terça-feira, 15 de setembro de 2009

Trilogia


Viajando pelas loucuras de Gisele Lemos em Uma Viagem Além da Porta decidi voltar a fazer o que há muito não fazia: escrever! Mas veja, escrever todo mundo escreve, é a lei da vida! Mas ninguém mais escreve o que deve escrever. Eu tneho saudades de escrever crônicas que ninguém lia, saudades de escrever músicas que ninguém ouvia, poemas que ninguém recitava e versos que ninguém citava. Mas vejam vocês meus queridos leitores fantasma, se eu me divirto nas consultas dadas a Lucile Ball ( a famosa I Love Lucy), o que me impede de tentar diverti-los contando casos e acasos da minha vidinha fútil e vulgar (mais fútil que vulgar, lógico!)? - (ponto, parênteses e ponto de novo... isso é permitido Gisele?). Não tenho um título ainda, mas como pretendo fazer disso uma trilogia, talvez o título venha por último, ou talvez apareça na metade desse primeiro capítulo, ou na metade do segundo ou no começo do terceiro ou vá aparecer apenas três meses depois que eu acabar de escrever. Vamos dar início...


Capítulo I (versículo 20, século 20, século 21)

Pensei em começar de várias formas diferentes. Apesar de ainda não saber sobre o quê (ou quem) eu vou falar, sei exatamente como quero falar: de modo que eu me revele a vocês e ao mesmo tempo vocês não saibam nada! Confuso, não? Talvez, mas divertido!
Eu continuo na dúvida se eu dou nomes aos bois ou não. Seria muita falta de ética dar nomes, mas seria muita falta de humanidade não dá-los. Vamos fazer o seguinte? Vou chamá-los de Y, R, N, M e S. Pronto, serão esses os nomes, assim vocês não morrem de curiosidade e eu não entro em mals (ou maus?) lençóis. Aliás, estou escrevendo sem o auxílio do Word. Quero que todos saibam que eu também erro o português, assim me tiram daquele pedestal de artista transgressor que entende de gramática. Eu não entendo. Perdi muitas aulas de gramática! Não sei o que é ditongo, oxítona, proparoxítona, não sei nem se isso ainda existe. Sei o que é literatura, sujeito direto, indireto, objeto direto, indireto (apesar de conservar algumas dúvidas ainda)... Aliás, não sei nem se isso tudo é gramática! Sei que literatura não é gramática! E sei também que a Sra. Y é ótima em literatura, em gramática... ela é ótima em português e eu sempre a admirei por isso. É bastante culta apesar de não saber bem quando usar sua cultura e, por vezes, soa meio arrogante (mesmo não sendo). Nós nos conhecemos já tem um bocado de tempo e somos amigos há um bocado de tmepo (não vou contar esse bocado de tempo! Me falta tempo pra isso). Nós nos unimos muito nos últimos anos. Talvez a puberdade tenha feito de nós amigos mais próximos com gênios fortes e que brigam até para decidir o que é melhor: o som de uma cuíca ou de uma bateria! Muitas vezes eu escolho a cuíca, ela sempre escolhe a bateria! Nossa última briga foi por ciúme do Sr. S. Eu odeio amigas que namoram! Elas esquecem de mim, esquecem da vida! Ficam submissas, ainda mais se são jovens... um verdadeiro saco! Sr. S é a típica pessoa ligada nos assuntos de hoje em dia (dos quais eu faço questão de me desligar), é uma pessoa que adora falar, mas raramente gosta de agir. Confesso que às vezes tenho pena dele, outras vezes tenho raiva dele, outras vezes tenho asco e outras vezes apenas o ignoro.
Não há pessoa no mundo que dissesse (ou dicesse? ou dissece?) que eles ficariam juntos, mas a máxima é totalmente verdadeira: os opostos se atraem. E eles se atrairam de maneira bem estranha. É o tipo do amor às avessas onde a crise existe mas é ela quem dá gás para o amor (ou ao o simples "gostar". Eu duvido bastante do amor - só acho bonito nas letras da Marina Lima e da Adriana Calcanhotto ou nas poesias do Vinicius de Moraes) deixando tudo mais divertido (ou não!). Eu fui um dos responsáveis por esse romance (já me disseram que romance se escreve assim: românce. Quis voar no pescoço da pessoa.) ter início. Não que eu tenha vestido minhas asas e empunhado arco e a flecha à lá cupido, mas sem um empurrãozinho esses dois continuariam separados (confesso que talvez eu até achasse bem melhor, mas esse é um critério que talvez eu entre apenas no terceiro capítulo).
Sra. Y e Sr. S são duas pessoas opostas que juntas se tornam insuportáveis! Ele já é insuportável por si só e ela consegue entrar no jogo dele. Certa vez fomos todos jantar juntos num restaurante ali em Moema, a convite de uma colega de trabalho minha. Chegamos eu e minha colega e 10 minutos depois estava a Sra. Y no local marcado. Esperamos o Sr. S chegar para pedirmos, mas nada dele. 1 hora e meia depois o Sr. S aparece dizendo ter passado na casa de um amigo e acabou por perder a hora. Primeira falta da noite! Nos sentamos e começamos a conversar. Eu e minha colega tentávamos manter uma conversa agradável com a Sra. Y quando o Sr. S fez questão de soltar um de seus estrondosos, agudos, irritantes e desnecessários gritos avisando que o garçom estava demorando com nossa comida. Eu, muito educado que sou, mandei-o calar a boca ou ir embora. Muito educadamente ele se levantou e foi-se embora arrastando a Sra. Y com ele. Ficamos minha colega e eu conversando sobre Nelson Rodrigues e ermanando (ou irmanando? ou os dois?) o que havia acontecido com alguns textos do Nelson.
Vou pegar um pouco de água, depois eu volto, ou não.
Cá estou de volta. Resolvi que vou fechar o parágrafo com a citação do Nelson Rodrigues. É muito fino e culto mostrar que conhecemos Nelson Rodrigues.
Será que eu posso ficar pulando de um parágrafo a outro sem começar ou terminar um raciocínio? Fica a questão para Gisele me responder.
A cena deplorável do restaurante foi só um dos pontos baixos da convivência com Sr. S (esse parênteses será aberto apenas para que eu possa dar um ponto final na frase sem que fique estranho). Sra. Y deixou de ser a pessoa transgressora e guerreira de outrora. Pena. É por isso que eu condeno namoros como esse. Por isso e porque eu não costumo cultivar grandes namoros. O último que consegui cultivar foi com a Srta. H, mas não falarei dela neste capítulo (talvez fale no segundo ou no terceiro, mas a probabilidade - certo? - é de que eu realmente não fale dela! Não por não ser importante, mas porque eu não quero mesmo).
Minhas brigas com a Sra. Y estão se tornando cada vez mais constantes e nós sabemos o porque (será que esse porque se escreve assim: porquê? Acho que sim. Na dúvida deixo os dois). Apesar de ela saber que eu a ajudarei em suas crises pelo simples fato de eu querer bem a ela, ela também sabe que se o Sr. S for para a puta que pariu eu não farei questão de me despedir ou dár-lhe - certo? - uma passagem de volta.
Não sei bem como fechar esse capítulo, gostaria de fechar deixando uma boa impressão da Sra. Y, mas acho que fiz tão bem sua caveira por aqui que nem eu tenho mais essa vontade (o que me lembra um poema do Ferreira Gullar onde ele cita suas duas partes. Acho que se chama "Traduzir-se"). Minhas duas partes estão divididas: Uma a quer bem e outra a quer longe... mas há uma terceira parte que a quer perto. Pronto! Ótima maneira de se fechar um capítulo.

PS: Acabo de achar um nome para esse capítulo. Se chamará "Capítulo I", não por flata de inspiração, mas por falta de um outro melhor. Talvez eu tenha me inspirado bastante no José de Alencar ao descrever Peri e Ceci em "O Guarani", ou Machado de Assim ao falar de seu "Dom Casmurro", ou até mesmo na Fernanda Young ou na Gisele Lemos. Mas não tem problema, os três primeiros eu sei que não lerão nada que eu escrever aqui. Dois porque estão mortos e uma porque não tem paciência. Talvez Gisele leia, talvez não. Será que alguém vai ler o que está escrito aqui? Bom, se lerem - certo? - e acharem algum erro ortográfico ou de digitação me avisem, porque não vou reler.
No "Capítulo II" (se é que vou chamá-lo assim) pretendo falar de R e M... talvez fale da Srta. H, mas acho que não. Agora ja são altas horas da madrugada e eu pretendo ir dormir.
Até o próximo capítulo.

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