segunda-feira, 13 de julho de 2009

Aumenta que Isso aí é Rock And Roll!


Aqui vai um texto meu publicado no blog Alma & Espírito sobre o dia do rock! Aqui vai:

Hoje, dia 13 de julho, é o dia mundial do rock! Os rockers de plantão estão em festa! Todos os roqueiros, desde o mais antigo surgido na Jovem Guarda, até o mais novo surgido nas modas “core”, todos comemoram a origem desse ritmo que mudou o mundo!
Eu, neste texto, não tenho vontade de me prender às origens da existência do rock and roll, tenha ele surgido com Chuck Berry ou com o Elvis Presley, achei mais propício me prender às origens do rock and roll aqui no nosso Brasil brasileiro, terra de mulato inzoneiro, onde eu canto os meus versos.
Na década de 50, início de 60, o som que dominava o Brasil era a bossa nova (pela qual eu sou tremendamente apaixonado). Elis Regina, Tom Jobim, Miúcha, Nara Leão e Vinicius de Moraes eram alguns do “bambambans” da bossa, mas, logo na metade da década de 60, surge na TV Record um grupo de jovens, onde os homens tinham uma calça boca-de-sino gigante e as mulheres usavam saias curtíssimas! Eles não tinham em mãos um banquinho e um violão, mas sim uma guitarra elétrica e muita atitude! Eles eram os dominadores das jovens tardes de domingo, eles compunham a Jovem Guarda! A Jovem Guarda foi o primeiro grande movimento de rock no Brasil e era comandado por um trio histórico: o tremendão Erasmo Carlos, a ternurinha Wanderléa e o rei Roberto Carlos. Os artistas que compunham a Jovem Guarda cantavam rocks próprios e várias versões de músicas de gente como Elvis e, claro, Beatles!
O rock mudou o modo de pensar das pessoas! Se os Beatles eram praticamente proibidos nas casas de “gente de bem”, o pessoal da Jovem Guarda então era abominado pelos pais e mães daquela época! Se a Wanderléa fazia questão de parar um casamento ou desafiar todos com sua prova de fogo, Elis Regina nadava nas águas de março! Se Erasmo Carlos chamava todos para irem quentes porque ele já estava fervendo, Tom Jobim e Vinicius de Moraes caiam de amores pela sua garotinha de Ipanema! Se o Roberto Carlos era terrível e amava loucamente a namoradinha de um amigo seu, o João Gilberto desafinava que era uma beleza!
Mas nem só de Jovem Guarda foi feito o rock, já que, no início de década de 70, o programa saiu do ar, mas o movimento continuava, mesmo sem a força de outrora, ele continuava. Num último suspiro do que parecia ser o rock and roll, surgiram dois baianos entoando suas guitarras elétricas com percussão, baixo, bateria e tudo o que tinham direito! Enquanto um passeava domingo no parque, o outro vivia de alegria e alegria! Gilberto Gil e Caetano Veloso criaram outra forma de rock and roll: a Tropicália!
Os tropicalistas eram um povo hippie, que seguia os ensinamentos deixados por Jimi Hendrix e Janis Joplin, mas o “amor e paz” ficou um pouco pra trás, o importante agora era incomodar! Se até Nara Leão, a musa da bossa nova, se rendeu às forças tropicalistas, porque não crescer mais? Os tropicalistas eram formados (de grande importância) por: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Nara Leão, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes e, um dos mais importantes, o maestro Rogério Duprat! Mas, venhamos e convenhamos, o rock tropicalista só era rock porque havia um grupo que se destacava: Os Mutantes!
Formado por Rita Lee, Arnaldo Batista e Sérgio Dias, Os Mutantes eram um grupo de jovens que fazia rock pesado e incomodava muita gente! Fosse tocando uma bossa composta por Gil e Caetano (“Panis et Circenses”), fosse fazendo um disco de capa altamente criticada naquela época (“A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” – vou deixar a imaginação de vocês florescer, porque será que o disco era tão vetado?), fosse fazendo rock puro e pesado (“Top Top”, “Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde que eu Tenha o Rock And Roll”, “Ando Meio Desligado”) ou fosse cantando de costas para o público ao lado de Gilberto Gil (“Domingo no Parque”), Os Mutantes eram os bons!
O rock, na medida em que a década de 70 foi passando, foi perdendo força! Por mais que gente como Rita Lee (até então com o grupo Tutti-Frutti) e Erasmo Carlos (agora, fora da Jovem Guarda) tentasse, o rock estava perdendo sua força! Até que chegaram os grandes anos 80, onde tudo aconteceu!
O primeiro suspiro de rock no Brasil que os anos 80 deram foi, na verdade, em 1979 com o lançamento do disco “Simples Como Fogo”, da Marina Lima. Uma mulher fazendo rock e, em plena capa do disco, exibindo um corpo escultural e sexual empunhando uma guitarra vermelha ardente! Isso era atitude!
Os anos 80 foram muito produtivos para o rock no cenário nacional, fosse criando bandas como Kid Abelha, Legião Urbana, Barão Vermelho e Kid Vinil, cantoras como a própria Marina, cantores como Lobão, Cazuza e Lulu Santos... O rock nacional estava bem servido (assim como o internacional que tinha em seu catálogo ícones como Nirvana)!
Na década de 90 até hoje, o rock nacional nunca mais foi o mesmo! Confesso que mesmo com o surgimento de bandas como Capital Inicial, cantoras como Pitty, etc e tal, o rock ainda me parece MUITO artificial! Os anos 90 tomaram um fôlego do cenário musical que até hoje estamos tentando recuperar!
O rock hoje completa incontáveis anos (talvez 50, talvez 60, não sei), mas vale lembrar que rock não é apenas um gênero musical, é também um tipo de atitude! Ser roqueiro é ter uma atitude que desponte de tudo o que é convencional...
Confesso que estou esperando essa atitude roqueira de hoje em dia...


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