domingo, 19 de abril de 2009

Vale à pena ouvir de novo: Atemporal, Erasmo retoma as rédias em bom disco.


Opinião de Cd
Título: Pra Falar de Amor
Artista: Erasmo Carlos
Gravadora: Abril Music (fechada)
Cotação: ***
Ano de lançamento: 2001

Após treze anos sem lançar um disco de inéditas (o último, Apesar do Tempo Claro, foi lançado em 1988), Erasmo Carlos retomou as rédias de sua carreira como o bom compositor que é. Pra Falar de Amor, o disco que o tremendão lança via Abril Music, não é exatamente o melhor disco de sua carreira, mas é o melhor nos últimos 13 anos calcados apenas por regravações e revisitações de antigos sucessos.
O disco se divide em três momentos: o bloco quente, calcado por rocks e ótimas baladas, o bloco frio calcado por fracas baladas e o bloco morno formado por baladas roqueiras pouco inspiradas. No disco é possível ver várias fases do tremendão, desde a fase jovemguardiana caracterizada pela inocência amorosa das letras, a fase romântica onde surge o Erasmo de discos como Abra seus Olhos (1986) e Amar pra Viver ou Morrer de Amor (1982) e a fase roqueira do cantor, evidente em discos como Carlos, Erasmo
(1971) e 1990 - Projeto Salva Terra (1974).
O disco é aberto pelo (bom) rock ortodoxo
"Seu Bicho de Estimação". Se ouvir apenas as 3 primeiras faixas do disco, pode-se ter a falsa impressão de que, a medida em que o disco segue ganha força. Pista falsa. Apesar das faixas seguintes (as baladas "Mais um na Multidão" - composto com Marisa Monte e Carlinhos Brown e gravado em dueto com Marisa - e "O Impossível" - a bela balada de Kiko Zambianchi) serem ótimas, é possível notar a perda de força do disco na balada que já segue. "Outernet" é balada inspirada na nostalgia de modernidade causada pela internet. Na balada, Erasmo retoma a beleza de suas composições ao comparar a beleza de uma mulher com os mistérios da internet.
A medida em que o disco segue é possível notar desde a inocência do tremendão em canções como
"Vivendo de Sonhos" e "Pra Falar de Amor" até seu bom-humor no rock "Quem vai Ficar no Gol?". O disco traz baladas mornas no repertório de Erasmo, como é o caso do momento mais fraco do álbum, a balada "Fecha a Porta". Há apenas uma regravação, a canção "Qualquer Jeito". A parceiria com o colega Roberto Carlos imortalizada na voz da cantora Kátia na década de 80 ganha beleza pelo arranjo e não própriamente pela voz do cantor.
Outra balada fraca é a romântica
"Ela Conversa com o Olhar" que, mesmo estando no tom do disco de romances, é a balada mais dispensável do disco. As duas últimas canções são mornas, porém boas. É o caso da irregular "Desenho Animado" e da inspirada "A Família", que faz belo contra-ponto com a abertura do disco.
Pra Falar de Amor pode não ser o melhor trabalho de Erasmo mas é ,sem dúvida, o seu maior acerto nos últimos anos. Valeu.

4 comentários:

Fernanda disse...

Eu nunca parei pra prestar atenção na obra do Erasmo... valeu pela opinião Bruno, vou ouvir esse disco já, fiquei super curiosa com o título das canções!

bjoo

Anônimo disse...

Erasmo tá velho mas ainda tá bombando! O cara é genial com ou sem o Roberto! Salve Erasmo, esse disco é ótimo!

Adriano Sorona disse...

Esse disco é ótimo! Vc falou bem, não é o melhor, mas é o mais correto!

Carine São Paulo disse...

Eu gosto muito da voz de Erasmo. Adoro a música "Do Fundo do Meu Coração" que ele gravou com participação de Adriana Calcanhotto. Vou ouvir o disco.