sexta-feira, 15 de maio de 2009

VPODN: Ao vivo, Gal continua antenada com seu tempo.


Vale à pena ouvir de novo!

Opinião de Cd

Título: Gal Costa Ao Vivo
Artista: Gal Costa
Gravadora: Trama
Cotação: *** 1/2
Ano de lançamento: 2006

Ao lançar em 2005 pela gravadora Trama o Cd Hoje, um dos melhores discos de sua carreira nos últimos tempos, Gal Costa se mostrou antenada com seu tempo. No Cd que registra o show Hoje a mesma Gal se mostra antenada e atemporal. Gal Costa Ao Vivo é o disco lançado em 2006 pela gravadora Trama, compilando em 14 faixas o belíssimo show apresentado por Gal em 2005 e gravado em 2006 em show na casa Citibank Hall (São Paulo).
O disco traz 14 das 20 músicas do DVD, que por sua vez não registra o show na íntegra, excluindo as faixas
"Sem Você" (Tom Jobim/ Vinícius de Moraes) e "Onde Está Você" (Lokua Kanza/ Carlos Rennó).
O disco é aberto com
"Fruta Gogóia", a canção gravada por Gal em 1971 no antológico disco Fa-Tal - Gal a Todo Vapor. Gal mostra um leque estético que abrange desde bela versão de "Todo o Amor que Houver Nessa Vida" (Cazuza) até versão sóbria de "Antonico" (Ismael Silva) sem perder a propriedade. O disco é repleto de belezas que vão desde a curiosa "Santana", passam por belas baladas salpicadas de bossa e reggae como "Mar e Sol" (com direito a citação de "Águas de Março") até chegar em sambinhas buliçosos, como "Jurei". O disco ainda enfileira temas inéditos gravados por Gal no disco Hoje, os quais foram ofertados pelo afilhado Moreno Veloso ("Hoje" ), por Caetano Veloso ( "Luto"), Nuno Ramos ("Pra que Cantar") e um Chico Buarque pouco inspirado em parceiria com José Miguel Wisnik ("Embebedado"). Gal ainda volta a tempos mais antigos, quando lançou no mercado fonográfico o nome de Luiz Melodia gravando "Pérola Negra", e interpreta "Juventude Transviada" em registro belo e resistente. Ainda na linha do "recordar é viver", Gal interpreta a interessantíssima "Meu Nome é Gal" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos) e revive o dueto feito com a guitarra de Robertinho do Recife no Fantástico, onde imitava com a voz os acordes soltados pela guitarra (a guitarra apresentada com muita propriedade no disco é a de Marcus Teixeira). Gal revive o número e mostra que sua voz ainda é um cristal lapidado da melhor estirpe. Em tempo da delicadeza, Gal une uma parceiria de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes ("Coisa Mais Linda") à bela canção de Herman Hupfeld lançada por Chet Backer ("As Time Goes By") mostrando versatilidade, beleza e singeleza. Gal pode. O único motivo pelo qual o disco perde ponto é por não conter faixas ainda mais belas, como "Sexo e Luz" e "Um Passo à Frente", por exemplo (as faixas estão presentes apenas no DVD). Mas, por estarem registradas, é um erro a ser redimido. O disco é fechado em alto astral com "Logus-Pé", a composição de Tito Bahiense gravada por Gal no disco Hoje.
Gal e sua voz são atemporais e se mantêm em seu próprio tempo de beleza, singeleza e delicadeza. Valeu.

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