sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gil põe fé em ótima festa junina


Opinião de Cd
Título: Fé na Festa
Artista: Gilberto Gil
Gravadora: Geléia Geral/ Universal Music
Cotação: *****

Álbum festivo ambientado em época de festas juninas, Fé na Festa é o ótimo presente dado por Gil às festividades. O álbum é feliz, e Gil se mostra ainda em forma para reverenciar os ritmos nordestinos e festivos.

“Fé na Festa” (Gilberto Gil) não só dá nome ao álbum, como também o abre com chave de ouro. E é disso que o disco feito: ouro. “O Livre-Atirador e a Pegadora” dá continuidade ao álbum, com bom humor habitual do compositor. O forró dialoga com (o também forró) “Despedida de Solteira” (canção lançada por Gil em 2008 no álbum Banda Larga Cordel). Fé na Festa é álbum recheado de temas inspirados e festivos, presentes, sobretudo em sua primeira metade, como é o caso de “Assim Sim”, faixa irresistível e um dos destaques do álbum. “Estrela Azul do Céu” dá início a um bloco do álbum de tom mais ralentado, mas sem deixar o ritmo forrozento de lado, como é logo percebido em “Marmundo” e “Vinte e Seis”. “Não Tenho Medo da Morte” não se destaca entre as pérolas do álbum, e talvez por isso (e pelo título sugestivo) dialogue tão bem com “Não Tenho Medo da Morte” (canção lançada por Gil também em 2008 no mesmo Banda Larga Cordel). Parceria de Gil com Moacyr Albuquerque e Perinho Santana, “Norte da Saudade” é boa regravação do tema lançado em 1977 no álbum Refavela e que, por pouco, não entra no álbum para dar espaço à “Chão Batido” (a boa canção que ficou fora do álbum, mas que foi liberada para download gratuito pelo site Natura Musical). O xote “Maria Minha” (Targino Gondim/ Eliezer Setton) também se destaca e mostra Gil como o bom interprete que (de fato) é. “Aprendi com o Rei” (João Silva) é outra canção que se destaca na lavra de boas regravações, talvez pelo bom ritmo buliçoso ou talvez pela boa letra em homenagem ao “rei” do baião, Luiz Gonzaga. De tom acelerado, o forró “Dança da Moda” é ótima regravação do (bom) tema de Luiz Gonzaga e Zé Dantas composta em 1950 (e revivido com graça pro Gil), que se assemelha também com “São João Carioca” (Gilberto Gil/ Nando Cordel), uma boa homenagem às festividades juninas do Rio de Janeiro (que ocorre, normalmente, na convencional feira de São Cristóvão).

Primeira parceria de Gil com Vanessa da Mata, “Lá vem Ela” encerra o álbum em tom menos acelerado e cumpre bem o papel de fechar a ótima festa armada por Gil neste ótimo Fé na Festa.

Ponha fé na festa de Gil. Vale (muito) à pena.


Nenhum comentário: