sexta-feira, 12 de junho de 2009

O delicioso sabor do novo disco de Zélia


Opinião de Cd
Título: Pelo Sabor do Gesto
Artista: Zélia Duncan
Gravadora: Universal Music
Cotação: *****

Pelo Sabor do Gesto. Este é o nome do 9º título da discografia de Zélia Duncan e, em tempo, um dos melhores já lançados pela cantora.
O disco tem a produção dividida entre Beto Villares (nome que já vem sendo recorrente na produção dos álbuns de Zélia) e John Ulhoa (compositor e guitarrista do grupo Pato Fu) mas, nem por isso, é tão fácil saber qual momento do disco tem o dedo de Villares e quais momentos tem o aval de Ulhoa.
O disco é aberto com
"Boas Razões" (a versão de Zélia para a canção "De Bonnes Raisons" de Alex Beaupain), a qual conta com a perticipação de Fernanda Takai nos vocais. Para um desavizado, que ouvir apenas essa primeira faixa, seria muito fácil confundir o trabalho de Zélia com um trabalho do grupo Pato Fu, afinal a faixa conta com a produção de Ulhoa, que deixa bem explícita sua marca "moderna" na canção. Outro momento que não é tão complicado de notar o dedo de um produtor é já na segunda faixa, "Todos os Verbos". Villares produz a canção e faz uma levada (muito) diferente da faixa que abriu o disco. Aliás, esse é um dos destaques do (ótimo) disco de Zélia.
A medida em que se ouve o disco é fácil notar o quanto ele cresce, faixa a faixa. Seja na belíssima releitura de
"Telhados de Paris" (Nei Lisboa) ou na bela balada escolhida como single inicial do disco, "Tudo Sobre Você" (parceiria de Zélia com Ulhoa). Zélia abre o seu leque de parceiros. No disco achamos músicas divididas com Moska (a belíssima "Sinto Encanto", onde a dupla faz brincadeiras com as expressões "sinto e canto" e "sinto encanto"), Chico César ("Esporte Fino Confortável", um dos destaques do disco), Danti Ozzetti (a azeitada "Se eu Fosse", mais um ponto alto do disco), Edu Tedeschi (a lindíssima "Aberto" e a ótima "Nem Tudo") e Zeca Baleiro ("Se um Dia me Quiseres", bela música com a identidade de Baleiro).
Pelo Sabor do Gesto não é tão imediatista quanto o último álbum de inéditas lançado por Zélia até então, o belíssimo Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band (2005). Nesse novo disco, Zélia se mostra mais calma, mais romântica, dando lugar a uma Zélia Duncan pouco conhecida pelo público que a conhece apenas pela interpretação da imortal
"Catedral". Zélia também não deixa de fora desse projeto nomes já recorrentes em sua carreira, como Itamar Assumpção e Alice Ruiz, que comparecem com a interessantíssima "Duas Namoradas". Há (ótimas) surpresas no disco, como a inclusão da versão original da canção "Ambição", de Rita Lee, gravada pela ovelha negra em 1976. Há também a releitura de "Os Dentes Brancos do Mundo", parceiria de Paulo Ségio Valle com Marcos Valle.
O disco é fechado com "Nem Tudo", a bela parceiria de Zélia com Edu Tedeschi, em ritmo festivo introspectivo.
Zélia (mais uma vez) se superou. O sabor do gesto de Zélia é delícioso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bruno, e sobre a estréia de ZiieZie no Credicard Hall??????
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Você foi?

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beijos.

Bruno Cavalcanti disse...

Olá! Então, ontem tive problemas que me tiraram o sono e hoje infelizmente não poderei ir pois acontece a estréia d aminha peça! Mas como raramente gosto de ir em estréia de um show em cidades devo ir apenas quando o show retornar.

abraços.

BC.