domingo, 20 de fevereiro de 2011

Oscilante, “Mamma Mia” vai do bom ao irregular


Opinião de musical
Título: Mamma Mia!
Elenco: Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos, Pati Amoroso, Andrezza Massei, Rachel Ripani, Carlos Arruza, Cleto Baccic e grande elenco.
Direção: Floriano Nogueira
Texto: Catherine Johson
Música e letra: Benny Anderson e Björn Ulvaeus
Versão brasileira: Cláudio Botelho
Local: Teatro Abril - São Paulo (SP)
Data: 20 de novembro de 2011
Cotação: ***

Musical considerado o “número 1” de todo o mundo, Mamma Mia! Aportou no Brasil em novembro de 2010 e cumpre longa e concorrida temporada no Teatro Abril em São Paulo. O musical que conta com as canções do grupo escocês Abba é, no entanto, considerado o número 1 em todo o mundo não pela sua qualidade, mas por sua popularidade. A versão brasileira do texto e das letras foi feita por Cláudio Botelho e a direção é de Floriano Nogueira.

A história se passa numa ilha paradisíaca da Grécia onde Sophie está prestes a casar e envia convites de seu casamento a três homens com quem sua mãe, Donna, se envolveu no passado, e um deles pode ser seu pai. A confusão se arma quando os três decidem ir ao casamento, imaginando que o convite fora enviado por Donna. Os três convidados especiais, Harry, Bill e Sam acabam descobrindo os planos de Sophie e cada um pensa ser o pai da garota. Tudo isso regado a hits do grupo Abba, dentre eles “Dancing Queen” e “Mamma Mia”. E é aí que reside o problema.

O elenco brasileiro é afiado e não deixa nada a desejar a nenhum outro de outra montagem deste mesmo musical. Mas o problema não está no elenco, mas sim na história, um tanto irregular. O libreto de Catherine Johnson chega a ser em alguns momentos pueril. Tudo fica a trabalho das músicas do espetáculo, que são muitas. São no todo 23 músicas que embalam a história. E mal há espaço entre uma música e outra, elas embalam cenas seguidas, mal acaba uma já se inicia outra, fazendo com que o público mal respire. O problema está no libreto, que chega a soar cansativo. A produção, no entanto, está à altura de um musical da Broadway. O cenário simples não enche os olhos, mas deixa tudo num tom neutro e aceitável, fazendo com que o público entre de fato na história. A iluminação foi um dos pontos altos. Todos os momentos estiveram à altura do espetáculo. Assim como o elenco.

Kiara Sasso (Donna) e Saulo Vasconcelos (Sam) têm química em cena. Mesmo com um texto pouco inspirado, ambos conseguem emocionar. No entanto Mamma Mia! Não entra de fato para o hall dos melhores musicais da dupla, que contabiliza no currículo clássicos como A Bela e a Fera, A Noviça Rebelde, O Fantasma da Ópera, dentre outros. Quem realmente rouba a cena é a dupla Rachel Ripani (Tanya) e Andrezza Massei (Rosie). Ambas aparecem hilárias, com um timing de comédia perfeito. Quem também convence é Pati Amoroso, que vive Sophie Sheridan. A atriz dá à personagem meiguice ímpar. Valeu. As únicas cenas de Sophie que não rendem são ao lado de Sky, vivido por um insosso Thiago Machado. O ator, que já esteve melhor em musicais como Meu Amigo, Charlie Brown não rende neste espetáculo. Não tanto quanto Carlos Arruza e Cleto Baccic que vivem, respectivamente, Bill e Harry. Enfim, um elenco nota 10. O único problema da versão brasileira é o desenho de som que, no primeiro ato, mostrou-se baixo.

A versão brasileira do espetáculo é vibrante, muito também pelo BIS dado com três canções do grupo no original. Números como “Quero, Quero, Quero” e “Voulez-Vous” contagiam, tanto quanto “Sua Mãe não Pode Saber” (solado por uma ótima Rachel Ripani), assim como números solados por Kiara emocionam (“E Viva o Vencedor”, “Pelos Dedos Meus”).

Enfim, apesar da história irregular, a versão brasileira de Mamma Mia! É vibrante e tem um ótimo elenco a cargo de um dos musicais menos inspirados que já entrou em cartaz. Pena.

Um comentário:

Alex Rio disse...

Grupo "escocês" Abba?

Vai se informar antes de fazer "crítica", amigo! Pena eu tive é de você!

hahahahahaha