domingo, 18 de abril de 2010

O amor, a festa e a devoção de Maria são louváveis



Opinião de show
Título: Amor, Festa e Devoção
Artista: Maria Bethânia
Local: Citibank Hall - São Paulo
Data: 16 de abril de 2010
Cotação: *****

Uma das grandes felicidades do ser humano é ter a chance de conferir uma apresentação ao vivo de Maria Bethânia. A cantora, que segue em turnê pelo Brasil com seu show Amor, Festa e Devoção, aportou em São Paulo nos dias 09, 10 e 11 de abril de 2010 para três apresentações no Citibank Hall. Devido ao estrondoso (e esperado) sucesso, a abelha rainha teve a temporada prorrogada por mais 2 dias. E foi no primeiro destes dois dias que Bethânia fez um dos melhores shows de sua turnê.

Amor, Festa e Devoção é a turnê onde Bethânia canta as músicas de seus dois últimos álbuns, o romântico Tua e o festeiro Encanteria.

O show começou de forma intimista, com Bethânia interpretando ao som do piano a belíssima “Santa Bárbara”, ainda com as cortinas baixas. “Vida” (Chico Buarque) deu continuidade ao show, que começou com força. Bethânia ainda recitou “Olho de Lince” (Waly Salomão) antes de cair na festividade de “Feita na Bahia” (Roque Ferreira). No primeiro bloco, Bethânia conseguiu unir a paixão ao amor do Brasil caboclo no bloco que uniu “Coroa do Mar”, “Linha de Caboclo”, “Encanteria” e “É o Amor Outra Vez” que se perde no bloco altamente festivo, demorando a se adequar ao clima do momento. Sentada numa cadeira estrategicamente posicionada no canto do palco, Bethânia encantou ao interpretar de forma intimista “Tua”, a pérola ofertada por Adriana Calcanhotto que acabou por batizar um dos álbuns de Bethânia. Outro momento forte, “Fonte” cumpriu seu papel, mas sequer roçou a beleza e a força de um “Explode Coração” cantado à capella pela cantora em unisosso com seu fiel público. Uma das surpresas do roteiro é a belíssima “Queixa”, do mano Caetano. “Você Perdeu” e “Até o Fim” marcaram a força num clímax de Bethânia com a platéia, que a perdoou de imediato pela ausência de “Dama de Cassino”. A troca de “Drama” (Caetano Veloso) por “Serenata de Adeus” (Vinicius de Moraes) também é desculpável, já que Bethânia se redime logo em seguida ao interpretar com força e paixão a belíssima “Balada de Gisberta”, do português Pedro Abrunhosa.

O show de Maria Bethânia é único, tanto por sua presença em cena quanto pela voz, mas a banda também tem uma grande parcela de culpa em tanta delicadeza. E sua importância é exaltada pela cantora em dois momentos: quando apresenta seus músicos os reverenciando e quando os deixa com um número só pra eles, num intervalo instrumental que serve de mote para que a “abelha rainha” possa trocar de roupa. E Bethânia retorna ao palco com seu figurino “interiorano” (como ela própria descreve) para emocionar e interpretar “Não Identificado”. Amor, Festa e Devoção não é apenas um show de divulgação do trabalho de Bethânia, ou a comemoração de seus 45 anos de carreira, é também uma homenagem à sua mãe, a centenária Dona Canô. Bethânia divide com seu público alguns momentos de amor e devoção à mãe, como quando recita “Mãe Canô” e emenda a belíssima “Curare” (Bororó) para explodir em festa com “Estrela” (Vander Lee). O Brasil caboclo é também lembrado pela cantora ao nos brindar com interpretação intimista de “Serra da Boa Esperança”, recitar “Brasil Caboclo” e emendar lindamente “Doce Viola”, “Guriatã” e “Pescaria”. O ápice do bloco festivo do show se dá quando Bethânia faz com que seu público dance ao suingue da união de “Saudade Dela” (Roberto Mendes/ Nizaldo Costa), “Ê Senhora” (Vanessa da Mata), “Batatinha Roxa” (domínio público), “A Mão do Amor” (Roque Ferreira) – apresentado na íntegra no show e não em vinheta, como no álbum – e a reprise de “Saudade Dela”. O amor volta a reinar quando Bethânia interpreta “Saudade” e, divertida, canta a sertaneja “É o Amor”, da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, costurada a outro sucesso sertanejo: “Vai dar Namoro”, da dupla Bruno & Marrone. Se “O Nunca Mais” passou quase despercebido pelo roteiro, o bloco que uniu “Bom Dia”, “Andorinha” e “Bandeira Branca” fez o público cantar junto e se emocionar. Assim como “Domingo” marcou o fim do roteiro, “Pronta pra Cantar” foi o mote perfeito para Bethânia interpretar, quase à capella, trecho de “O Que é O Que é” e encerrando o show com “Encanteria”, dessa vez melhor posicionada no roteiro.

O BIS foi dado ao som de “Reconvexo”, encerrando o show com chave de ouro. Bethânia ainda voltou ao palco mais uma vez para atender ao pedido do público que a chamava incansavelmente. Por sugestão do maestro Jaime Alem, a cantora entoou (para a felicidade do público) o sucesso “Ronda” e ainda cantou mais um trecho de “Reconvexo”, encerrando com (real) chave de ouro a apresentação de um dos melhores shows que já aportou na capital paulistana neste ano.

O amor, a festa e a devoção de Bethânia são louváveis. E que venha o DVD!


3 comentários:

Anônimo disse...

Bethânia é tudo de bom! Nunca fui há um show dela, mas deve ser incrivel!!!!!!!!!!!!
Bjos querido.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Nossa, Maria Bethânia é tudo de maravilhoso que existe neste mundo. Eu tive o prazer e privilégio de ir ao show dela no mês de novembro 23 no TCA-em Salvador e ate hoje estou encantado com o belissimo show que esta magnifica artista fez. E estou de olho na agenda pra quando ela for fazer outro show na bahia eu estarei lá. Gostaria de aproveitar e deixar meu blog que fiz para homenageá-la: www.sempremariabethania.blogspot.com