sexta-feira, 1 de julho de 2011

Regina Remencius: "Viver lá fora transformou o meu olhar" - Em entrevista, a atriz que já atuou fora do Brasil, fala sobre a carreira.




Paulista de descendencia lituana e dona de belos olhos verdes, começou a pensar em ser atriz aos 17 anos, e nessa mesma época foi convidada para trabalhar como modelo. Morou durante muitos anos fora do país, o que lhe possibilitou conhecer diversas culturas e se tornar poliglota (Ela fala mais de cinco idiomas, entre os quais: Grego, Alemão, Lituano e Francês). Na Grécia, atuou nos filmes Eleatis Xenos, Business in the Balkans e It's a Long Road. Depois que voltou ao Brasil, protagonizou ao lado do ator Daniel Boaventura, o sitcom "Santo de casa...", que foi exibido pela Band e que ela destaca como um dos seus trabalhos favoritos. "A Laura era uma delícia de personagem... O elenco, o texto, a equipe... Tudo era ótimo".
Desde então, participou de novelas, séries e minisséries, além de filmes como Durval Discos, Os Desafinados (Onde interpretou a francesa Catherine) e I Hate São Paulo (Uma Co-produção Brasil/EUA). No teatro, fez parte de várias peças, entre elas: Medéia, The Tax Exile, Retratos de Augustus John e O Fingidor. Nos proxímos capitulos da novela Amor e Revolução, poderemos conferir sua participação como Margarida, esposa do temido delegado Aranha, vivido por Jayme Periard.
Carisma, inteligência e beleza são apenas alguns dos atributos que podemos citar ao falar de Regina, talento ela tem de sobra. Confira agora a entrevista concedida a mim via e-mail:

Priscila Toller : Quando descobriu que queria ser atriz?
Regina Remencius : Eu comecei a pensar a ser atriz aos 17 anos. Eu era muito tímida e achava uma contradição querer ser atriz. Fui fazer um curso com Klauss Vianna, depois com Miriam Muniz e logo em seguida entrei para o C.P.T/Grupo Macunaíma com o Antunes Filho.

P. T : Sua carreira de modelo começou antes ou depois do teatro?

R. R : O trabalho como modelo foi nessa mesma época, tinha uns 17 anos. Tinha sido convidada para trabalhar com uma agência de modelos, mas fiquei muito pouco tempo, porque entrei no C.P.T e a carga horária era bem grande. Neste mesmo ano comecei a fazer faculdade, mas não dava para conciliar. Eram muitas horas de ensaio, pesquisa, etc... Depois que saí do Grupo Macunaíma, voltei a trabalhar como modelo por mais um tempo.

P. T : Você morou muitos anos na Europa. Como foi essa experiência de ter passado tanto tempo fora do Brasil?
R. R : Foi ótimo. Morar lá fora transformou o meu olhar. Aprendi a apreciar mais o Brasil e o exterior. Aprendi outras línguas, vivi culturas diferentes, fiz amigos... É uma experiência muito rica e que fica para o resto da vida.

P. T : Quem são seus ídolos?

R. R : Nossa, são tantos! Vou começar pela Andrea Beltrão e Fernanda Torres em "Tapas e Beijos", Ana Lúcia Torre em "Insensato Coração", Genézio de Barros e Deborah Bloch em "Cordel Encantado", Regina Braga em "Um Porto para Elizabeth Bishop", Emílio de Mello e Fernando Eiras em "In on It" e os nomes não param... Raul Cortez, Fernanda Montenegro, Lilia Cabral, Marília Pêra, Maria Luisa Mendonça, Drica Moraes, Wagner Moura, Malu Galli...

P. T : Foram diversas participações em novelas antes de viver a Manoela Bellini de "Água na Boca". Prefere fazer Tv ou Teatro? Por quê?

R. R : Eu adoro fazer tudo: Cinema, teatro e televisão. Cada um desses veículos tem suas características e desafios. Na Tv a gente sente mais pressão e isso é muito fascinante. No teatro a gente tem mais tempo de trabalho e elaboração e o cinema... Ah! O cinema!

P. T : Você participou de alguns filmes, inclusive de produções gregas. Cinema é uma área que te atraí?

R. R : Cinema é um luxo, um prazer. Eu adoro ir ao cinema e fazer cinema. Filmes me acompanham desde pequena e são uma grande escola pra mim. Se eu pudesse, assistiria um filme por dia.

P. T : Em 1999 você protagonizou ao lado de Daniel Boaventura o Sitcom "Santo de casa...". Como surgiu o papel da Laura? Fale um pouco sobre esse trabalho...

R. R : Eu estava fazendo um curso com o Walter Lima Jr. em São Paulo, no Célia Helena. No final deste curso, ele começou a chamar alguns atores para o teste do sitcom. Ele dizia que eu tinha tudo a ver com a Laura e o Daniel com o Kiko, mas teríamos que fazer os testes. Finalmente fomos aprovados. Como eu sempre fui fã de sitcoms, fazer o "Santo de casa..." foi uma alegria só. Foi ótimo ter trabalhado com o Walter, o Daniel e a Ana Lúcia Torre. A Laura era uma delícia de personagem... O elenco, o texto, a equipe... Tudo era ótimo.
P. T : Como foi atuar nas peças Retratos de Augustus John e O Fingidor?

R. R : Eu já conhecia O Fingidor e o Samir Yasbek há um tempo e adorava o espetáculo. Quando O Fingidor comemorou 10 anos, o Samir me convidou para fazer a Amália e foi muito legal. Em Retratos eu trabalhei com o Genézio de Barros que já conhecia de "Santo de casa..." e com o Hugo Coelho, que nos dirigiu. Fazer a Dorélia, mulher do Augustus, foi maravilhoso.
P. T : Na minissérie Queridos Amigos, você viveu a Regina, que era uma personagem digamos assim, mais "Dramática". É mais Fácil fazer Comédia ou Drama?

R. R : Acho que pra gente conseguir um bom resultado seja na comédia ou na tragédia, é preciso uma boa dose de dedicação, estudo, empenho, investimento energético e emocional e muita paciência. Eu gosto muito de fazer comédia, mas nem por isso é mais fácil que o drama.
P. T : A maioria dos Atores tem sempre aquele personagem favorito, que mais gostou de interpretar. Qual é a sua preferida?

R. R : Eu curti muito fazer a Laura do "Santo de Casa...", a Regina do "Queridos Amigos" e a Dorélia do "Retratos".
P. T : O fato de ser poliglota deve ter aberto muitas portas, não? Teve algum idioma que foi mais complicado aprender? Qual?

R. R : Acho que mais do que abrir portas, conta pontos. Posso dizer que, depois do Inglês que é um idioma prático e objetivo, os outros que conheço são todos difícies, inclusive o Português.

P. T : O que gosta de fazer nas horas vagas?

R. R : Eu adoro ficar em casa, curtir a família, um bom filme...

P. T : Qual seu livro favorito?

R. R : "Muitas vozes" de Ferrera Gullar está sempre circulando em casa.

P. T : Pra finalizar: Recentemente você participou da série Divã. Quando iremos ter o prazer de vê-la atuando novamente? Algum personagem em vista?
R. R : No momento estou fazendo uma participação na Novela Amor e Revolução, como a Margarida, mulher do delegado Aranha. Estou me preparando para um longa que deve acontecer no segundo semestre.

(Por Priscila Toller)

3 comentários:

Anônimo disse...

que otima entrevista. Super descontraida. A Priscila eh uma otima jornalista. Parabens! E q o futuro seja promissor.

Felipe Bueno disse...

Adorei a matéria. A entrevista também é muito boa, a começar pela pela entrevistada, uma grande atriz. Porém discreta, isso que é o fantástico. A Regina Remencius é uma artista que apesar de não ser assediada pelo público, desponta como uma das mais plurais figuras da dramaturgia. Uma vez que se impõe em diferentes plataformas da arte cênica. E por estar em diferentes projetos. Enfim, uma matéria ótima de uma mídia alternativa digna de uma imprensa tradicional. Corrigindo, matérias como essa em mídia alternativa ultrapassa a qualidade da imprensa tradicional nos dias de hoje. Parabéns!

tamygomes disse...

Que entrevista sensacional.
Adoro atrizes reservadas e talentosas, falar outras linguas e para quem pode, claro que com mt dedicação, todos conseguem. Amei tudo.
Sou adolescente ainda, mas já sei apreciar o trabalho de uma ótima atriz.