sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uma semana atribulada - o relato

Ah, sexta-feira! Enfim chegou o fim da semana, enfim chegou esse dia tão lindo que antecede um dia ainda mais lindo: sábado!
Minha semana foi tão estranha! Segunda-feira eu tive um princípio de febre altíssima! Oscilei entre o frio das geleiras siberianas com o calor das areias árabes. Foi uma segunda-feira bastante estranha, tão estranha quem nem me recordo direito dela. Terça-feira já foi mais situada, fui para a escola, vi seminários, trabalhos, exposições e, após sair da escola, iniciei minha maratona para cumprir a agenda de apresentação. Fui para o Educandário Allan Kardec afim de encontrar com as crianças que lá estudam e irmos para o Centro de Exposições Imigrantes aqui em São Paulo, para apresentar o espetáculo Formas Poéticas. Fomos todos na van alugada especialmente para nos levar e trazer de volta. Uma viagem como já estou acostumado: enquanto os alucinógeos brincam e gritam desvairadamente, eu ouço minha musiquinha e leio meu livrinho... Aliás, estou lendo um romance da Agatha Christie chamado A Casa Torta, ainda não acabei mas estou vidrado. Chegamos ao Centro de Exposições, entramos e fomos direto ao camarim coletivo (como estamos acostumados), conhecemos o palco, ensaiamos numa passagem relâmpago, comemos e fomos descançar até a hora da apresentação. Por incrível que pareça a cena bizarra da van se repetiu, estávamos na explanada do Centro de Exposições e, enquanto uns alucinógenos corriam de um lado para outro, outros gritavam, outros brincavam, outros fofocavam andando de um lado para outro tentando mostrar que tinham amigos e eu, claro, me sentei no lugar mais calmo que encontrei e me pus a ler o delicioso romance da Agatha. Dado o devido momento nos posicionamos no camarim, nos trocamos, arrumamos nossos panos, nos posicionamos nas coxias, as luzes se apagaram, nos posicionamos no palco, ouve-se o som do pandeiro e se inicia o espetáculo com a percussão corporal e o texto sobre o ponto (com citação até ao meu texto-canção
"O Ponto"). A platéia era miúda, poucas pessoas para uma exposição de arte. Confesso que tive de fazer um esforço muito grande para continuar em palco, a medida em que o espetáculo corria o frio aumentava e eu estava totalmente à meia-voz, tive que literalmente gritar os textos. Ao final da apresentação recebemos os aplausos e nos dirigimos ao camarim, nos trocamos meio toscamente e nos dirigimos para a explanada. Enquanto os alucinógenos seguiam o mesmo ritual bobinho eu resolvi mudar um pouco e conversar com os dançarinos da CIA Druw. Gente do ramo de arte. Gente bonita e interessante. Assistimos ao espetáculo Lúdico que ganhou uma versão mais contida para conseguir caber no Centro de Exposições Imigrantes. Agora vem a melhor parte: o final! Ao fim do Lúdico nos dirigimos de volta ao camarim para pegarmos nossas coisas e irmos embora e, ao olhar para o lado, quem eu encontro? Quem? Quem? Quem? Ele! O grande! O camaleão! O inclassificável! Sim, senhoras e senhores, eu dei de cara com Ney Matogrosso nos bastidores do Formas Poéticas/ Lúdico. Caí de 4, tirei foto, brindei... Dei uma de fã tiete controlado. Pegamos nossas coisas e nos dirigiamos a van quando recebi o convite de voltar de carro, de carona, pra casa. Lógicamente que aceitei, seguimos a van e os alucinógenos pareciam não terem perdido da energia que eu perdi pois a van a nossa frente literalmente balançava. Cheguei em casa, conversa vai, conversa vem, descobri que estava com 39º de febre!!! Morria de frio e, depois, de calor! Dormi e fui para a escola quarta-feira como se nada estivesse acontecendo. Quarta e Quinta foram dias (muito) estranhos. Provas, revisões, mais trabalhos, mais exposições, mais seminários, lições, sono, cansaço no corpo... Ai, meus sais... Mas nenhum dia me irritou tanto quanto hoje! Mas chegamos ao fim dessa semana! Uma semana estranha de doença, provações, porém de um alívio muito grande. Confesso que não fazer mais parte do projeto Lúdico me faz bem! Não que eu seja ingrato ou falso, mas participar das aulas já não estava me fazendo tão bem quanto antes... Sair irritado não foi bom, portanto seria melhor que sair surtado.
Amanhã é sábado e tenho tanto o que fazer: curso, festa junina, encontro com amigos de séculos atrás com quem estou com uma dívida enorme de mais ou menos 1 ano e meio sem ver, sessão, festa e, mais tarde, Rita Lee no Altas Horas. Já o domingo será menos corrido, pela manhã ensaio da peça Rascunhos e a leitura branca da próxima peça: As Notas, mais tarde o almoço de comemoração dos 3 anos da CIA das Artes Monteiro Lobato e um provável cineminha. Mas logo após a meia-noite começa tudo outra vez! No entanto as minhas aulas só acontecerão segunda e quarta, portanto a partir de quinta vocês não me ouvirão mais reclamar de uma semana atribulada pois eu achei o que precisava: férias!

beijo enorme a todos vocês, meus tão fiéis leitores fantasma. Boa noite!

BC.

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