho Gabriel, quando o mesmo tinha 8 anos, e gravado no seu primeiro disco solo e regravada por Adriana Calcanhotto em seu projeto infantil Partimpim), “Mamãe Coragem” (canção de Caetano Veloso, ótimo achado para unir a canção “Oito Anos” a bela “Barcelona 16”). Em momento ainda mais intimista do disco, quando Paula interpreta o hit do Kid Abelha “Grand’ Hotel” apenas ao som do solitário piano, é quando Paula mostra toda sua (ótima) forma vocal. Mesmo sem o atrativo de visão, números como “Saúde” (em que Paula emenda na canção lançada em 81 por Rita Lee o refrão de “Só Love” da dupla Claudinho e Buchecha) e “... E o Mundo não se Acabou” continuam interessantes. O disco tem ainda a adesão da guitarra de Dado Villa-Lobos em “Pane de Maravilha” (canção do SóNós) e no samba “1.800 Colinas” (samba do repertório de Beth Carvalho gravado por Paula no seu primeiro disco solo), ainda contando com convidados especiais, Paula recebe o compositor norte-americano Kevin Johansen para reproduzir em palco o dueto feito com a cantora no disco, na canção “Glass (I’m so Brazilian)”. Johansen volta ainda no BIS para interpretar ao lado de Paula “Anoche Soñe Contigo”, a versão em espanhol da balada “À Noite Sonhei Contigo”, outra pérola do SóNós. Mesmo temas que, no disco, se mostraram menos sedutores ganharam mais força com arranjos de palco, é o caso das baladas “Você me Ganhou de Presente”, “Um Primeiro Beijo” e “Eu Quero ir pra Rua”. Outro achado dentro do repertório foi a canção “Fly me to the Moon”, o sucesso jazzístico gravado por Paula no Derretendo Satélites, a canção ficou mais bela ao vivo. A bela interpretação mais intimista de “Nada por Mim” (canção de Paula e Herbert Vianna dada de presente à Marina Lima para que fosse gravada em seu disco Todas de 85) foi um dos pontos mais altos de um disco cheio de acertos. A bela “Derretendo Satélites” foi o ponto chave para encerrar o disco que, a rigor, é fechado com “Anoche Soñe Contigo” (o ponto mais baixo do Cd).
Enfim, o pop de Paula soa sempre novo e redondo, mesmo com alguns tons fora do lugar, Toller consegue se manter sempre nova e, o mais importante, sedutora.

Um comentário:

CADO - MAPA DOS MEUS DIAS disse...

bruno..
no mínimo
foste absolutamente convincente em relação às qualidades do cd. bacana tua resenha. adoro a paula e o que li me fez ter muita vontade de correr atrás. abraço.