terça-feira, 10 de novembro de 2009

Daniela aposta na sonoridade além-axé em disco


Opinião de Cd
Título: Canibália
Artista: Daniela Mercury
Gravadora: Warner Music
Cotação: ****

Daniela Mercury lança neste ano de 2009 seu tão esperado disco, Canibália. O projeto é uma completa mistura musical (que alude ao ótimo show estreado em outubro na casa Citibank Hall, em São Paulo). O que mais se diluí no disco é o axé music, dando espaço ao samba, pop e música eletrônica.

O disco é aberto com “Trio em Transe”, a canção que faz alusão às estrelas do cinema (com direito a luxuosa citação de Carmen Miranda, na letra). É uma quase alusão à “Tropicália” de Caetano Veloso. Daniela é tropicalista. “Oyá por Nós”, a canção de Daniela e Margareth Menezes lançada no carnaval de 2008, ganhou uma face eletrônica e sutis intervenções da voz potente de Maga.

Canibália é um ótimo disco, prova disso é sua criatividade, que conta com a participação de Carmen Miranda e o Bando da Lua, em dueto com Daniela no samba “O Que é Que a Baiana Tem?”. A voz de Carmen foi digitalizada para fazer dueto com a baiana.

Se a participação de Seu Jorge não pôde diluir a irregularidade de “Preta” (que une “Sorriso Negro” e “Eu sou Preta”), o reggae “Sol do Sul” é bela homenagem à latinidade. Mesmo tendo sido composta na fria Londres, a canção é quente. Daniela tenta animar e chamar o público à vida em “A Vida é um Carnaval” e mostra as dores do amor em “Castelo Imaginário”. O disco é repleto de sonoridades, mas nem por isso faz com que seja fácil se perder entre seus sons experimentais. A perfeita costura de “Dona Desse Lugar” com o R&B de “Life is Beautiful” (faixa que conta com a participação do norte americano Wyclef Jean) é prova da forte costura da música de Daniela. A homenagem ao samba está na união de “Samba da Bênção”, “O Samba da Minha Terra” e “Na Baixa do Sapateiro”, unidas na faixa intitulada “Bênção do Samba”. Lindo.

“Cinco Meninos” pode não ser a faixa mais inspirada do disco, mas tem letra interessante em alusão a uma grande família. Daniela ainda faz versão eletrônica de “O Que Será? (À Flor da Terra)”. A canção de Chico Buarque de Hollanda soa mais interessante no show, mas vale pelo registro. “One Love”, a faixa mais destoante do disco, passa despercebida numa primeira audição. A canção é a mais irregular do roteiro, mas abre caminho para a grande surpresa pop do disco: a regravação de “Tico-Tico no Fubá”. O samba de Zequinha de Abreu lançado por Carmen Miranda ganhou versão pop-eletrônica, fechando com maestria o disco.

Canibália é a vazão do gosto de Daniela. Da tropicália até os dias atuais, a cantora, mesmo sem o axé que a consagrou, mostra que seu talento não se restringe apenas a um movimento na música, mas a música toda.


Um comentário:

Anônimo disse...

OLÁ QUERIDO, O CD DELA VAI FICAR DEZ, COM PARTICIPAÇÃO DE CARMEM MIRANDA E BANDO DA LUA, É SHOW MESMO!
ADORO SEU BLOG, ASSIM FICO POR DENTRO DE TUDO.
BEIJOS NESSE TEU CORAÇÃO!